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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

PM SÃO SUSPEITOS DE MATAREM JOVEM RENDIDO

FOLHA.COM 16/01/2013 - 06h00

Policiais são presos sob suspeita de matarem jovem que estava rendido em SP

AFONSO BENITES
LEANDRO MACHADO
DE SÃO PAULO


Quatro policiais militares foram presos sob suspeita de simularem um confronto e matarem um jovem de 16 anos acusado de roubar uma casa na zona leste de São Paulo.

As detenções ocorreram no domingo à noite após a Corregedoria da PM e o DHPP (departamento de homicídios) ouvirem três testemunhas que disseram que o adolescente foi baleado em um terreno quando já havia sido rendido e desarmado.

O caso ocorreu por volta de 1h de domingo, na rua Rock Estrela, no bairro Cidade AE Carvalho. Naquele dia, conforme a polícia, Wallace Victor de Oliveira Souza, 16, e um comparsa roubaram a casa de um taxista. Quando fugiram, se depararam com uma equipe da Força Tática do 39º Batalhão da PM.

Iniciou-se uma perseguição. Os policiais alcançaram o carro em que Souza e o outro homem estavam e pertencia ao taxista. Esse suspeito conseguiu fugir a pé. Já o adolescente, acabou baleado.

Wallace já havia sido detido pelo crime de roubo e reconhecido pelo taxista como um dos ladrões de sua casa.

Em um primeiro momento, os PMs registraram a ocorrência como "morte decorrente de intervenção policial".

Segundo o registro, o sargento Carlos Alberto Ferreira e os soldados Alex Alves, Washington Custódio e Amauri Goulart foram recebidos a tiros e reagiram. Baleado, Souza foi socorrido por uma ambulância, mas chegou morto ao hospital.

A versão foi contestada quando uma testemunha ligou para a Corregedoria e disse ter visto os PMs arrastando o jovem vivo para um terreno baldio em uma rua escura e atirado contra ele.

Wallace foi morto com dois tiros. Antes de ser baleado, as testemunhas o ouviram gritar por socorro e tentaram intervir, pedindo para o soldado Goulart, apontado como o atirador, parar com a ação.

De acordo com a polícia, as três testemunhas não têm ligação com a vítima e dizem que deixaram o local antes dos disparos.

A Folha não achou os advogados dos PMs. Em depoimento, eles disseram que a morte ocorreu no confronto.

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