Aumento nos ataques a joalherias e óticas faz polícia criar equipe especializada. Número de assaltos a esses estabelecimentos aumentou 144% em dois anos
Bombeiros usaram mangueira para jogar água em mochila com falsa bomba deixada em lojaFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
Um sequestro que terminou em roubo a joalheria na quinta-feira dentro do Praia de Belas, em Porto Alegre, somado a uma série de outros ataques no RS, mostra que o mercado clandestino de ouro e pedras preciosas alimenta o crime.
O delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), reconhece o aumento no número de assaltos a joalherias e óticas no Estado. Até por causa disso, há dois anos a delegacia criou uma equipe especializada na investigação de assaltos a joalherias, que auxilia delegacias do Interior.
Nos últimos cinco anos, a polícia registrou 150 assaltos a joalherias e óticas gaúchas, 44 deles em 2012. Se comparado com 2010, quando foram registrados 18 assaltos no total, o saldo do ano passado é 144% maior.
Uma explicação possível para a escolha dos assaltantes é que joalherias são muito menos guarnecidas que bancos e, por vezes, guardam valores (em metais) muito maiores que uma agência bancária. O receptador pode revender o material ou até derretê-lo, para fazer novas joias.
Ferreira afirma que as ações não são consequência de quadrilhas especializadas. Segundo ele, esses casos, registrados em sua maioria no Interior, tratam-se de pequenos roubos praticados por bandidos das próprias regiões. Ele considera a situação diferente da vivida na Capital há alguns anos, em que quadrilhas realizavam grandes roubos a joalherias, com prejuízos de mais de R$ 100 mil às lojas. Hoje, esse tipo de ataque se tornou mais raro, mas ainda existe, admite o delegado, citando o ataque de quinta:
— Chama a atenção pela forma como praticaram, a organização, diferente no que se refere aos outros assaltos a joalherias. Certamente estudaram a rotina dela (a subgerente sequestrada) e da loja.
O delegado acredita que não há grandes receptadores no Estado. A maior parte das joias roubadas seria repassada para ourives das próprias regiões atacadas.
A onda dos assaltos a joalherias preocupa a Brigada Militar. Segundo o coronel Altair de Freitas Cunha, subcomandante-geral da corporação, a BM pretende contar com os comandos regionais para criar patrulhas especiais nos locais onde há maior ocorrência dos crimes.
— A ideia é formar uma estrutura de patrulha para reforçar a ação de prevenção nessas regiões, principalmente em cidades com poucos policiais. A ação deve se iniciar depois de contabilizarmos os dados e mapearmos os assaltos — afirma.
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