ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

SUSPEITOS DE ESTUPROS, PMS DE UPP NEGAM

pms da upp estupram

ZERO HORA 06/08/2014 | 14h52


PMs de UPP suspeitos de estupros são presos no Rio de Janeiro. Caso está sendo investigado pela 25ª Delegacia de Polícia



Quatro policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, comunidade da zona norte do Rio de Janeiro, foram presos em flagrante pelo estupro de três mulheres na madrugada desta terça-feira, dia em que uma das vítimas completou 16 anos. Outros dois militares foram presos administrativamente por 72 horas pela PM. As informações são do jornal Extra.

Segundo a publicação, as três mulheres (de 16, 18 e 35 anos) contaram à polícia, em depoimento, que foram até o Jacarezinho para "resgatar" a irmã da vítima mais velha, que seria usuária de crack. As mulheres não conseguiram e, então, foram para a casa de uma amiga, onde teriam sido surpreendidas por um grupo de seis PMs fardados, que teriam perguntado por drogas e as agredido.

Elas contam que foram levadas para um barraco e estupradas por pelo menos três dos PMs, por cerca de 20 minutos. O caso está sendo investigado pela 25ª Delegacia de Polícia (Engenho Novo). Mais de 30 PMs da UPP do Jacarezinho foram levados nesta terça-feira à delegacia para prestar depoimento. Um deles teria sido reconhecido por duas das vítimas.

Em nota, a PM informou que "está colaborando ao máximo para a apuração da gravíssima denúncia. Se for comprovado o envolvimento de policiais militares em um caso de violência sexual contra três mulheres, as medidas adotadas serão rigorosas, incluindo prisão e possível expulsão". "O comando da PM lamenta o episódio e repudia esse crime bárbaro, ressaltando que em nada condiz com o comportamento que se espera de um policial", concluiu em nota.

A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento, foi realizada perícia no local e o delegado responsável pelo caso, Niandro Ferreira, ainda aguarda resultado dos laudos.



O DIA 06/08/2014 13:20:22

PMs de UPP acusados de estupro no Jacarezinho estão presos em Benfica. Segundo advogado, todos são soldados e estão há três anos na corporação. Eles negam as acusações

FLAVIO ARAÚJO E MARCELLO VICTOR



Rio - Quatro PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela do Jacarezinho, acusados de estuprar duas adolescentes e uma jovem foram transferidos no fim da madrugada desta quarta-feira, da 25ª DP (Engenho Novo), onde estavam presos, para a Unidade Prisional da Polícia Militar (antigo Batalhão Especial Prisional), em Benfica. Outros dois estão presos administrativamente no 3º BPM (Méier). A defesa de um dos suspeitos negou a acusação dos crimes, que teria acontecido na terça-feira.

"Se trata de mais uma ação do tráfico de drogas para desmoralizar a polícia. A situação dos PMs no Rio é frágil, eles não têm acolhimento da sociedade. A população dessas comunidades é obrigada a falar mal do policial. Hoje qualquer pessoa chega por ordem do tráfico, pressionado, vem e presta depoimento contra o policial militar. O tráfico não é bobo. Conhece a legislação e as fragilidades da lei. Essa acusação de estupro é mentirosa", afirmou o advogado Felipe da Silva Simão, que defende um dos quatro PMs presos.


Os policiais da UPP Jacarezinho deixaram a 25ªDP (Engenho Novo) na madrugada desta quarta e foram encaminhados para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em BenficaFoto: Paulo Araújo / Agência O Dia

Ainda segundo o advogado, foram feitos quatro reconhecimentos dos 67 PMs da UPP Jacarezinho. Ele criticou o procedimento e disse que apenas no último as supostas vítimas apontaram os PMs suspeitos. Os quatro presos, segundo Felipe, são todos soldados e tem em média três anos na corporação. Felipe disse que uma equipe de seis PMs patrulhavam uma área que é ponto de consumo de drogas. Alguns usuários foram revistados, mas os agentes não se lembram de terem abordado as acusadoras.

Os quatro policiais acusados prestaram depoimento durante a noite e toda a madrugada. Eles foram encaminhados para exame de corpo de deito no Instituto Médico Legal (IML) e depois levados sob escolta para o BEP. Os outros dois PMs que participavam da guarnição foram presos preventivamente, apesar de não terem sido reconhecidos pelas supostas vítimas.

Os crimes dos quais os PMs são acusados teriam ocorrido perto da linha do trem, onde viciados se concentram para consumir a droga. Após a denúncia feita na 25ª DP ainda na madrugada de terça, todos os 67 PMs que estavam de plantão foram levados à delegacia.

Civil não descarta exame de DNA

De acordo com o delegado Niandro Ferreira, que instaurou inquérito, foi realizada perícia no local, e as mulheres, encaminhadas para exame de corpo de delito no IML. Somente o laudo poderá indicar se houve estupro, mas as primeiras informações davam conta que um dos policiais não havia usado preservativo. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de fazer exame de DNA no esperma recolhido para comprovar a identificação do autor do ato.

Além do inquérito na 25ª DP, os PMs responderão a um procedimento na Corregedoria da corporação. Se comprovada a culpa, os militares serão expulsos, conforme afirmou, em nota, a assessoria da corporação. O comandante da UPP Jacarezinho, major Renato Senna, determinou que todos os policiais permanecessem na base, mesmo aqueles que já haviam cumprido seu horário de serviço para que pudessem ser levados à delegacia. A corporação mobilizou um ônibus para o transporte da tropa e muitos militares já estavam à paisana quando chegaram, pela manhã, para o reconhecimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário