ZERO HORA 11 de janeiro de 2013 | N° 17309
INVESTIGAÇÃO NA SERRA
O Ministério Público de Gramado pediu à Justiça o arquivamento do inquérito que indiciou o delegado e dois agentes por tortura, abuso de autoridade, prevaricação e formação de quadrilha. O caso se refere a uma operação contra o tráfico de drogas realizada em Três Coroas em novembro de 2011.
Segundo o promotor Paulo Eduardo de Almeida Vieira, uma das supostas vítimas afirmou, em juízo, ter recebido oferta em dinheiro de um advogado para denunciar os policiais.
A investigação da Corregedoria-geral da Polícia Civil (Cogepol) apontava que a equipe do delegado Gustavo Barcellos teria agredido com choques elétricos um grupo de nove pessoas suspeito de envolvimento com o tráfico.
Os nomes dos agentes não foram divulgados pela polícia.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
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