ZERO HORA - 02/05/2014 | 16h29
por Renato Gava
Audácia. Palácio da Polícia é arrombado e furtado durante a noite em Porto Alegre. Criminosos tentaram levar busto na entrada principal, mas fugiram apenas com um ventilador
Um cadeado e uma fechadura foram destruídosFoto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Nem o Palácio da Polícia escapou da audácia dos criminosos, que arrombaram no final da noite de quina-feira a entrada principal do prédio, na Avenida João Pessoa, quase esquina com a Avenida Ipiranga. Os ladrões (a polícia acredita que mais de uma pessoa tenha participado da ação) tentaram arrancar o busto do patrono da polícia gaúcha, Plínio Brasil Milano, instalado no hall e revestido por uma camada metálica. Mas, provavelmente, desistiam ao perceber que a peça, com cerca de 80cm de altura e pelo menos 25 quilos, é de concreto por dentro.
O grupo fugiu levando apenas um ventilador, usado pelas recepcionistas que trabalham no local até às 18h - depois, a porta é fechada e a fiscalização, oficialmente, fica a cargo de rondas feitas pelo Grupamento de Operações Especiais (Goe), que verificou o arrombamento às 23h.
Um cadeado e uma fechadura foram destruídos. Na sexta-feira à tarde, serralheiros consertaram o estrago e instalaram tramela na porta, de cerca de 2m de largura, e em pelo menos outras três do Palácio da Polícia. O local não é monitorado por câmeras.
Conforme a responsável pela Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil, delegada Clarissa de Oliveira Lopes, ainda não ficou definido qual delegacia ficará encarregada da investigação para tentar encontrar os criminosos. A delegada informou que está em processo de licitação a compra de câmeras de monitoramento, a serem instaladas ao redor do palácio e em outras delegacias de Porto Alegre.
Após arrombamento, segurança no Palácio da Polícia é reforçada. Conforme o chefe da Polícia Civil, plano de segurança para o prédio já estava em execução e será acelerado
por Débora Ely
Busto de Plínio Brasil Milano foi danificado na tentativa de furtoFoto: Diego Vara / Agencia RBS
O prédio que deveria ser um modelo de segurança no Estado teve sua vulnerabilidade exposta na noite de quinta-feira. O Palácio da Polícia, em Porto Alegre, teve uma das portas laterais arrombadas, uma estátua danificada e um ventilador furtado. Apesar da quantia irrisória dos danos, a segurança já foi reforçada no local — garantiu o chefe da Polícia Civil, delegado Guilherme Wondracek.
O ponto do ocorrido — uma porta lateral na Avenida João Pessoa, próxima à Ipiranga — se encontra, temporariamente, sem câmeras de monitoramento. Está em tramitação o processo de instalação dos equipamentos, item que integra um projeto de ampliação da segurança do prédio. Outra medida adotada ainda na manhã foi o reforço nas portas do palácio, com a instalação de uma tramela de dois metros de largura.
— O plano já estava em andamento e, agora, será reforçado — afirmou Wondracek.
Por volta das 23h de ontem, uma porta de ferro teve o miolo da fechadura violado e foi aberta, dando acesso à secretaria do palácio. Na sala, estava a estátua do patrono da Polícia Civil, Plínio Brasil Milano. A suspeita de Wondracek é de que se tratassem de usuários de crack interessados em levar o busto para trocar por droga. O plano não se consumou, e a estátua foi deixada no chão — mas não intacta. Partes quebradas na traseira do monumento evidenciaram seu conteúdo: feita de concreto e coberta por um revestimento metálico, o item, dificilmente, valeria tanto quanto desejavam seus ladrões.
— Diria que foram consumidores de crack que, quando estão sob efeito da droga, perdem seus freios morais e a noção do perigo — aponta o chefe da Polícia Civil.
Os criminosos não tiveram acesso ao coração do prédio, onde ficam setores fundamentais para a corporação — como a sala de armas e o centro de informações. Nesses pontos, há monitoramento 24 horas e seria impossível não verificar a presença de alguém, segundo Wondracek. A segurança no palácio fica sob responsabilidade do Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Civil, que, ao longo da madrugada, realiza rondas pelo prédio. A investigação deverá ser conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
— Há prédios mais modernos que são mais seguros. Esse é um prédio antigo — concluiu o chefe da corporação.
Quem foi Plínio Brasil Milano
O patrono da Polícia Civil, Plínio Brasil Milano, empresta a sua imagem à estátua que foi violada na noite de quinta-feira. Ele nasceu em Alegrete, em 1908, e atuou como delegado da Ordem Polícia e Social (Dops). Também teve a seu cargo a organização do Serviço de Contra-Espionagem e foi o responsável por destruir no Estado e no país uma rede de espionagem nazista, conforme consta nos arquivos da Academia de Polícia. Plínio morreu em Montevidéu em outubro de 1944. Seu reconhecimento público veio em 1983, com a designação de patrono da corporação.
por Renato Gava
Audácia. Palácio da Polícia é arrombado e furtado durante a noite em Porto Alegre. Criminosos tentaram levar busto na entrada principal, mas fugiram apenas com um ventilador
Um cadeado e uma fechadura foram destruídosFoto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Nem o Palácio da Polícia escapou da audácia dos criminosos, que arrombaram no final da noite de quina-feira a entrada principal do prédio, na Avenida João Pessoa, quase esquina com a Avenida Ipiranga. Os ladrões (a polícia acredita que mais de uma pessoa tenha participado da ação) tentaram arrancar o busto do patrono da polícia gaúcha, Plínio Brasil Milano, instalado no hall e revestido por uma camada metálica. Mas, provavelmente, desistiam ao perceber que a peça, com cerca de 80cm de altura e pelo menos 25 quilos, é de concreto por dentro.
O grupo fugiu levando apenas um ventilador, usado pelas recepcionistas que trabalham no local até às 18h - depois, a porta é fechada e a fiscalização, oficialmente, fica a cargo de rondas feitas pelo Grupamento de Operações Especiais (Goe), que verificou o arrombamento às 23h.
Um cadeado e uma fechadura foram destruídos. Na sexta-feira à tarde, serralheiros consertaram o estrago e instalaram tramela na porta, de cerca de 2m de largura, e em pelo menos outras três do Palácio da Polícia. O local não é monitorado por câmeras.
Conforme a responsável pela Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil, delegada Clarissa de Oliveira Lopes, ainda não ficou definido qual delegacia ficará encarregada da investigação para tentar encontrar os criminosos. A delegada informou que está em processo de licitação a compra de câmeras de monitoramento, a serem instaladas ao redor do palácio e em outras delegacias de Porto Alegre.
ZERO HORA 02/05/2014 | 18h03
Vulnerabilidade exposta
Vulnerabilidade exposta
Após arrombamento, segurança no Palácio da Polícia é reforçada. Conforme o chefe da Polícia Civil, plano de segurança para o prédio já estava em execução e será acelerado
por Débora Ely
Busto de Plínio Brasil Milano foi danificado na tentativa de furtoFoto: Diego Vara / Agencia RBS
O prédio que deveria ser um modelo de segurança no Estado teve sua vulnerabilidade exposta na noite de quinta-feira. O Palácio da Polícia, em Porto Alegre, teve uma das portas laterais arrombadas, uma estátua danificada e um ventilador furtado. Apesar da quantia irrisória dos danos, a segurança já foi reforçada no local — garantiu o chefe da Polícia Civil, delegado Guilherme Wondracek.
O ponto do ocorrido — uma porta lateral na Avenida João Pessoa, próxima à Ipiranga — se encontra, temporariamente, sem câmeras de monitoramento. Está em tramitação o processo de instalação dos equipamentos, item que integra um projeto de ampliação da segurança do prédio. Outra medida adotada ainda na manhã foi o reforço nas portas do palácio, com a instalação de uma tramela de dois metros de largura.
— O plano já estava em andamento e, agora, será reforçado — afirmou Wondracek.
Por volta das 23h de ontem, uma porta de ferro teve o miolo da fechadura violado e foi aberta, dando acesso à secretaria do palácio. Na sala, estava a estátua do patrono da Polícia Civil, Plínio Brasil Milano. A suspeita de Wondracek é de que se tratassem de usuários de crack interessados em levar o busto para trocar por droga. O plano não se consumou, e a estátua foi deixada no chão — mas não intacta. Partes quebradas na traseira do monumento evidenciaram seu conteúdo: feita de concreto e coberta por um revestimento metálico, o item, dificilmente, valeria tanto quanto desejavam seus ladrões.
— Diria que foram consumidores de crack que, quando estão sob efeito da droga, perdem seus freios morais e a noção do perigo — aponta o chefe da Polícia Civil.
Os criminosos não tiveram acesso ao coração do prédio, onde ficam setores fundamentais para a corporação — como a sala de armas e o centro de informações. Nesses pontos, há monitoramento 24 horas e seria impossível não verificar a presença de alguém, segundo Wondracek. A segurança no palácio fica sob responsabilidade do Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Civil, que, ao longo da madrugada, realiza rondas pelo prédio. A investigação deverá ser conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
— Há prédios mais modernos que são mais seguros. Esse é um prédio antigo — concluiu o chefe da corporação.
Quem foi Plínio Brasil Milano
O patrono da Polícia Civil, Plínio Brasil Milano, empresta a sua imagem à estátua que foi violada na noite de quinta-feira. Ele nasceu em Alegrete, em 1908, e atuou como delegado da Ordem Polícia e Social (Dops). Também teve a seu cargo a organização do Serviço de Contra-Espionagem e foi o responsável por destruir no Estado e no país uma rede de espionagem nazista, conforme consta nos arquivos da Academia de Polícia. Plínio morreu em Montevidéu em outubro de 1944. Seu reconhecimento público veio em 1983, com a designação de patrono da corporação.
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