ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

domingo, 27 de janeiro de 2013

AGRESSÃO PELO 190

ZERO HORA 27 de janeiro de 2013 | N° 17325

Homem é condenado por ofender BM em telefonema

A 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre condenou um homem que ofendeu a corporação da Brigada Militar, por meio de ligação ao telefone 190, do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP).

A ação foi movida pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). O nome do homem não foi divulgado pois cabe recurso da decisão.

Quando telefonou a fim de solicitar policiamento na Rua General Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa, em função de perturbação da ordem, o homem disse ofensas contra os policiais militares atendentes.

Com base na degravação da conversa, a PGE ajuizou ação de indenização por danos morais contra a pessoa que efetuou a ligação, sustentando que ela atingiu a honra objetiva da Corporação Brigada Militar, ensejando o dever de reparação. A ação foi julgada procedente, condenando o cidadão ao pagamento de indenização no valor de R$ 10 mil.

De acordo com a sentença, “as palavras ofensivas proferidas pelo requerido demonstram um desrespeito aos integrantes da Brigada Militar que foram taxados de ‘cambada de vagabundos’ e ‘idiotas’, o que resultou em ofensa à imagem, ao prestígio e à credibilidade da Corporação como garantidora da segurança pública”.

sábado, 26 de janeiro de 2013

MORTES EM CONFRONTOS COM A PM CRESCEM 40%

O Estado de S. Paulo 26 de janeiro de 2013 | 0h 01

Foram 323 casos em 2012 só na capital; nº reflete ‘guerra velada’ entre PM e PCC

Daniel Trielli, Bruno Ribeiro e Tiago Dantas



SÃO PAULO - O número de pessoas mortas em confronto com a Polícia Militar aumentou 40,4% entre 2011 e 2012 na cidade de São Paulo. No ano passado, foram 323; no anterior, 230. O número é um forte indicativo da guerra não declarada entre a polícia e o crime organizado no ano passado, especialmente se considerado o ritmo que essa alta teve durante 2012.

Se comparados os primeiros trimestres de 2011 e de 2012, a alta foi d e 10,3%. Na comparação entre os segundos trimestres, ela até foi mais fraca: 8,6%. Mas no terceiro trimestre, quando a violência na capital atingiu o ápice do ano, o índice dobrou. Foram 92 casos entre julho e setembro em comparação com os 45 dos mesmos meses de 2011.

Na comparação entre os últimos trimestres de 2011 e de 2012, o número de mortos em confronto com a PM aumentou 59,6%. No Estado inteiro, 547 foram mortas em confronto com policiais militares no ano passado, uma alta de 25,2% em comparação a 2011.

Postura. Para o coronel da reserva da PM e ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, o aumento nos números de mortos em confrontos com a polícia e homicídios têm a mesma causa. "A polícia assumiu uma postura desde abril que foi de combater os pontos de venda de drogas no varejo. E isso provocou uma reação de alguns grupos criminosos. E temos, infelizmente, o efeito de manada." Por outro lado, segundo o coronel, a polícia aumentou em cerca de 10% o número de prisões em flagrante, uma mostra de que os policiais estão mais na rua.

Já o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil seção São Paulo (OAB-SP) Arles Gonçalves Júnior, diz que, com a troca de comando da cúpula da Segurança Pública, as polícias estão tendo uma nova postura, de investigação no lugar do enfrentamento. "Se essas políticas persistirem, deveremos verificar queda nos índices de homicídios", afirma.

Nomenclatura. Os casos de mortes em confrontos com a PM são registrados como "resistências seguidas de morte", e não contam os homicídios dolosos e culposos cometidos por policiais militares. Um exemplo de caso que não entraria nessa conta é a primeira chacina de 2013, no Campo Limpo, na zona sul. Anteontem, seis PMs foram presos acusados de matar sete pessoas no dia 4.

A classificação de "resistência seguida de morte" é contestada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Em resolução aprovada em novembro, o órgão pede a abolição do termo e a investigação de todas as mortes envolvendo policiais.

Policiais. Os policiais também foram vítimas da guerra não declarada no ano passado. Nove PMs morreram em serviço no ano passado, um a menos que em 2011. No entanto, os dados não mostram quantos policiais foram executados em suas folgas. Até o dia 28 de dezembro, 106 PMs morreram ao todo no Estado. Mas não foi divulgado quantos foram assassinados em 2011.

Vítima. A mais recente vítima desse confronto foi um policial militar de folga assassinado na madrugada de anteontem, em posto de combustível do Jardim Itapark, em Mauá, na Grande São Paulo. Segundo a PM, ele havia parado seu carro para abastecer quando três homens apareceram e atiraram. A polícia não confirmou se os criminosos estavam a pé ou se chegaram em algum veículo. Depois de atirar, eles fugiram.

Testemunhas chamaram por socorro e a primeira equipe a chegar foi um carro da própria PM. Os colegas levaram o policial ferido até o pronto-socorro do Hospital Municipal Nardini, onde o PM chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

O nome do policial não foi informado pela SSP. Os policiais não confirmaram se a ação foi filmada por câmeras do posto nem disseram se havia alguma pista sobre os acusados.


O Estado de S. Paulo 25 de janeiro de 2013 | 19h 23

Em 2012, homicídios crescem 34% em São Paulo. 
Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, no Estado, índice cresceu 15% em relação a 2011

Daniel Trielli

SÃO PAULO - O número de homicídios na cidade de São Paulo cresceu 34% em 2012 em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, dia 25, pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Foram 1.368 mortes no ano passado, contra 1.019 em 2011. As estatísticas da criminalidade também revelaram crescimento de 15% no número de homicídios em todo o Estado. Em 2012, foram registrados 4.833 casos ante 4.194 crimes em 2011.

MORRE PM BALEADO POR TRAFICANTE

ZERO HORA 26 de janeiro de 2013 | N° 17324

BAIXA EM SERVIÇO

Morre soldado ferido com a própria arma

PM havia sido baleado em luta com traficante em Porto Alegre, na quarta

ALINE CUSTÓDIO

Depois de dois dias lutando pela vida na UTI do Hospital São Lucas, da PUCRS, o soldado da Brigada Militar Marcelo Fogaça Rocha, 41 anos, não resistiu aos ferimentos do combate com um suspeito de envolvimento com o tráfico no bairro São José, em Porto Alegre. O policial militar será sepultado hoje, às 9h30min, no Cemitério João XXIII.

Na quarta-feira, o soldado do 19º Batalhão de Polícia Militar e um colega decidiram abordar um táxi, na Rua C, no Campo da Tuca, zona leste da Capital, onde estava um homem armado com um revólver calibre 38. O suspeito, Ivan Claudionor Lopes Simões, 32 anos, que já tinha sido atingido por dois tiros de policiais horas antes, desceu e lutou com Fogaça até que conseguiu pegar a arma – uma espingarda calibre 12 – e disparar contra o PM.

Apesar de estar utilizando colete à prova de balas, o PM foi atingido entre a virilha e o abdômen. O disparo atingiu justamente a parte desprotegida, próxima à virilha, rompendo artérias, intestino e órgãos internos. Simões, que já estava ferido, acabou preso pelos policiais. O soldado passou por cirurgia, mas não resistiu.

Segundo o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), soldado Leonel Lucas, é o primeiro caso em 2013 de morte de um policial militar em serviço no Estado. No ano passado, 11 PMs morreram no RS – seis em confronto e cinco em horário de folga. Em nota, a Abamf lamentou “que o ano de 2013 inicie com o registro do tombamento de mais um servidor militar que trabalha pela segurança da sociedade, mas é atingido pela violência que impera quase impune no Brasil”.

Casado e pai de um rapaz de 18 anos e de uma menina de 11 anos, o soldado Fogaça atuava no 19º BPM (imediações do Partenon) havia oito anos. Preso em flagrante, o suspeito do disparo tem antecedentes por tráfico.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Infelizmente, é mais um heróis que a Brigada Militar perde. Os gestores policiais precisam analisar bem este fato para instruir os policiais sobre as circunstâncias que levaram a esta consequência terrível para a família e para toda a corporação. Digo isto, porque tive uma experiência semelhante quando um dos meus policiais foi ferido com um tiro de fuzil na barriga por ter se aproximado indevidamente de um bandido já rendido e que lhe tomou a arma e a usou para desferir o tiro. Toda arma de fogo requer uma distância mínima para render um oponente, diferentemente de uma arma branca onde a aproximação é  necessária. Com a palavra os técnicos na prática de tiro.

ENXUGANDO GELO


ZERO HORA 26 de janeiro de 2013 | N° 17324

Operação para prender presos

Cerca de 700 policiais civis e militares desbarataram quadrilha que atuava dentro de uma cadeia na Região Metropolitana

TAÍS SEIBT. Colaborou Bruno Felin
Vinte e cinco de janeiro de 2013 vai entrar para a história gaúcha como o dia em que o Estado mobilizou 700 agentes para prender presos. A ação que mobilizou as polícias Civil e Militar, a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e o Instituto-geral de Perícia (IGP) resultou em 33 prisões e revelou um dado alarmante: dois em cada três presos no Instituto Penal de Viamão (IPV) portavam celulares nos alojamentos.

Os cachorros da vizinhança foram os únicos a quebrar o sigilo da operação deflagrada na madrugada de ontem para prender detentos do IPV que seguiam praticando crimes na Região Metropolitana. Em uma cadeia que abriga cerca de 450 apenados, foram apreendidos 303 telefones. Os policiais também encontraram armas, drogas e até mulheres na prisão (veja quadro). Além dos 19 suspeitos presos que já estavam no IPV e serão encaminhados para o regime fechado, foram efetuadas duas prisões em Arroio dos Ratos e outras duas em Charqueadas. Dez foragidos também foram capturados.

A investigação da Polícia Civil começou há sete meses, após dois detentos serem flagrados transportando armas para dentro do albergue. Uma série de interceptações telefônicas confirmou que os presos tinham saída livre do prédio. A polícia montou um álbum com todos os apenados para que vítimas de roubo pudessem reconhecer os suspeitos. Como resultado, a Justiça expediu mandados de busca e apreensão e de prisão. Parte dos mandados foi cumprida na Capital e em Novo Hamburgo, Gravataí, Guaíba, São Leopoldo, Cachoeirinha e Canoas.

– Estamos habituados a prender pessoas na rua, hoje vamos prender dentro da cadeia – disse o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Junior, aos 350 policiais que se concentraram na Academia de Polícia, em Porto Alegre, por volta das 4h30min.

O Grupo de Ações Táticas Especiais já estava em Viamão para isolar o perímetro ao redor do IPV e cerca de 250 policiais se deslocavam em cinco ônibus até o local. As celas foram esvaziadas, os presos foram colocados em um dos anexos e cerca de 20 peritos do IGP, além de policiais civis, começaram a varredura nas galerias. Nenhum objeto foi tocado até a chegada da perícia, para não prejudicar as provas.



Fim da farra

JOSÉ LUÍS COSTA

É mais do que bem-vinda a operação da Polícia Civil para acabar com a farra da quadrilhas que tomaram conta do Instituto Penal de Viamão (IPV).

Ninguém, em sã consciência, acredita que o IPV pode ressocializar alguém. Por mais boa vontade que um apenado tenha em voltar ao convívio social, a partir do IPV, isso é quase impossível.

O maior albergue do Estado tem tudo para ser a maior boca de fumo de Viamão. Oferece crack para qualquer um dos 450 presos e ainda tem freguesia externa, vinda das vilas do entorno. Poderia, também, ser chamado de motel porque recebe garotas de programa ou locadora de armas, porque revólveres e pistolas, dizem que também fuzil, passam de mão em mão entre os detentos.

Eles saem a qualquer hora do dia ou da noite para roubar, sequestrar ou matar. Pulam janelas sem grades e atravessam cercas furadas, voltando com a maior tranquilidade. Isso tudo diante de meia dúzia de agentes, que nada podem fazer, fechados na administração com placas de aço nas janelas para se protegerem de tiroteios.

O mais chocante crime desta semana tem o dedo de um foragido do IPV que apertou o gatilho para matar o policial civil Michel Vieira e a mãe dele, em um assalto frustrado na zona leste da Capital. A Justiça já tinha interditado o IPV. A Brigada Militar já vinha monitorando e capturando fujões, e, agora, a Polícia Civil. Todos tentando prender quem deveria estar preso.


Descaso no semiaberto

Saiba o que os policiais encontraram durante o pente-fino no Instituto Penal de Viamão (IPV), na manhã de ontem:

- 16 armas apreendidas – Uma das pistolas recolhidas ontem no IPV pode ter sido usada em um homicídio registrado recentemente em Porto Alegre. A polícia, com ajuda das provas periciais, irá investigar o caso.

- Cinco quilos de drogas – Detentos teriam montado uma boca de fumo dentro do presídio para vender drogas a moradores, que tinham entrada facilitada no local pela fragilidade da vigilância no abrigo.

- Seis mulheres – Quando o batalhão entrou na cadeia, seis mulheres estavam irregularmente no local. É possível que elas tenham dormido na prisão. No ano passado, já tinham sido registradas visitas femininas ao presídio fora do horário permitido, inclusive de adolescentes.

- Quatro carros clonados – Envolvimento de detentos em roubo de carros era um dos crimes investigados pela polícia. Quatro veículos clonados estavam estacionados no pátio do IPV na madrugada de ontem.

- 303 celulares, 89 carregadores e 91 chips – O número de aparelhos recolhidos expõe a facilidade com que entravam na cadeia. Interceptações telefônicas foram peças fundamentais para que a investigação confirmasse o envolvimento de presos em diversos delitos cometidos nas ruas.


AS PROMESSAS 

MAIS AGENTES - O secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, comprometeu-se a dobrar o número de agentes penitenciários que atuam no IPV. Atualmente, são apenas 12. Michels sinalizou, também, para a realização de um concurso público para contratação de 1,4 mil novos agentes penitenciários ainda este ano.

REFORÇO NA SEGURANÇA - Outra medida imediata anunciada pelo secretário é o reforço no policiamento no entorno do albergue, com apoio da Brigada Militar.

TORNOZELEIRAS - A partir de março, 400 tornozeleiras eletrônicas serão usadas para monitorar presos do semiaberto, segundo o superintendente da Susepe, Gelson dos Santos Treiesleben. Inicialmente, a previsão era de que a medida fosse implantada em fevereiro. A expectativa é de que, até o fim do ano, a Susepe tenha 800 tornozeleiras à disposição.

NOVOS ALBERGUES - Treiesleben anunciou ontem que, também em março, dois imóveis devem ser alugados para abrigar novos albergues na Região Metropolitana, totalizando 300 novas vagas, que serão ocupadas por apenados transferidos do IPV. A promessa de novos albergues em locais alugados também não é nova. A locação, que havia sido anunciada para novembro do ano passado, foi adiada para o mês de janeiro.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

TRENSURB: USO MODERADO DOS MEIOS

VIA FACEBOOK

Alberto Afonso Landa Camargo

Num jornal televisivo de hoje de manhã foi entrevistado o delegado da PC que preside o inquérito referente ao caso do Policial militar que, no trem, matou um bandido e acabou acertando também um terceiro, que ficou lesionado.

O delegado foi taxativo e esclarecedor na sua análise, para determinar que o policial militar agiu em legítima defesa própria. Foi mais longe, explicando que o policial, estando o bandido armado com uma faca, fez uso moderadamente do único meio de que dispunha para defender-se, ou seja, da arma de fogo. Explicou, ainda, que a moderação do uso está comprovada pelo fato de que o policial dispunha de mais munição na arma, mas, mesmo assim, não efetuou mais disparos tão logo constatado que a agressão cessara.

Como o art. 73 do CP estabelece que o ato praticado contra o terceiro envolvido acidentalmente (aberratio ictus) é considerado contra a pessoa visada, aplica-se também a regra da excludente de ilicitude.

Para o delegado, portanto, o policial militar não praticou nenhum delito e esta tese deverá ser seguida pelo ministério público com toda certeza, dada a independência com que se comportam tais autoridades.

O delegado fez aquilo que outros deveriam ter feito, isto é, sem medo de indispor-se contra uma imprensa tendenciosa a incriminar o brigadiano, no exercício da sua discricionariedade como autoridade que é, posicionou-se corajosamente valendo-se da justiça e do seu saber jurídico.

Este delegado, cujo nome infelizmente não consegui gravar, certamente não será alvo de elogios de órgãos de direitos humanos, nem indicado para o recebimento de medalhas concedidas pelo governo, como tampouco não o será o policial militar, mas, com certeza, é merecedor do nosso elogio e da nossa admiração pela maneira isenta como se comporta no exercício da sua discricionariedade.

COMISSÃO DA VERDADE QUER REVER BRASÃO DA PM

FOLHA.COM 25/01/2013 - 05h00

Comissão da Verdade de SP quer rever brasão da Polícia Militar



DE SÃO PAULO - A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo vai propor a revisão do brasão de armas da Polícia Militar paulista. Desde 1981, o símbolo presta homenagem ao golpe de Estado de 1964, que implantou a ditadura militar no país.

O brasão contém 18 estrelas que, segundo o site da PM, representam "marcos históricos da corporação". De acordo com a página, a 18ª estrela é uma referência à "Revolução de Março". O termo "revolução" é usado por militares que negam que houve uma ditadura no país de 1964 a 1985.

Em janeiro de 2012, a Folha noticiou que os sites da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e da PM tratavam o golpe como "Revolução de Março". A pasta retirou a expressão no mesmo dia; a PM a manteve.

"A Comissão da Verdade pretende sugerir a revisão e análise do significado dessas estrelas", disse o deputado Adriano Diogo (PT), presidente do colegiado paulista.

Segundo ele, os caminhos formais para sugerir uma revisão no símbolo ainda serão discutidos com os integrantes da comissão.

Criado em 1958 pelo então governador Jânio Quadros, o brasão de armas da PM foi alterado em 1981, na gestão de Paulo Maluf, que acrescentou a 17ª e a 18ª estrelas.

Além do golpe de 1964, estão representados no brasão outras ações repressivas realizadas pelas Forças Armadas em episódios controversos, como a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), que devastou o país vizinho, e a revolta de Canudos (1897) no sertão baiano, que dizimou todos os participantes do movimento.

Há ainda estrelas em homenagem às repressões à Revolta da Chibata (1910) e ao levante dos 18 do Forte de Copacabana (1922).

Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que não comentaria o assunto por se tratar de um tema "de natureza política". (PATRÍCIA BRITTO)

Editoria de Arte/Folhapress



POLICIAIS QUE MATAM NÃO PODEM SER PROMOVIDOS



ZERO HORA 25/01/2013 | 06h03

Morte de suspeitos

Resolução federal vira polêmica na segurança. União sugere que policiais que matam não sejam promovidos até fim de investigação


Pedro Moreira


Ao propor que policiais que matarem suspeitos não sejam promovidos por merecimento ou bravura enquanto a investigação sobre o incidente esteja em curso, uma resolução do governo federal provoca controvérsia entre autoridades e especialistas em segurança.

A proposta passaria por cima do princípio da presunção de inocência, que protege investigados e acusados. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul não deverá adotar a medida, mas o assunto também virou polêmica no Estado.

Com caráter de recomendação aos Estados e sem força de lei, a resolução firmada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em 21 de dezembro aponta para um posicionamento firme da União em relação ao aprofundamento nas investigações de óbitos resultantes de confronto com a polícia.

A mudança que motivou o documento é a proposta de que as mortes sejam classificadas como "homicídio decorrente de ação policial" em boletins de ocorrência e inquéritos, e não mais como "resistência seguida de morte". Conforme a ministra Maria do Rosário, titular da secretaria, as denominações usadas atualmente em boa parte dos Estados são vagas e permitem que eventuais excessos ou erros de policiais sejam acobertados.

— A resolução não é ao acaso, ela é o começo de uma mudança cultural importante. O fato é que quem prende não pode julgar. Não pode atirar para matar como primeira alternativa — afirma a ministra.

No Rio Grande do Sul, as mortes em confronto com a polícia já são registradas como homicídio e os termos combatidos no documento não são utilizados, conforme o secretário da Segurança Pública, Airton Michels. A proposta da resolução foi criticada pelo articulista Percival Puggina em texto publicado na edição do dia 13 de Zero Hora, que também questiona o porquê de a recomendação não tratar de situações que envolvam a morte de policiais e do "cidadão qualquer". Para ilustrar, Puggina cita o exemplo dos policiais que mataram três assaltantes durante confronto em Cotiporã, no final do ano passado, que teriam de aguardar o desenrolar dos trâmites de investigação para uma eventual promoção.

Proposta pode gerar ação judicial

Presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho, que representa os cabos e soldados da Brigada Militar, e também no comando da Associação Nacional dos Cabos e Soldados, Leonel Lucas afirma que a entidade nacional lutará contra o posicionamento do governo federal em relação às promoções:

— Vamos entrar na Justiça contra isso. O policial vai ser prejudicado. Como que tu vais julgar, ele não pode ser prejudicado antes. Daqui um pouco, os Estados aplicam isso, principalmente no Norte e no Nordeste, onde gostam de prejudicar o policial militar. Os policiais militares vão ficar com o pé atrás antes de agir, isso não pode prejudicar a carreira.

O promotor David Medina, coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público, entende que a resolução é importante por padronizar o registro de morte nacionalmente. Mas questiona o possível excesso em relação às promoções:

— Acho que o trabalho policial tem de ser limitado, ter regras bem definidas, baseadas em referências técnicas. Mas acho que (a resolução) peca na questão do afastamento imediato e a impossibilidade de concorrer a promoção. Se existe pessoa que tem mais probabilidade de matar é o policial. De todas as profissões, é a que está mais sujeita a esse tipo de situação.

Advogado Criminalista e Professor de Direito Penal da PUCRS, Rafael Canterji entende que o bom policial será o maior protegido pela garantia de investigação, uma vez que haverá provas de que o trabalho técnico foi bem desempenhado.

— Mas discordo da regra geral que impossibilita a participação do policial na promoção — avalia Canterji.

Ressaltando apoiar, de modo geral, a nova resolução, o secretário Airton Michels diz que o Estado não tem interesse em aplicar a mudança:

—Temos o princípio constitucional da inocência, até que se prove o contrário, só uma investigação em andamento não é o suficiente para impedir promoção.


Entrevista: Maria do Rosário Titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos

"Hoje fica mais difícil identificar o mau policial"

Uma medida para preservar o trabalho do bom policial. Assim a ministra Maria do Rosário, titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, resume a intenção da resolução que recomenda a abolição de termos como autos de resistência e resistência seguida de morte de boletins de ocorrência, registros policiais, inquéritos e notícias de crime. A ministra falou, por telefone, com Zero Hora. Confira:

Zero Hora — Há um descontrole sobre como ocorrem as mortes em confronto com a polícia no Brasil?

Maria do Rosário — Existe uma necessidade de que as informações sejam claras e de que toda a situação seja investigada. Há circunstâncias em que os policiais na defesa da vida ou de outras vidas podem vir a cometer situações que levem ao óbito, mas existe uma banalização desse tipo de registro como resistência. A forma como é registrado permite que haja abuso desse expediente.

ZH — Mudar a forma como uma morte em confronto com a polícia é registrada vai levar a alguma mudança prática na atuação das polícias?

Maria do Rosário — Isso soma para polícias que têm como principal intenção preservar a vida e que consigam separar aqueles policiais que não agem nesse sentido.

Zero Hora — Como a senhora recebe críticas como a de que a resolução limita o trabalho do policial e acaba "protegendo" o criminoso?

Maria do Rosário — É exatamente o contrário. A resolução prevê uma polícia mais técnica, capaz de responder pelos seus atos. Hoje, qualquer morte pela polícia é registrada como confronto, fica mais difícil identificar um mau policial. A resolução favorece os bons policiais e a população.

ZH — Um dos pontos da resolução é que policias envolvidos em mortes de supostos criminosos não poderiam participar de processos de promoção por merecimento ou bravura.

Maria do Rosário — Isso vai ajudar a agilizar a resolução dos fatos. Para que os policiais não se sintam prejudicados em suas promoções, as corregedorias terão de agir com rapidez. Eu lido com realidades em que aqueles que mais matam têm mais promoções. Isso é inadequado, a polícia deve preservar a vida. Deve estar esclarecido que, de fato, cometeu o óbito para defender a sua vida ou a vida de alguém, nos termos da lei.

ZH — Outro ponto é que os policiais terão de ser afastados até o final da investigação. Isso não é inviável, considerando os problemas de efetivo o tempo de investigação das corregedorias?

Maria do Rosário — Não são muitos os policiais que matam, é uma exceção, tem de ser exceção. Isso vai preservar o policial, que é um ser humano.

ZH — Representantes da chamada "linha de frente", como batalhões de operações especiais e de choque, foram ouvidos durante a discussão da nova resolução?

Maria do Rosário — Houve um período de consulta pública, ficou um bom período na internet. Estamos trabalhando para criar uma comissão de Direitos Humanos dos policiais. Já foi aprovada, e a ideia é que até março estejamos com essa comissão instalada.

ZH — Há resistência por parte das polícias e dos órgão responsáveis pela segurança para aplicar essa resolução?

Maria do Rosário — Claro que há, mas enfrentamos isso muito seguidamente, as resistências às políticas de Direitos Humanos. O que trabalhamos é para preservar direitos. A resolução não é ao acaso, ela é o começo de uma mudança cultural importante. O fato é que quem prende não pode julgar. Não pode atirar para matar como primeira alternativa.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Só podia vir de autoridades alienadas e burocratas que não sabem nada da rotina policial, desconhecem as causas da criminalidade, colocam o direito individual acima do interesse público e defendem criminosos ao invés de defender os direitos à vida, à saúde e ao patrimônio do cidadão de bem, de policiais, de juízes, de promotores de justiça e de agentes prisionais que operam num submundo em ações e processos de justiça criminal onde o risco de morte é uma linha muito fina que sustenta a vida e depende do preparo, da atenção, da sorte, das circunstâncias emocionais, dos instrumentos, dos equipamentos de segurança e de decisões de inopino no calor dos fatos, muitas vezes envolvendo armas de guerra e locais urbanos dominados por facções.

A propósito: diante de uma justiça que centraliza o transitado em julgado nas cortes supremas em Brasília, quando é que este policiais serão absolvidos para a devida e justa promoção?

Há século, a justiça criminal abandonou as forças polícias; há décadas fracionaram as polícias dividindo o ciclo; Há anos proibiram o uso das algemas;  há meses tiram direitos e salários dignos; há dias inutilizam os esforços contra o crime; e agora querem tirar o espírito de bravura e heroísmo dos policiais. O Estado está entregando a motivação e a vida dos policiais, falta entregar o Brasil para a bandidagem.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

PM É FERIDO AO LUTAR COM TRAFICANTE


24 de janeiro de 2013 | N° 17322

EM CONFRONTO

PM é ferido ao lutar com traficante. Soldado foi baleado com a própria arma ao entrar em luta corporal com bandido na Capital


ALINE CUSTÓDIO

Um experiente policial está entre a vida e a morte após tentar prender sozinho um criminoso, no Campo da Tuca, na zona leste da Capital. O soldado Marcelo Fogaça Rocha, 41 anos, do 19º Batalhão de Polícia Militar, foi baleado na barriga com a própria arma – uma espingarda calibre 12 – durante uma abordagem por volta das 6h15min de ontem.

Conforme o comandante em exercício daquele batalhão, major Alexandre da Rosa, o PM foi ferido quando tentava prender Ivan Claudionor Lopes Simões, 32 anos, suspeito de envolvimento com o tráfico, na Rua C, no Campo da Tuca, bairro São José.

– O soldado Fogaça e outro colega abordaram o táxi onde estava o suspeito, que carregava um revólver de calibre 38. Simões desceu do carro e entrou em luta corporal com Fogaça. Ele conseguiu pegar a arma do policial e atirou contra o PM – relata o oficial.

O mais curioso no episódio é que Simões, que tem antecedentes por tráfico e formação de quadrilha, já estava ferido. Ele fora atingido por dois tiros duas horas antes, quando uma guarnição o surpreendeu e a outros sete indivíduos em frente a uma boca de fumo na região do Campo da Tuca. Os suspeitos teriam disparado ao fugir, e os policiais revidaram, acertando Simões, que escapou. Os policiais chamaram reforços e foi então que Fogaça e um colega chegaram à Tuca, para ajudar.

Apesar de usar colete à prova de balas, Fogaça acabou atingido entre a virilha e o abdômen. O próprio comandante reconhece que o PM está um pouco acima do peso e por isso o colete fica mais curto no corpo. O disparo – três balins de chumbo contidos dentro de um cartucho da espingarda – acertou justo na parte desprotegida, próxima à virilha, rompendo artérias, intestino e outros órgãos internos.

Simões, que já estava ferido, foi preso pelos colegas do PM. O soldado passou por uma cirurgia no Hospital São Lucas, da PUCRS, e permanecia em estado gravíssimo até a noite de ontem. Durante todo o dia, policiais militares mantiveram a ação no Campo da Tuca, com abordagens.

Casado e pai de dois filhos, Fogaça está na Brigada Militar há 15 anos.

O RISCO DA VALENTIA


ZERO HORA 24 de janeiro de 2013 | N° 17322

SUA SEGURANÇA | Humberto Trezzi


O que o soldado Fogaça, o policial civil Michel Vieira e os quatro PMs que tirotearam com bandidos em Cotiporã, no fim do ano, têm em comum? A coragem. Todos tentaram neutralizar ameaças contra eles e contra a coletividade, mostrando destemor. O problema nos três episódios é que a valentia não supera alguns erros técnicos de abordagem equívocos que, algumas vezes, levam à morte.

Michel e os quatro PMs envolvidos no tiroteio na Serra reagiram contra criminosos que estavam em vantagem, numérica ou pelo fator surpresa. No caso do policial civil, que sacou a arma contra um bandido já armado durante um assalto na Capital na terça-feira (e que tinha um parceiro na espera, não visto pelo agente), isso foi fatal. Ele morreu, mesmo tendo causado ferimentos num dos oponentes.

Em Cotiporã, os quatro policiais enfrentaram nove bandidos armados com fuzis. Dois PMs ficaram feridos e três bandidos mortos – um misto de audácia, perícia e sorte por parte dos agentes da lei. Por uma questão de lógica, poderia ter ocorrido o contrário e estaríamos, agora, lamentando a morte de pessoas que agiram em defesa da sociedade. No caso de ontem, o soldado Fogaça e outros quatro PMs procuravam oito traficantes do Campo da Tuca, sabidamente armados.

Ora, uma das regras mais antigas ensinadas nas academias policiais é a do “três por um”: o recomendado é que os policiais estejam em superioridade de três contra um, quando tentam prender alguém. Isso para que o próprio criminoso desista, ao saber que está em menor número.

Nesses três confrontos ocorridos em menos de um mês no Rio Grande do Sul e que abordo aqui, os policiais estavam em menor número. No caso do policial civil, nem de colete balístico estava, por ser horário de folga. Hora de reavaliar procedimentos.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O colunista se equivoca ao falar sobre "regras antigas nas academias policiais": a regra do "três por um"  só vale nas operações de contenção que são planejadas e envolvem efetivos sob comando. Nas ocorrências de inopino geralmente é "um por um" envolvendo policiais de folga, nos bicos e no policiamento a pé isolado; ou "dois por um" quando envolve uma guarnição motorizada ou dupla policial a pé chamados para uma ocorrência normal que pode se transformar em enfrentamento. Na emergência, o policial tem que se valer da coragem, da intuição, do diálogo, da energia e do que tem de preparo e instrumentação, pois a espera de reforços depende de permissão das circunstâncias envolvidas, especialmente quando a ocorrência evolui, é pego de surpresa, ou está de folga sem colete e até sem armas. A outra dificuldade dos policiais é o tempo mínimo de formação que impede melhor capacitação na prática de tiros e técnicas de imobilização.

CARREIRA POLICIAL ERA SONHO DE JOVEM



ZERO HORA 24 de janeiro de 2013 | N° 17322

MORTE EM ASSALTO

CARLOS GUILHERME FERREIRA

Sete disparos soterraram a precoce carreira de Michel Vieira, 23 anos, como policial civil. Filho único, tombou morto ao lado da mãe, Odete Bernardes Vieira, também assassinada no assalto à lancheria da família, terça-feira, na Capital.

A fatalidade impediu Michel de reunir os amigos para a tão esperada comemoração pela entrada na 3ª Delegacia de Homicídios, programada para a noite de ontem, em um pub na Padre Chagas. Ao contrário: abalados, eles tiveram de ir ao Cemitério Jardim da Paz para o duplo enterro no final da manhã. Depararam com os caixões de mãe e filho, cobertos de pétalas, lado a lado.

Quem se despediu do jovem conta que a tragédia veio em um momento de realização. Ex-militar, Michel integrou a turma 14 do concurso de 2012 da Academia de Polícia. Segundo colegas, seria o caçula da turma, mas isso em nada o prejudicaria. Dizia a todos estar certo da opção pela carreira policial. Gostava das aulas práticas e teóricas, entre Direito e lições de tiro, passando por técnicas de operações. Michel tinha vocação para policial, reiterou o instrutor Ramiro Silva.

Ele começou a trabalhar no último dia 10 e, segundo o delegado Leônidas Cavalcante, da 3ª Delegacia de Homicídios, tinha excelente futuro. Os poucos dias de atividades permitiram ao policial participar de investigações e visitar cenas de crime. De certa forma, viu o que acabaria acontecendo com ele e a mãe.

Apesar de ser brincalhão, de gostar de apelidos, de tocar flauta na rivalidade Gre-Nal – esteve na despedida do Olímpico e na inauguração da Arena do Grêmio –, sabia ser sério quando necessário. Apegado à mãe, focava na carreira muito por influência dela.

– Ele fazia tudo pela mãe e ela, por ele – lembra a madrinha, Neusa Silveira.

Isso incluía preparar lanches, fazer compras e atender clientes no negócio da mãe e do padrasto, Élgio da Cunha – a Lancheria do Alemão, na Avenida Antônio de Carvalho. Muito abalado, Cunha assistiu ao enterro da mulher e do jovem que criou como filho. Não o verá concretizar planos. Em vez disso, lembrará do grito de guerra de companheiros de Michel na Academia, reproduzido no cemitério:

– Força, energia e vibração pela instituição. Igual à 14, nunca serão.


Família já sofreu outros ataques

Antes de trabalhar na lancheria com o companheiro, Cunha, Odete Bernardes Vieira, 54 anos, passou por outras empresas. Na atual função, teve de conviver com assaltos. Em um deles, Cunha acabou baleado no joelho.

Apontado como autor dos tiros que mataram Michel e Odete, Charles Roberto de Souza Barbosa, 23 anos, morto na terça-feira, estava foragido desde 29 de novembro. Ele fugiu do Instituto Penal de Viamão, onde havia chegado 15 dias antes. Condenado a oito anos por tráfico de drogas, porte ilegal de arma e falsificação de documento público, cumpria pena no semiaberto.

ESPECIALISTA EM SEGURANÇA PÚBLICA

VIA FACEBOOK - 24 de janeiro de 2013 01:00


Gilberto Guntzel  

Seja UM, você também, é extremamente simples.

O aumento constante da violência e da criminalidade provoca um clima de insegurança na população, o que propicia um ambiente profícuo para se achar que há uma crise na segurança pública. Ocorrências graves, como tomada de reféns, tiroteios, rebeliões, homicídios grotescos e outros casos do dia-a-dia policial são aproveitados para preencher as lacunas dos telejornais.

Essas lacunas normalmente são oriundas da falta de correspondentes, de atrasos nas edições das reportagens ou, simplesmente, por não haver assuntos importantes naquele dia. Mas essa situação exige comentários e análises da imprensa, o que tem gerado espaço para um tipo de profissional muito peculiar, o "especialista em segurança".

Podemos afirmar que o especialista em segurança é uma atividade que goza de grande respeito, pois aparece na mídia, faz assessoria dos nossos governantes e até interfere no trabalho da polícia. Algumas vezes eles conseguem até elevados cargos públicos.

O especialista em segurança é tão importante como outros dois colegas de profissão, o "especialista em futebol" (aquele técnico não contratado que tem todas as fórmulas mágicas para ganhar o campeonato e apontar os infinitos erros do técnico titular) e o "especialista em churrasco" (que, mesmo sem saber diferenciar picanha de patinho, dá uma aula de como preparar um legítimo churrasco gaúcho).

A EPC International – Embusteration Picaretation Corporation, sempre preocupada com o aperfeiçoamento e o desenvolvimento dos embusteiros e picaretas, oferece aqui os fundamentos necessários para a atuação desses consultores de ocasião. Quem quiser ser um especialista em segurança, deve seguir algumas regras comuns à essa profissão:

1) NUNCA TER SIDO POLICIAL: o especialista em segurança pode ter qualquer origem: civil, militar, religiosa, não importa. Mas é fundamental que ele nunca tenha sido policial, nunca tenha visto um criminoso de perto, nunca tenha colocado sua vida em risco na defesa da sociedade. Excepcionalmente, pode-se aceitar um policial como especialista em segurança, desde que ele nunca tenha exercido atividade operacional e, igualmente, nunca tenha enfrentado bandidos, nunca tenha comandado uma unidade policial cheia de problemas ou uma delegacia de polícia na periferia. Policiais de gabinete, conhecidos pelas alcunhas "gravatinhas", "maçanetas", "papagaios-de-pirata" e outros burocratas em geral têm grande potencial para serem especialistas em segurança, pois possuem uma visão mais ampla e colorida sobre o crime.

2) POSSUIR FORMAÇÃO GENÉRICA: o especialista em segurança pode ser formado em qualquer área, menos em uma Academia de Polícia, é claro. Engenheiros, farmacêuticos, administradores, economistas, professores de educação física, sociólogos, psicólogos, podólogos, promotores de justiça, políticos em geral, juízes, promotores de vendas, enfim, todos podem ser especialistas em segurança, desde que tenham estudado profundamente o assunto no último final de semana ou tenham participado daquele seminário de um dia, que ocorreu não sei aonde. Mas, se o especialista tiver feito algo mais profundo, como um curso de vigilante em Israel, terá garantida uma entrevista no Fantástico.

3) APARECER NA MÍDIA: o especialista em segurança não pode deixar de aparecer na mídia, quer seja imprensa escrita, falada, televisada ou internetada. Não se mede a qualidade de um especialista em segurança pela sua experiência profissional ou sua formação específica. É a quantidade de vezes que ele aparecer na imprensa que irá dar a sua qualificação de suposto conhecimento e experiência. Vale tudo nesse assunto: Fantástico e Jornal Nacional têm amplitude, mas geralmente deixam um pequeno tempo de exposição. Programas como Superpop, Boa Noite Brasil, Hebe Camargo, Programa do Clodovil, além daqueles intermináveis programas femininos da manhã e tarde são melhores, pois dão aos especialistas maior tempo e oportunidade para soltarem suas "pérolas" sobre segurança.

4) FALAR O ÓBVIO: o especialista em segurança deve dar entrevistas ou escrever artigos apresentando soluções mágicas para resolver o problema da segurança. Por exemplo, o especialista em segurança deve afirmar que as autoridades policiais precisam "intensificar o policiamento preventivo" ou "investir em inteligência policial". Quanto mais óbvia for a solução mágica, melhor será o efeito "como-ninguém-pensou-nisso-antes". E, obviamente, o especialista não precisa dar detalhes sobre como serão conseguidos os recursos humanos, materiais e financeiros, qual o impacto sobre o orçamento e outros problemas que "são meros detalhes técnicos".

5) FAZER A POLÍCIA PARECER INCOMPETENTE: o especialista em segurança é especialista porque entende do assunto. Polícia não entende nada de segurança. Ao comentar os problemas de segurança, as crises e os problemas em ocorrências policiais, o especialista em segurança deve mostrar como a polícia errou, o que ela deixou de fazer, o que ela poderia ter feito. Sutilmente, o especialista em segurança deve dar indicações de que a polícia não sabe fazer bem o seu serviço. Isso é certo, pois a polícia, tendo que se desdobrar para combater a criminalidade, gerenciar recursos minguados, enfrentar problemas diários, cobranças da comunidade e dos escalões superiores, certamente não tem tempo para ficar fazendo masturbações mentais sobre o que deveria fazer ou deixar de fazer. Isso é coisa para os especialistas em segurança.

6) NÃO TER RESPONSABILIDADES: o especialista em segurança não precisa se preocupar com o que fala, pois não tem que tomar decisões, não tem responsabilidades, não é cobrado pelos seus resultados. Quando fizer uma proposta, apresentar uma idéia que irá solucionar os problemas da segurança, o especialista em segurança deve adotar duas alternativas: primeiro, se seu projeto der certo, estará comprovada sua genialidade; segundo, se der errado, sempre há alguém para culpar, principalmente os Oficiais de Polícia Militar e os Delegados da Polícia Civil, que não se empenharam corretamente em suas obrigações para fazer dar certo o magnânimo projeto do especialista em segurança. Essa é uma das maiores vantagens de ser um especialista em segurança. Por mais absurda que seja sua idéia, você não é responsável pelo "como" ou "quanto $quot; será sua aplicação, muito menos as conseqüências do fracasso.

7) PÉROLAS DOS ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA: a partir dos conceitos apresentados, apresentamos aqui algumas frases que podem ser usadas pelos especialistas em segurança iniciantes. Mesmo já tendo sido usadas anteriormente, essas frases-padrão representam o discurso que se espera de um bom especialista em segurança durante uma entrevista:

- "A conjuntura macroeconômica da globalização desenfreada tem impactado sobre a sociedade marginalizada, forçando uma busca por recursos alternativos nem sempre éticos com a legalidade".

- "A polícia precisa urgentemente investir em policiamento preventivo, em inteligência policial".

- "Os capitães comandantes de companhia e os delegados titulares de distritos policiais devem se reunir periodicamente e detectar onde e quando estão ocorrendo os delitos. Com essa informação, o policiamento deve ser direcionado para os locais de maior incidência criminal".

- "A crise de segurança ocorre porque a polícia não está fazendo o seu papel. Os policiais militares não fazem a prevenção e os policiais civis não investigam".

Viu como é fácil ser um especialista em segurança? 

Não perca essa oportunidade! Seja você também um especialista em segurança e dê palpite em um dos assuntos mais complexos da nossa sociedade atual! Junte-se a essa cambada de picaretas que cada vez mais querem criticar a profissão mais difícil, ingrata, perigosa, porém mais necessária e mais honrada do mundo: a profissão POLICIAL.


MANUAL PARA SER ESPECIALISTA EM SEGURANÇA PÚBLICA

EM 18 DE MAIO DE 2008, postamos esta pérola do blog "Segurança Pública - Idéias e Ações": http://marius-sergius.blogspot.com/

O magnífico Manual EPC (Embusteration Picaretation Corporation) para Especialistas em Segurança Pública é de autoria de Décio Leão, Capitão da Polícia Militar de São Paulo. No seu manual, Décio exibe os “fundamentos” e as condições "sine qua non" dos sujeitos que detêm o saber epistêmico desse campo.


http://blogdainseguranca.blogspot.com.br/2008/05/lanado-manual-para-ser-especialista-em.html

UM TIRO EM DEBATE





ZERO HORA 24 de janeiro de 2013 | N° 17322

A AÇÃO NO TRENSURB

A reação do soldado da Brigada Militar durante abordagem em uma estação do trensurb, na Capital, alcançou forte repercussão nas redes sociais, dividindo a opinião de especialistas e de leitores de Zero Hora na internet.

MARCELO GONZATTO E TAÍS SEIBT

Especialistas divergem sobre a ação flagrada em vídeo que mostra um policial militar em confronto com um homem armado com faca em uma estação do trensurb, na tarde de terça-feira. Parte das opiniões sustenta que o soldado Vinicius Alves de Souza, 28 anos, agiu em legítima defesa mediante a aproximação de José Betamin Nunes, 33 anos. Outro ponto de vista sugere que disparar a arma em meio ao público colocou a vida de outras pessoas em risco – outro passageiro foi atingido na canela.

O vídeo gravado em celular por outro passageiro mostra que o homem se levanta e parte em direção à porta, enquanto o policial recua. Em seguida, fora do alcance da lente, ouve-se o tiro que atravessou o abdômen do suspeito.

– O policial primeiro tentou persuadir, não conseguiu e depois agiu em legítima defesa. Fez tudo corretamente – avalia o especialista em segurança Carlos Alberto Portolan.

Outro consultor em segurança, Dempsey Magaldi, também entende que o tiro foi justificado:

– O policial tem o dever de agir diante da ameaça à sociedade. Pelo manual de instrução da polícia, seria proibido se omitir.

Para o especialista em segurança pública Marcos Rolim, porém, o recurso empregado colocou em risco a vida de inocentes. Ele diz que a legítima defesa se aplica em casos de risco iminente de vida e quando a reação é proporcional à ameaça:

– A postura do policial ao enquadrar o rapaz sentado sob a mira da arma é antiprofissional. Sentado, ele não representava risco.


Delegado: não houve excesso

Rolim acredita que a melhor técnica seria imobilizar o homem enquanto ele se encontrava sentado.

– A norma universal diz que policiais devem evitar a todo custo disparos onde há gente passando.

Portolan, embora considere que o soldado não descumpriu nenhuma norma, acrescenta que a saída ideal teria sido usar o cassetete para desarmar e imobilizar Nunes:

– Mas seria necessário um melhor treinamento do que há hoje.

A Brigada Militar deverá investigar a ação do policial

– O treinamento da BM orienta a sempre tentar preservar a vida, salvo em excludentes como a legítima defesa – afirma o comandante do Batalhão de Operação Especiais, tenente-coronel Kleber Goulart.


Para o delegado Filipe Bringhenti, embora as imagens das câmeras de segurança da Trensurb não permitam apontar o momento exato do disparo, a alegação de legítima defesa de Souza é corroborada pelas testemunhas:

– Sabemos que foi feito apenas um disparo, de cima para baixo, uma posição de segurança. Ele não se excedeu e usou do único meio de defesa que tinha à disposição naquele momento para enfrentar o suspeito, que estava armado com uma faca – sustenta o delegado.


O impacto da divulgação de vídeos

Ao mesmo tempo em que a gravação de um fato violento pode servir para expor a realidade, a divulgação na imprensa de imagens pode trazer uma sensação de insegurança e até mesmo um trauma a quem assiste. Com opiniões divergentes, especialistas avaliam os resultados da exposição de agressões, cada vez mais fácil de serem captadas e disseminadas.

Para a psicóloga e psicoterapeuta Marli Sattler, imagens como as do tumulto no trensurb são cada vez mais comuns. Ela analisa que a divulgação pode trazer efeitos negativos em quem assiste:

– Ver as cenas é mais impactante do que ouvir falar. Então, as pessoas tendem a se sentir mais inseguras ao ver esse tipo de imagem por dois aspectos: sabem de uma quantidade bem maior de situações, e vê-las é mais chocante do que ficar sabendo por ouvir dizer. Isso contribui para essa sensação de maior insegurança.

Já na opinião do psicanalista Mário Corso, a veiculação das imagens pode servir para abrir um debate sobre a atitude dos envolvidos. Ele chama estas situações de realidade ampliada e não vê problemas na divulgação, desde que o que tenha sido gravado não invada a privacidade de alguém:

– Essa é a realidade, vimos como todas as pessoas que estavam lá no trensurb. Serve para saber o que realmente aconteceu, não fica no “disse me disse”, ajuda a dar transparência .

Especializado em trauma, o psicólogo Edson Sá Borges aposta em uma edição das imagens – que não mostre o momento da agressão – para não correr o risco de traumatizar um número maior de pessoas na exposição feita pela mídia. Ele comenta que o trauma pode ser multiplicado e a violência, banalizada:

– Não concordo com a ideia de que se mostrar aumenta a consciência das pessoas e funcionaria como uma maneira de coibir.


O trensurb

O gerente de operações da Trensurb, Rubenildo Ignácio, considera a ocorrência de terça-feira um episódio isolado:

– É um caso extremamente raro, de uma pessoa descontrolada e armada no trem. Não temos registro de outro caso como esse – afirma ele.

Embora usuários do trem já tenham sido vítimas de furtos dentro dos vagões, o mais comum é ataque a bilheterias da Trensurb – foram 19 assaltos em 2012. Ignácio destaca que esse problema foi contornado, com a identificação e a prisão da quadrilha.

– Temos mais de 300 câmeras no sistema, com o pessoal monitorando isso e temos gravação de tudo o que está ocorrendo – destaca.

A Trensurb conta com 118 funcionários na segurança, que fazem o controle das câmeras e circulam nos trens e nas estações.


Os personagens

José Betamin Nunes - suspeito - Conforme testemunhas, José Nunes, 33 anos, estaria ameaçando passageiros com uma faca. Atingido pelo disparo de um PM no abdômen, passou por cirurgia e seguia internado em estado estável. Ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio contra o policial. A perícia encontrou maconha na mochila dele. Até ontem, nenhum familiar havia sido encontrado e ninguém havia procurado por Nunes no hospital.

Vinicius A. de Souza - Policial militar - Natural de Passo Fundo, o soldado de 28 anos estava na Estação Anchieta para se deslocar à rodoviária, onde embarcaria em um ônibus até a cidade natal para ver a mulher, grávida de sete meses. Ele foi chamado para intervir na ocorrência em que Nunes estaria ameaçando passageiros em um dos vagões. Em entrevista a ZH, na início da madrugada de ontem, Souza contou que tentou negociar com Nunes, que teria investido contra ele com a faca, forçando-o a reagir.

Lucas Silvestre Vargas - gravou o vídeo - O analista de sistemas Lucas Silvestre Vargas, 27 anos, que mora em São Leopoldo e trabalha em Porto Alegre, estava voltando para casa, por volta das 17h30min de terça-feira, quando testemunhou o incidente. Ele gravou em celular a abordagem do PM ao homem que estava deitado no chão, com uma faca na mão. Vargas relata que Nunes estava “transtornado”, mas não conseguiu ver se ele ameaçou o policial com a faca no momento do disparo, devido ao tumulto no vagão. As imagens registram o som do disparo logo após Nunes sair do vagão.


A repercussão

Até as 22h de ontem, o vídeo na página de ZH no Facebook teve 651 “curtidas”, 1.430 compartilhamentos e 641 comentários. Leia alguns deles:

Cloris Tavares Abbad - “Imagine-se dentro de um veículo, sem ter como escapar..... Já presenciei briga dentro de ônibus. É terror puro..... Temos que começar a agir como em NY, tempos atrás. TOLERÂNCIA ZERO...”

Charles Nunes - “O policial agiu totalmente dentro da técnica, havia risco de vida, uma faca pode ser muito mais letal do que uma arma de fogo.”

Fabio Boff - “Perfeita a atitude do policial. O cara estava armado com uma faca e foi pra cima dele, depois o vagabundo mata o policial aí a policia que é destreinada!”

Vítor Garcia: - “O policial agiu certo. O suspeito caminhou pra cima dele com uma faca, o que mais ele poderia fazer se não atirar para pará-lo? O tiro não matou o sujeito, só o feriu. Parabéns ao policial.”

Ceci Guedes - “Mostra policiais completamente despreparados para enfrentar qualquer tipo de situação e ainda mais zelando por nossa segurança.. Triste com uma coisa dessa!”

Alex Sandro Oliveira - “Para mim esse policial é despreparado. Se todos os PMs fossem agir assim muita gente estaria morta. Cada caso é um caso. Nesse caso, ele deixou a desejar.”

Diogo Cesar - “O policial nao sabe como agir e ainda faz uma abordagem totalmente equivocada.”


O que fazer

Confira algumas recomendações para o cidadão comum que se vê em meio a um conflito como o registrado em vídeo dentro do trensurb:

- Mantenha a maior distância possível da fonte de risco, a exemplo de uma pessoa armada com faca ou revólver.

- Procure chamar a polícia ou um segurança o mais rapidamente possível.

- Não tente interferir diretamente na situação, como procurar desarmar o agressor.

- Muito cuidado ao querer filmar ou fotografar a situação. Lembre-se que ficar próximo à ação aumenta o risco de se tornar vítima.

Fonte: especialista em segurança Carlos Alberto Portolan

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PANCADARIA NA ASSEMBLEIA DOS RODOVIÁRIOS DE PORTO ALEGRE

ZERO HORA 23/01/2013 | 01h34

Assembleia dos rodoviários termina em briga e bloqueia trânsito na Capital. Avenida Venâncio Aires, no bairro Cidade Baixa, ficou com tráfego bloqueado por cerca de quatro horas


Para debelar a confusão, brigadianos lançaram pelo menos duas bombas
Foto: Jean Schwarz / Agencia RBS


Letícia Costa



Uma assembleia dos trabalhadores rodoviários terminou em pancadaria por volta das 20h desta terça-feira, em Porto Alegre. A reunião, que ocorria em plena Avenida Venâncio Aires, no bairro Cidade Baixa, foi interrompida no momento da votação de um reajuste salarial oferecido à categoria. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, sem gravidade.

Mesmo assim, um aumento de 7,5% foi aprovado. Pessoas que teriam votado a favor do aumento entraram em conflito com sindicalistas contrários à proposta. Na confusão, o repórter fotográfico de Zero Hora Jean Schwarz foi agredido.

— Houve um confronto interno, com arremesso de tijolos e pedras — relata o major André Luiz Córdova, que responde pelo comando do 9º Batalhão de Polícia Militar.

Uma equipe do Pelotão de Operações Especiais acompanhava a assembleia e precisou intervir para separar a briga, que tomou um trecho da avenida. Para debelar a confusão, brigadianos lançaram pelo menos duas granadas de efeito moral, e um grupo ficou trancado na sede do sindicato até as 21h45min, quando os integrantes foram identificados e liberados um por um. O trânsito ficou parcialmente interrompido na esquina da Venâncio com a João Pessoa e com a Lima e Silva por quase quatro horas.

Apesar do conflito, o sindicato considera que a categoria aprovou o reajuste salarial. No entanto, são esperadas contestações do resultado. Membros da comissão de negociação, composta por funcionários dos consórcios de ônibus de Porto Alegre, dizem que pessoas que não integram a categoria foram levadas pela diretoria do sindicato à assembleia para votar a favor da proposta.

— Dois ônibus desembarcaram com uma gurizada que foi trazida para votar a favor da patronal. Na votação, nós (rodoviários) levantamos os crachás. Eles (gurizada) só levantaram o braço. Não são rodoviários — diz Rubens Antônio Dobal da Silva, funcionário da Carris e membro da comissão.

Ele ressaltou que a categoria também pleiteia jornada de trabalho de seis horas diárias e fim do banco de horas. As reinvindicações são consideradas inalcançáveis pelo presidente do sindicato, Julio Gamaliau Pires. Ele nega que a direção tenha incluído pessoas que não são rodoviários na votação.

— Estamos com a consciência tranquila, nós fizemos o melhor para o trabalhador. A comissão de negociação não queria avançar na conversa e ganhamos o mesmo reajuste que o ano passado, maior que a inflação — explica.

VÍDEO

Repórter Felipe Daroit, da Rádio Gaúcha, mostra em imagens exclusivas a pancadaria em assembleia de rodoviários da Capital. A assembleia dos rodoviários realizada na noite desta terça-feira, dia 21, acabou em grande confusão e pancadaria. A equipe do Pelotão de Operações Especiais acompanhava a assembleia e precisou intervir para separar a briga, que tomou um trecho da Avenida Venâncio Aires.

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PM NÃO REPASSOU ALERTA DE ATAQUE A BANCO

ZERO HORA 23/01/2013 | 09h17

BM admite que errou após ataque a banco em Santa Cruz do Sul. Um inquérito foi aberto para apurar os motivos da falta de atendimento da ocorrência no prazo devido

A Brigada Militar confirmou que houve erro por parte da corporação no caso do ataque à agência do Itaú em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, na noite de domingo.

Segundo o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, major Ailton Pereira Azevedo, foi feito o comunicado à corporação pelo sistema de segurança do banco. O que não se sabe é se houve negligência por parte do policial de plantão que atendeu a ligação da central de São Paulo.

Um inquérito foi aberto para apurar os motivos da falta de atendimento da ocorrência no prazo devido.

Conforme a delegada Ana Luísa Aita Pippi, da 1ª Delegacia de Polícia do município, a empresa terceirizada responsável pelo monitoramento do banco afirma que seguiu o procedimento padrão e acionou a BM por telefone assim que o alarme disparou, por volta das 19h de domingo. Ainda segundo ela, a empresa forneceu o horário do aviso e o nome do policial que atendeu a ocorrência. No entanto, o furto foi registrado somente na manhã de segunda-feira, quando funcionários chegaram para trabalhar.

O prazo para conclusão da investigação é de 40 dias. No entanto, o comandante pediu que o processo seja concluído em até 30 dias. O resultado do inquérito será encaminhado para a Polícia Civil e para a corregedoria da BM.


ZERO HORA 24 de janeiro de 2013 | N° 17322
ATAQUE A BANCO. PMs são afastados em Santa Cruz

A Brigada Militar (BM) de Santa Cruz do Sul afastou de suas funções os dois policiais militares que estavam na sala de operações na noite do último domingo quando uma ligação telefônica avisou sobre um ataque ao banco Itaú. Uma investigação interna foi aberta na segunda-feira para verificar quem teria falhado e por que uma viatura não foi verificar a agência bancária. Conforme o comandante interino do 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Ailton Pereira Azevedo, o banco avisou a BM por telefone entre 19h e 19h15min. No entanto, nenhum policial foi averiguar a situação.



SE EU NÃO REAGISSE. ELE IA ME ESFAQUEAR

ZERO HORA 23/01/2013 | 01h26


"Se eu não reagisse, ele ia me esfaquear", diz PM que atirou em homem em trem. Confusão aconteceu na tarde desta terça-feira dentro da estação Anchieta

Letícia Costa



Natural de Passo Fundo, o soldado da Brigada Militar Vinicius Alves de Souza, 28 anos, estava na Estação Anchieta para se deslocar à rodoviária. Pegaria um ônibus até a cidade natal para ver a mulher, grávida de sete meses, mas foi chamado para intervir na ocorrência em que José Betamin Nunes, armado com uma faca, estaria ameaçando passageiros em um dos vagões da Trensurb.

Após alguns minutos de negociação, o policial o convenceu sair do trem. Nesse momento, Nunes teria tentado atingir o policial, que revidou com um tiro. O projétil ultrapassou o abdômen do suspeito e acabou atingindo a canela esquerda de um passageiro. Em entrevista a ZH, Souza conta o que aconteceu.

Zero Hora — Como foi a ação?

Vinicius Alves de Souza — Estava indo à rodoviária para ir para Passo Fundo. O trem estava parado. Me viram, fardado, e me chamaram, dizendo que tinha um homem com uma faca no vagão. Quando o vi, pedi que saísse, e ele disse "daqui, não saio. Só se me der um tiro". Falei umas quatro vezes que só queria conversar com ele, mas ele virou a faca na mão e veio no embalo para me atingir. Daí, Atirei.

ZH — O senhor não ficou com receio de atingir passageiros?

Souza — O vagão já estava parado, pois todo mundo estava de olho no cara com a faca, pelas câmeras. Na hora que ele investiu contra mim, não tinha o que fazer. Consegui visualizar bem ele, tanto que pegou no abdômen, mas a situação teve o azar de a bala sair pelas costas e acertar uma pessoa que não tinha nada a ver.

ZH — O que o senhor achou que o homem faria com a faca?

Souza — Me falaram que ele estava ameaçando outros passageiros. Se eu não reagisse, ele ia me esfaquear.


ZERO HORA 22/01/2013 | 18h51

Policial atira em suspeito que ameaçava passageiros com uma faca no Trensurb. Após confusão, composição ficou parada por cerca de 20 minutos


Perícia colheu provas na Estação Anchieta, em Porto Alegre, onde aconteceu o incidente
Foto: Félix Zucco / Agencia RBS

Um incidente na estação Anchieta do Trensurb, em Porto Alegre, acabou com duas pessoas feridas por volta das 17h30min desta terça-feira. Um soldado da Brigada Militar disparou contra um homem que estava com uma faca dentro do trem e ameaçava passageiros.

Em depoimento à polícia, o brigadiano Vinicius Alves de Souza, 28 anos, disse que estava aguardando o trem quando pessoas saíram assustadas do vagão e relataram que havia um homem armado com uma faca ameaçando os passageiros. Então, ele teria pedido a José Betamin Nunes, 33 anos, que saísse para eles conversarem.

Após alguns minutos de negociação, o policial o convenceu sair do trem. Nesse momento, Nunes teria tentado atingir o policial, que revidou com um tiro. O projétil ultrapassou o abdômen do suspeito e acabou atingindo o passageiro Jorge Luis da Rosa Vidal, 50 anos, na canela esquerda, onde ficou alojado.

Segundo o delegado Filipe Bringhenti, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, o suspeito vinha sendo monitorado pela empresa, após funcionários da bilheteria avisarem que o homem estava armado. Seguranças da Trensurb afirmaram que ele seria abordado na estação Niterói, onde havia efetivo para realizar a ação.

A operação gerou tumulto entre os passageiros e interrompeu o percurso por cerca de 20 minutos. Roger do Amaral, 25 anos, estava no trem, porém em outro vagão. Ele relatou que, assim como ele, várias pessoas desceram do trem assustadas. Algumas entraram em outros vagões e outras ficaram do lado de fora.

– Nem vi direito o que aconteceu. Algumas pessoas saíram correndo do trem quando chegamos na estação, pois o cara estava com a faca na mão. O pessoal que não conseguiu sair ficou assustado com o tiro, alguns chegaram a se jogar no chão. Depois vieram a Brigada e o Samu e o trem saiu após uns 10 minutos – relata.

Os dois atingidos foram levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Cristo Redentor. Conforme a assessoria da instituição, o estado de Vidal era estável e, após ser atendido, ele deveria ser liberado na noite desta terça-feira.

Nunes estava em estado grave e passou por cirurgia no início da noite de terça. Segundo o delegado, ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio contra policial e, após ser liberado pelo hospital, será ouvido e encaminhado ao Presídio Central. Como ficou comprovado que o soldado agiu em legítima defesa, o inquérito não irá adiante.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Policial sem o bastão de defesa, sem uma arma de choque e sem uma prática aprimorada em técnicas de imobilização, depois da negociação só pode usar o único instrumento de defesa que possui no momento: a arma que está portando. Vão querer o que diante de uma pessoa atacando com arma branca, uma arma letal em confronto aproximado?

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

POLICIAL CIVIL E A MÃE SÃO MORTOS A TIROS EM ASSALTO


ZERO HORA  22/01/2013 | 16h30

PORTO ALEGRE - Mãe e filho policial são mortos a tiros. Vítimas teriam reagido a assalto em lancheria da família no Bairro Jardim Carvalho


Foto: Lívia Stumpf / Diario Gaucho


Mãe e filho foram baleados em um assalto por volta das 13h desta terça-feira em uma lancheria no Bairro Jardim Carvalho. Michel Vieira, 23 anos, era policial civil recém formado e teria reagido ao roubo no estabelecimento na esquina das avenidas Ipiranga e Antônio de Carvalho. Ele foi atingido por, pelo menos, sete tiros. A mãe, Odete Bernardes Vieria, 54 anos, foi atingida por um disparo.

No horário de almoço, havia cerca de cinco clientes na Lancheria do Alemão, quando dois homens chegaram em um Gol prata e anunciaram o assalto. O policial reagiu e houve troca de tiros. Michel e a mãe dele, foram atingidos atrás do balcão e morreram no local.

Um dos assaltantes foi baleado, no mínimo, quatro vezes, e levado pelo comparsa no posto de saúde do Bairro Bom Jesus, mas não resistiu aos ferimentos. O segundo suspeito fugiu no mesmo carro, um Gol prata com placa clonada, e foi preso ainda na Avenida Protásio Alves.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o coronel Alfeu Freitas Moreira, comandante do CPC, disse que os bandidos "eram pessoas com grandes antecedentes criminais".

— É uma questão de prender quem já deveria estar preso. Conversei com a comunidade, com o líder comunitário aqui do Jardim das Bananeiras, para que junto com a Brigada Militar possam identificar quem são os meliantes que estão atuando aqui. Queremos qualificar melhor as ações, culminar com serviços de inteligência e tirar de circulação, por menor o tempo que fiquem presos, tirar essas pessoas que estão incomodando a comunidade do bairro — disse Freitas. 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

BANDIDOS COM AR-15, UMA ARMA DE GUERRA


ZERO HORA 21/01/2013 | 05h35

BM apreende fuzil AR-15 no bairro Cavalhada, em Porto Alegre. Flagrante nesta madrugada foi feito após o registro de um caso de violência contra a mulher


Fuzil AR-15 foi apreendido pela Brigada Militar em uma casa do bairro CavalhadaFoto: Dani Barcellos / Especial


Policias militares que foram atender um caso de violência contra mulher acabaram apreendendo uma arma de guerra em uma casa do bairro Cavalhada, zona sul de Porto Alegre, na madrugada desta segunda-feira.

O fuzil americano AR-15, usado por forças armadas, estava na casa onde moram a vítima e o acusado de agressão. Uma pistola calibre 0.40, também restrita, uma garrucha e 202 balas — de oito diferentes calibres, 82 delas do tipo 5.56, de AR-15 — também foram encontradas no local.

— A mulher relatou que estava com medo porque o marido possuía armas em casa. Quando perguntamos mais, contou que era uma arma longa, com características de fuzil — disse o capitão Euclides Neto, oficial supervisou da BM que participou da apreensão.

Inicialmente, o suspeito relutou em abrir a porta da casa. Os policiais usaram ligações telefônicas para convencê-lo.

— Ele pensava que estávamos registrando só o caso de Maria da Penha (como é conhecida a lei que determina as punições para agressão contra a mulher). Mas a casa era pequena e o armamento estava a vista, no quarto e na cozinha — continuou o capitão Neto.

Até as 5h, o caso era registrado na 2ª Delegacia de Pronto Atendimento, no Palácio da Polícia. O nome do suspeito não foi divulgado porque ele ainda não foi indiciado.


sábado, 19 de janeiro de 2013

DEVER POLICIAL FAZ ESQUECER FILHA BEBÊ EM CARRO

ZERO HORA 18 de janeiro de 2013 | N° 17316

DRAMA FAMILIAR. Bebê morre após ser esquecido em carro no Noroeste. Pai deveria ter levado filha de 11 meses para a creche, mas se deslocou direto ao trabalho


Uma criança de 11 meses morreu na tarde de ontem em Santa Rosa, na região noroeste do Estado, após ser esquecida dentro do carro pelo pai, o delegado titular da 2ª Delegacia da Polícia Civil do município. José Enilvo Soares de Bastos esqueceu de levar a filha única para a creche e foi direto ao trabalho. Ele lembrou que o bebê estava no veículo cerca de quatro horas depois.

Foi o telefonema da mulher de Bastos que o fez correr para ver a menina que havia sido esquecida no Golf estacionado na delegacia, no bairro Cruzeiro. Segundo o delegado Márcio Steffens, da regional de Santa Rosa, o colega de profissão chegou por volta das 14h no trabalho e trancou o veículo. Quando saía para uma ocorrência, a mulher telefonou para saber informações da filha, e ele correu para o veículo.

– Está todo mundo muito abalado com o que aconteceu – disse Steffens.

De acordo com informações do Hospital Vida & Saúde, Alice de Bastos chegou às 18h10min na instituição e, durante quase uma hora, foram realizados procedimentos na tentativa de reanimá-la. Em estado de choque, o pai, que é natural de Santiago e trabalha há dois anos como delegado em Santa Rosa, foi internado e medicado com calmantes. Até as 23h45min de ontem, ele permanecia no hospital.

O delegado Márcio Steffens relata que um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte da menina.


ZERO HORA 19 de janeiro de 2013 | N° 17317

TRAGÉDIA FAMILIAR. Morte de bebê expõe falhas da vida moderna. Menina de 11 meses morreu na quinta após ser esquecida dentro de carro

ITAMAR MELO

A morte de uma menina de 11 meses, deixada por quatro horas dentro de um automóvel em Santa Rosa, no noroeste do Estado, provocou consternação ao colocar um provedor no papel de responsável pela tragédia. O bebê foi esquecido no carro pelo pai, delegado de polícia no município.

Ainda que casos similares tenham se repetido nos últimos anos, no Brasil e no Exterior, o episódio da quinta-feira causa comoção por abalar noções profundamente arraigadas. Segundo o psicólogo e psicanalista Leonardo Della Pasqua, presidente da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, o caso de Santa Rosa choca porque lesa nossos conceitos sobre família e meio social.

– A criança é vista como um ser inocente e indefeso, que deve ser objeto de proteção. Quando os pais não conseguem oferecer os cuidados básicos, tememos pela própria sociedade. Provavelmente, tratava-se de um pai atencioso, mas de repente ele tem um ato de esquecimento quase inexplicável. Ficamos perplexos e perguntamos: como isso pode acontecer? – diz Della Pasqua.

O especialista observa que a comoção também é alimentada pelo temor de que qualquer um de nós esteja sujeito a viver algo tão terrível:

– Diante de um caso desses, temos medo de que o mesmo possa acontecer conosco e com os nossos filhos. Temos medo pela própria estrutura da sociedade quando as crianças são vítimas de violência.

O psiquiatra José Ovídio Copstein Waldemar, que dirige o Instituto da Família de Porto Alegre, acredita que episódios como o de Santa Rosa e outros similares geram abalo porque nos confrontam com as falhas do modo de vida moderno. Ele sugere que toda a sociedade partilha da responsabilidade pela tragédia.

– Todos nós temos tendência a viver no piloto automático. As pessoas estão sempre correndo, produzindo, tentando fazer mais. A cabeça está a maior parte do tempo no passado ou no futuro. Esse pai provavelmente estava com a cabeça em alguma coisa importante. O problema não é apenas desse pai, é de toda a sociedade. Nos serve de alarme.

Vera Maria Pereira de Mello, psicóloga e psicanalista, lamenta a situação com a qual o pai terá de lidar:

– Se ele tinha o cuidado de levar a criança à escolinha, significa que se envolvia. Penso no sofrimento desse pai, que tende a se perpetuar. Dificilmente ele conseguirá perdoar a si próprio.

Menina foi sepultada ontem em Giruá

O sepultamento de Alice de Bastos, a menina de 11 meses que morreu depois de ser esquecida dentro do carro, ocorreu ontem à tarde em Giruá, município situado a 24 quilômetros de Santa Rosa.

Alice morreu no final da tarde de quinta-feira, depois de permanecer cerca de quatro horas trancada no automóvel do pai, o delegado José Enilvo Soares de Bastos, que há dois anos atua como titular da 2ª Delegacia da Polícia Civil de Santa Rosa. Bastos levaria a criança à creche no começo da tarde, mas esqueceu-se de fazê-lo e foi direto para o trabalho, onde chegou por volta das 14h. Próximo das 18h, um telefonema da mulher perguntando pela filha fez Bastos correr para o estacionamento da delegacia, onde deixara Alice dentro do seu Golf.

A menina foi levada ao Hospital Vida & Saúde, onde foram realizados durante uma hora procedimentos para reanimá-la. A morte teria sido causada por desidratação aguda, motivada pelo calor. Em estado de choque, o pai foi internado e medicado com calmantes. Segundo o hospital, ele foi liberado ao meio-dia de ontem, para comparecer ao velório, no salão paroquial da Igreja Matriz.

O delegado Márcio Steffens, da regional de Santa Rosa, afirma que um inquérito foi aberto para apurar as circunstâncias da morte.

NESSAS HORAS, O PÂNICO MATA!

ZERO HORA 19 de janeiro de 2013 | N° 17317

ENTREVISTA

“Nessas horas, o pânico mata”
Tenente-coronel que matou assaltantes


O tenente-coronel falou ontem com ZH. Ele pediu para não ser identificado. Confira:

ZH – Como foi a abordagem?

Tenente-coronel da BM – Quando passei em frente ao mercado, um dos homens saiu, me abordou e encostou uma arma na altura do rim. Pediu para eu ficar quieto e entrar no mercado. Foi então que eu empurrei ele e saquei a pistola e efetuei um disparo contra ele. Ele não esperava a reação e correu em direção ao mercado, e eu não vi se o acertei. Ele revidou com um disparo contra mim, mas não acertou.

ZH – E o momento da reação ao assalto?

Tenente-coronel – Foi só porque tive calma que eu consegui me desvencilhar, pegar a arma e destravá-la. Se tivesse nervoso, não conseguiria. Nessas horas, o pânico mata. Mas é difícil. É como se fosse um relâmpago, passa muito rápido, não tem muito tempo para pensar.

ZH – Como surgiu o segundo bandido?

Tenente-coronel – Com os tiros que dei no primeiro homem, aquele que estava rendendo as pessoas (um casal de clientes e a dona do estabelecimento) saiu do mercado atirando – primeiro a esmo e depois na minha direção. Eu revidei para parar com a agressão dele, e um dos tiros o atingiu.

ZH – O senhor foi ferido?

Tenente-coronel – Não, mas passou perto. Acertaram o tiro no chão.

ZH – Quantos tiros foram disparados pelo senhor?

Tenente-coronel – Onze tiros. Eu fiquei até sem munição na hora.

ZH – O senhor já tinha entrado em confronto com bandido e matado alguém?

Tenente-coronel – Não, a minha ficha está limpa. Nunca precisei fazer nada disso, nunca houve necessidade, embora eu já tenha participado de cercos policiais. Foi algo inédito para mim, só tinha lido em crônica policial.

ZH – Apesar de aposentado, o senhor seguia tendo contato com armas?

Tenente-coronel – Fui instrutor de tiros e sempre pregava isso aí: tem que treinar muito com a arma para ela ser bem manuseada. Justamente porque se trabalha em locais onde, geralmente, existem aglomerações de pessoas. Tem que se ter uma determinada técnica de utilização para bem utilizá-la.

ZH – Com o episódio, o senhor se considera um herói?


Tenente-coronel – Não, não, não. Foi a preservação da vida, não tem nada de herói. Tive sorte ao reagir e nada mais.


REAÇÃO A ASSALTO
Oficial da reserva mata dois bandidos. Tenente-coronel da BM foi abordado durante ataque a mercado em Triunfo

MATHEUS PIOVESAN

Não foi durante os 30 anos na ativa da Brigada Militar (BM) que um tenente-coronel de Porto Alegre trocou tiros com bandidos. Ele viveu essa experiência 15 anos após se aposentar, na quinta-feira.

Opolicial reformado de 63 anos, que pediu para não ser identificado, entrou em confronto e matou dois assaltantes em um mercado na erma localidade de Ponta Rasa, a cerca de 50 quilômetros do centro de Triunfo. Trajava apenas bermuda, camisa de botões aberta e tênis – a farda já foi guardada no armário.

Por volta das 21h, ao caminhar na estrada em frente a sua chácara, que visita semanalmente, o tenente-coronel foi abordado por um homem, portando uma arma de calibre 38, que o coagiu a entrar no pequeno mercado onde estavam sendo feitos reféns, por outro criminoso, a dona do estabelecimento comercial e dois clientes.

Numa reação instintiva, o oficial que atuou em Taquara, Osório, Novo Hamburgo, Guaíba e Montenegro se desvencilhou do homem, sacou a própria arma, uma pistola calibre .40, e atirou contra o bandido, que revidou. Ao ouvir o barulho, o outro assaltante saiu do mercado e começou a disparar. Houve troca de tiros.

Devido à pouca iluminação e à falta dos óculos, que estavam guardados no bolso da bermuda, naquele momento o tenente-coronel apenas notou que os dois homens fugiram baleados. A dupla foi encontrada morta, um pouco mais tarde, nas proximidades, por agentes da BM que atenderam à ocorrência.

Até o final da tarde de ontem, apenas um dos dois assaltantes havia sido identificado. Segundo o major Marcus Vinicius Souza Dutra, responsável pelo 5º Batalhão de Polícia Militar de Montenegro, Alexandre Aguiar de Oliveira, 24 anos, tem passagens pelo Presídio Central de Porto Alegre e pela Penitenciária Modulada de Osório por homicídio e porte ilegal de arma. Ele estava em liberdade desde julho. A delegacia da Polícia Civil de Triunfo ficará encarregada da investigação para averiguar as circunstâncias do caso.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

EQUIPE ESPECIALIZADA PARA COMBATER ATAQUES A JOALHERIAS E ÓTICAS

ZERO HORA 18/01/2013 | 03h49

Aumento nos ataques a joalherias e óticas faz polícia criar equipe especializada. Número de assaltos a esses estabelecimentos aumentou 144% em dois anos


Bombeiros usaram mangueira para jogar água em mochila com falsa bomba deixada em lojaFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS


Um sequestro que terminou em roubo a joalheria na quinta-feira dentro do Praia de Belas, em Porto Alegre, somado a uma série de outros ataques no RS, mostra que o mercado clandestino de ouro e pedras preciosas alimenta o crime.

O delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), reconhece o aumento no número de assaltos a joalherias e óticas no Estado. Até por causa disso, há dois anos a delegacia criou uma equipe especializada na investigação de assaltos a joalherias, que auxilia delegacias do Interior.

Nos últimos cinco anos, a polícia registrou 150 assaltos a joalherias e óticas gaúchas, 44 deles em 2012. Se comparado com 2010, quando foram registrados 18 assaltos no total, o saldo do ano passado é 144% maior.

Uma explicação possível para a escolha dos assaltantes é que joalherias são muito menos guarnecidas que bancos e, por vezes, guardam valores (em metais) muito maiores que uma agência bancária. O receptador pode revender o material ou até derretê-lo, para fazer novas joias.

Ferreira afirma que as ações não são consequência de quadrilhas especializadas. Segundo ele, esses casos, registrados em sua maioria no Interior, tratam-se de pequenos roubos praticados por bandidos das próprias regiões. Ele considera a situação diferente da vivida na Capital há alguns anos, em que quadrilhas realizavam grandes roubos a joalherias, com prejuízos de mais de R$ 100 mil às lojas. Hoje, esse tipo de ataque se tornou mais raro, mas ainda existe, admite o delegado, citando o ataque de quinta:

— Chama a atenção pela forma como praticaram, a organização, diferente no que se refere aos outros assaltos a joalherias. Certamente estudaram a rotina dela (a subgerente sequestrada) e da loja.

O delegado acredita que não há grandes receptadores no Estado. A maior parte das joias roubadas seria repassada para ourives das próprias regiões atacadas.

A onda dos assaltos a joalherias preocupa a Brigada Militar. Segundo o coronel Altair de Freitas Cunha, subcomandante-geral da corporação, a BM pretende contar com os comandos regionais para criar patrulhas especiais nos locais onde há maior ocorrência dos crimes.

— A ideia é formar uma estrutura de patrulha para reforçar a ação de prevenção nessas regiões, principalmente em cidades com poucos policiais. A ação deve se iniciar depois de contabilizarmos os dados e mapearmos os assaltos — afirma.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

CURITIBA QUER TRANSFORMAR GUARDA EM POLÍCIA DE PRIMEIRO MUNDO

PORTAL GUARDAS MUNICIPAIS
http://guardasmunicipaisnoticias.blogspot.com.br/
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

PREFEITO DE CURITIBA VAI TRANSFORMAR GUARDA MUNICIPAL EM POLICIA MUNICIPAL COMO É EM PAÍSES DE PRIMEIRO MUNDO

O prefeito eleito de Cutitiba, Gustavo Fruet (PDT), apresentou propostas como a transformação da Guarda Municipal em Polícia Comunitária, com coordenação de um gabinete de gestão subordinado diretamente ao prefeito.
De acordo com a proposta de Fruet, a Guarda Municipal de Curitiba deve ser transformada na primeira Polícia Comunitária do Brasil. Esta foi uma das mudanças sugeridas durante a campanha, que envolvem ainda a reestruturação do Plano de Cargos e Salários dos agentes, na criação da Academia, do Estatuto e da Corregedoria da Guarda Municipal.

A atuação dos atuais guardas deve ser ampliada com a contratação de novos agentes - chegando a um efetivo de 1,5 mil até o final do mandato, praticamente dobrando o número de guardas. A proposta de transformação envolve o trabalho com inteligência e estratégia com o auxílio de câmeras e módulos.

A previsão apresentada por Fruet é de que sejam instaladas mil câmeras de videomonitoramento em locais estratégicos de Curitiba. Estas câmeras devem fazer a segurança de casas e do comércio e auxiliar os trabalhos das policiais Civil e Militar, através da troca de informações e apoio técnico. O conteúdo deve ser gerido por uma Central de Inteligência que deve compreender todas as regionais da cidade.

As imagens devem ser utilizadas pelos módulos da Polícia Comunitária que devem ser instalados em todas as regionais, segundo o prefeito eleito. Cada uma delas contará com um prédio pequeno que servirá como base de atuação da polícia na região, além dos módulos móveis. Equipes da Polícia Comunitária devem circular pelas ruas dos bairros para complementar o trabalho de patrulhamento.


Gabinete de Gestão Integrada

As ações relativas à segurança pública serão coordenadas pelo Gabinete de Gestão Integrada, sob comando do próprio prefeito. Segundo Fruet, todas as secretarias municipais devem ser envolvidas neste gabinete, facilitando as ações de segurança. Desta forma, o prefeito pretende fortalecer a Guarda Municipal e prevenindo ações de criminalidade.

Participação popular

Durante a campanha, Fruet ressaltou que a população deve ter grande participação na elaboração de Planos de Segurança locais e regionais. Segundo a proposta, as sugestões devem chegar através dos conselhos comunitários, que irão alertar para as necessidades e problemas e cada região. Desta forma, situações que colocam a segurança em risco, como a falta de iluminação pública, por exemplo, devem chegar de maneira mais ágil até as autoridades.

Fonte:- GCM DE TUBARÃO

PM SÃO SUSPEITOS DE MATAREM JOVEM RENDIDO

FOLHA.COM 16/01/2013 - 06h00

Policiais são presos sob suspeita de matarem jovem que estava rendido em SP

AFONSO BENITES
LEANDRO MACHADO
DE SÃO PAULO


Quatro policiais militares foram presos sob suspeita de simularem um confronto e matarem um jovem de 16 anos acusado de roubar uma casa na zona leste de São Paulo.

As detenções ocorreram no domingo à noite após a Corregedoria da PM e o DHPP (departamento de homicídios) ouvirem três testemunhas que disseram que o adolescente foi baleado em um terreno quando já havia sido rendido e desarmado.

O caso ocorreu por volta de 1h de domingo, na rua Rock Estrela, no bairro Cidade AE Carvalho. Naquele dia, conforme a polícia, Wallace Victor de Oliveira Souza, 16, e um comparsa roubaram a casa de um taxista. Quando fugiram, se depararam com uma equipe da Força Tática do 39º Batalhão da PM.

Iniciou-se uma perseguição. Os policiais alcançaram o carro em que Souza e o outro homem estavam e pertencia ao taxista. Esse suspeito conseguiu fugir a pé. Já o adolescente, acabou baleado.

Wallace já havia sido detido pelo crime de roubo e reconhecido pelo taxista como um dos ladrões de sua casa.

Em um primeiro momento, os PMs registraram a ocorrência como "morte decorrente de intervenção policial".

Segundo o registro, o sargento Carlos Alberto Ferreira e os soldados Alex Alves, Washington Custódio e Amauri Goulart foram recebidos a tiros e reagiram. Baleado, Souza foi socorrido por uma ambulância, mas chegou morto ao hospital.

A versão foi contestada quando uma testemunha ligou para a Corregedoria e disse ter visto os PMs arrastando o jovem vivo para um terreno baldio em uma rua escura e atirado contra ele.

Wallace foi morto com dois tiros. Antes de ser baleado, as testemunhas o ouviram gritar por socorro e tentaram intervir, pedindo para o soldado Goulart, apontado como o atirador, parar com a ação.

De acordo com a polícia, as três testemunhas não têm ligação com a vítima e dizem que deixaram o local antes dos disparos.

A Folha não achou os advogados dos PMs. Em depoimento, eles disseram que a morte ocorreu no confronto.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A HORA DA VERDADE


O Estado de S.Paulo 15 de janeiro de 2013 | 2h 07


PAULO, DAMEIDA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE DELEGADOS DE POLÍCIA DO BRASIL

Desde quando garantir a legalidade dos processos é incentivo à corrupção? Ou não seria o contrário?

Com o falacioso argumento de estímulo à corrupção, entidades ligadas ao Ministério Público (MP) têm atacado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37/2011, alardeando informações inverídicas, com o intuito único de confundir a opinião pública. Todavia, ao trabalhar com a desinformação da população - manipulando as paixões de quem já vem sendo assoberbado pelos descalabros de políticos e entes públicos envolvidos em corrupção -, o MP só corrobora o que julga combater.

Aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados, a PEC 37, ou PEC da Legalidade, como vem sendo chamada pelos defensores do ordenamento constitucional, apenas reafirma o que já reza a Constituição da República, delimitando os papéis de cada um dos agentes públicos que participam da atividade persecutória penal do Estado. Em seu texto, a PEC define que a apuração das infrações penais incumbe privativamente às Polícias Federal e Civis dos Estados e do Distrito Federal.

Senão, vejamos: a Constituição federal é taxativa ao listar as funções e competências do Ministério Público - e fazer investigação criminal não é uma delas. Assim, não cabe falar em perda do poder de investigação do MP, uma vez que ninguém perde o que não tem. Ao contrário do que vem sendo difundido, não existe nenhuma norma expressa ou implícita que permita ao Ministério Público realizar investigação criminal. Por outro lado, o MP mantém intocadas as suas prerrogativas de requisitar, a qualquer tempo, a instauração de inquérito policial e de qualquer diligência que entenda necessária à denúncia. Também permanece intocado o salutar controle externo da atividade policial exercido pelo MP.

E o motivo pelo qual o Ministério Público - que é quem forma as convicções sobre a autoria do crime - não pode fazer diligências para ele mesmo se convencer é muito simples. No Brasil, o MP é a instituição que acusa. Se o promotor investigar, como teremos o equilíbrio entre acusação e defesa, se toda a prova produzida for feita pela acusação? Por isso, num sistema justo, as Polícias Civil ou Federal, que não têm interesse direto na acusação ou na defesa, são as quem devem produzir a prova, por serem imparciais e por causa desse necessário equilíbrio. Portanto, Polícia Judiciária investiga, promotor acusa, advogado defende e juiz julga. Quebrar essa sistemática fere mortalmente a segurança jurídica do cidadão. Investigação realizada pelo Ministério Público fere direitos individuais. Isso, sim, é contrário aos interesses da sociedade.

Logo, não é verdade que a PEC 37 queira mutilar o trabalho do Ministério Público, muito menos que compactue com a corrupção. Todos os que têm tomado posição a favor da PEC o fazem por entenderem que ela só vem contribuir com o órgão, propiciando maior rapidez numa de suas funções mais importantes, que é processar o autor do crime.

Outra mentira descarada que vem sendo alardeada é que, caso o Congresso Nacional venha a aprovar a proposta, "o reflexo imediato será o questionamento sobre a legalidade e a completa anulação de importantes apurações". Não é verdade! No artigo 3.º do substitutivo aprovado, o texto ressalva todos os procedimentos investigativos criminais já realizados pelo Ministério Público até a data da publicação, mesmo sem o devido amparo legal. Ou seja, o texto não deixa espaço para questionamento nem anulação de nenhum processo em andamento.

O substitutivo reitera, também, o poder investigatório das Polícias Legislativas, das comissões parlamentares de inquérito, bem como dos tribunais e do próprio Ministério Público em relação aos seus membros, conforme previsto nas respectivas leis orgânicas. As apurações feitas por todos os demais órgãos públicos (agências, ministérios, secretarias, empresas públicas, autarquias, etc.) não são atingidas pela PEC 37, visto que se prestam à apuração de infrações administrativas, cujo resultado pode até mesmo servir de base para a propositura de ação penal pelo Ministério Público.

A investigação criminal, porém, é e continuará sendo função da Polícia Judiciária, porque é ela que possui o conhecimento e as ferramentas necessárias para isso. A investigação realizada pela Polícia Judiciária tem regras definidas por lei, além de ser controlada pelo Ministério Público e pelo Judiciário. Por ser ilegal e inconstitucional, na investigação criminal pelo Ministério Público não há regras, não existe controle, não há prazos nem acesso à defesa, deixando o cidadão à mercê de quem investiga.

Cooperação e integração não são sinônimos de invasão de competência. O que gera insegurança jurídica é o órgão responsável por ser o fiscal da lei querer agir à margem da lei, invadindo a competência das Polícias Judiciárias. E quem fiscaliza o fiscal?

O Ministério Público não está interessado em todas as investigações, passando ao largo dos casos que atentam contra a vida e os bens do cidadão comum. Investiga um ou outro caso, sem nenhum controle, escolhidos apenas por seu potencial midiático, contra os milhares de investigações realizadas pelas polícias, que atinge todos, grandes e pequenos. Basta lembrar as operações da Polícia Federal que tiveram como consequência a prisão de Carlinhos Cachoeira (Monte Carlo), a do mensalão, bem como a recente Operação Porto Seguro e tantas outras não divulgadas pela mídia. Isso é ser a favor da corrupção? Não se pode falar em PEC da Impunidade se ao MP compete fiscalizar o trabalho policial, complementá-lo por meio de requisição e prevenir eventuais omissões.

O combate à corrupção passa pelo respeito à norma legal e pelo respeito às competências legais de cada órgão. Isso, sim, é combater a criminalidade e a corrupção.