CORREIO DO POVO, 06/10/2012
Inquérito vai apurar confronto no Centro
A Polícia Civil instaurou um inquérito para
apurar o confronto ocorrido da noite de quinta-feira, no Largo Glênio
Peres, no Centro. De acordo com o titular da 17 DP, Hilton Müller
Rodrigues, até o momento o que ficou claro foi o motivo que levou ao
início da confusão. 'Pelo que eu percebi, a Brigada Militar só agiu após
haver dano ao patrimônio', comentou Müller. Ele explicou que os
manifestantes pularam as grades e invadiram o espaço destinado a um dos
quatro exemplares espalhados pelo país do tatu-bola, mascote da Copa do
Mundo de 2014. O boneco inflável de 7 metros de altura foi danificado
pelos manifestantes, que denunciaram abuso por parte da BM. 'Isso terá
que ser apurado ao longo do inquérito', afirmou o policial.
O delegado disse que serão apurador dois crimes: lesão corporal e dano
ao patrimônio público. A investigação já solicitou imagens das câmeras
de segurança instaladas na região para apurar quem danificou o boneco e
se foi desproporcional a reação da BM. Gravações de pessoas que
participaram do conflito já foram analisadas pela Polícia.
O Ato em Defesa da Alegria (ADA) foi organizado via Internet por um
grupo que tinha a intenção de protestar contra o cercamento do auditório
Araújo Viana, no Parque da Redenção, e contra as parcerias
público-privadas (PPPs) firmadas pela prefeitura, incluindo a que
permitiu instalar chafarizes no Largo Glênio Peres, onde o confronto de
ontem se registrou.
Na quinta, o grupo se reuniu de forma pacífica desde as 16h em frente ao
Paço Municipal, na praça Montevidéu, no Centro, sob a vigilância de 19
guardas municipais e de 23 policiais do Batalhão de Operação Especiais
(BOE).
'Queremos mostrar que a população quer se apropriar dos espaços
públicos', disse um dos integrantes do movimento.
Na noite anterior, o grupo já havia queimado uma peça publicitária,
também inflável, em frente ao Araújo Viana, após o show do músico Tom
Zé. 'É o símbolo do capitalismo, querem entregar à iniciativa privada
todos os espaços que são do povo', gritou um dos manifestantes. De
acordo com manifestantes, durante o confronto, a BM usou bombas de
efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogêneo, além de bater com
cassetetes.
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