O DIA 23/08/2014 00:10:57
TRE decidirá se chama as Forças Armadas. Procurador eleitoral diz que polícia não dá conta de enfrentar milicianos e traficantes das favelas
Rio - Com o aumento das denúncias de que traficantes e milicianos estariam proibindo campanhas eleitorais em favelas, o Ministério Público Eleitoral (MPE) já defende a presença das Forças Armadas para garantir a segurança das eleições. A Polícia Militar, sozinha, não daria conta da tarefa, de acordo com Paulo Roberto Bérenger, procurador regional eleitoral. Segundo ele, “as atuais condições das polícias abrem margem para a convocação do Exército”. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decide na próxima segunda se pede o apoio dos militares para o pleito.
“Militares seriam importantes nesse processo, mas esse apoio não pode ser banalizado”, declarou Bérenger, em discurso feito no último dia 12 para oficiais do Exército, no Comando Militar do Leste. Ontem, em entrevista ao ‘Estadão’, Bérenger disse que “somente a Força do Estado do Rio não assegura a paz do processo eleitoral”.
Galpão do candidato Garotinho foi lacrado e material apreendidoFoto: Divulgação / ASCOM TRE-RJ
Na sessão de segunda do TRE, o desembargador eleitoral Fábio Uchôa apresentará um relatório sobre supostos “currais eleitorais” feito em conjunto com a Secretaria de Segurança. Segundo o secretário José Mariano Beltrame, associações de moradores de favelas espalham rumores falsos para vetar candidatos que não tenham acordo com o tráfico ou com a milícia. Há, inclusive, a cobrança de taxas para propaganda.
Candidatos a deputado estadual e até o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) já tiveram problemas e denunciaram ameaças, inclusive em áreas de UPP. Na última terça, policiais da UPP Camarista Méier foram alvo de tiros de criminosos quando foram checar denúncias de que placas de propaganda do PMDB que tinham referência a Pezão estavam sendo pintadas de preto. Na quinta, ele disse que a milícia e o tráfico têm “reagido” à sua candidatura.
Há cerca de quinze dias, materiais de campanha de Cidinha Campos (PDT), deputada estadual candidata à reeleição, foram destruídos um dia após serem colocados próximo às favelas da Guarda e da Águia de Ouro, em Del Castilho. “Meninos da minha campanha foram ameaçados de morte ao tentar fotografar os destroços. Milicianos disseram que aquela área estava vendida”, lembrou a deputada.
Na ocasião, seus apoiadores receberam um papel da Associação de Moradores União de Del Castilho, com a lista dos eleitores por comunidade. “Eles fazem pressão pelo voto, e depois vão cobrar. É de uma violência sem tamanho”. A 44ªDP (Inhaúma) abriu inquérito.
Carlos Minc foi barrado na Rocinha
Além da Camarista Méier, a Rocinha foi outra favela com UPP na qual candidatos não puderam fazer campanha. Carlos Minc (PT) foi impedido de fazer reunião com apoiadores num bar no local. “Estou revoltado. Os traficantes disseram que não podíamos fazer campanha. Nunca fiz acordo, e tenho um trabalho social lá e em outras favelas. Sempre defendi UPP, mas por que o tráfico decide quem pode e não pode fazer campanha?”
A ação de grupos criminosos rendeu acusações do candidato ao governo Lindberg Farias (PT) que, na semana passada, indicou a existência de “áreas dominadas pela milícia no Rio, onde só candidatos do PMDB podem entrar”.
Em nota, a PM disse que não iria comentar a possível presença das Forças Armadas nas eleições, e indicou que há o planejamento de um esquema especial de segurança.“Os agentes das UPPs devem informar à Coordenadoria de Polícia Pacificadora sobre os locais onde houver cerceamento da liberdade de propaganda de algum candidato. Essas informações serão repassadas para o TRE, que adotará as medidas cabíveis”, diz a nota.
Fiscais lacram galpão em São Cristóvão
Um galpão irregular do candidato ao governo Anthony Garotinho, do PR, foi lacrado ontem, por fiscais do TRE. O local fica em São Cristóvão e guardava propagandas irregulares de outros candidatos do partido. Em Belford Roxo, o TRE apreendeu nove carros de som, que circulavam próximos a uma escola. Entre eles, dois que tocavam músicas de Garotinho e Pezão.
No galpão, os fiscais acharam placas com tiragem declarada inferior à encontrada, faixas em tamanho superior aos 4 metros quadrados permitidos. Uma das placas apreendidas apresentava Garotinho com o candidato a deputado estadual Fabiano Novaes, também do PR, e declarava a tiragem de 150 unidades, mas havia pelo menos 400 unidades do material.Um caminhão da Comlurb recolheu o material.
Panfletos irregulares da candidata a deputada federal Clarissa Garotinho também foram apreendidos. Agendas, livros infantis, chinelos e outros produtos com o logotipo da loja Palavra de Paz, empresa de Garotinho, além de três carros de som com propaganda dele, também foram encontrados.
TRE decidirá se chama as Forças Armadas. Procurador eleitoral diz que polícia não dá conta de enfrentar milicianos e traficantes das favelas
Rio - Com o aumento das denúncias de que traficantes e milicianos estariam proibindo campanhas eleitorais em favelas, o Ministério Público Eleitoral (MPE) já defende a presença das Forças Armadas para garantir a segurança das eleições. A Polícia Militar, sozinha, não daria conta da tarefa, de acordo com Paulo Roberto Bérenger, procurador regional eleitoral. Segundo ele, “as atuais condições das polícias abrem margem para a convocação do Exército”. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decide na próxima segunda se pede o apoio dos militares para o pleito.
“Militares seriam importantes nesse processo, mas esse apoio não pode ser banalizado”, declarou Bérenger, em discurso feito no último dia 12 para oficiais do Exército, no Comando Militar do Leste. Ontem, em entrevista ao ‘Estadão’, Bérenger disse que “somente a Força do Estado do Rio não assegura a paz do processo eleitoral”.
Galpão do candidato Garotinho foi lacrado e material apreendidoFoto: Divulgação / ASCOM TRE-RJ
Na sessão de segunda do TRE, o desembargador eleitoral Fábio Uchôa apresentará um relatório sobre supostos “currais eleitorais” feito em conjunto com a Secretaria de Segurança. Segundo o secretário José Mariano Beltrame, associações de moradores de favelas espalham rumores falsos para vetar candidatos que não tenham acordo com o tráfico ou com a milícia. Há, inclusive, a cobrança de taxas para propaganda.
Candidatos a deputado estadual e até o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) já tiveram problemas e denunciaram ameaças, inclusive em áreas de UPP. Na última terça, policiais da UPP Camarista Méier foram alvo de tiros de criminosos quando foram checar denúncias de que placas de propaganda do PMDB que tinham referência a Pezão estavam sendo pintadas de preto. Na quinta, ele disse que a milícia e o tráfico têm “reagido” à sua candidatura.
Há cerca de quinze dias, materiais de campanha de Cidinha Campos (PDT), deputada estadual candidata à reeleição, foram destruídos um dia após serem colocados próximo às favelas da Guarda e da Águia de Ouro, em Del Castilho. “Meninos da minha campanha foram ameaçados de morte ao tentar fotografar os destroços. Milicianos disseram que aquela área estava vendida”, lembrou a deputada.
Na ocasião, seus apoiadores receberam um papel da Associação de Moradores União de Del Castilho, com a lista dos eleitores por comunidade. “Eles fazem pressão pelo voto, e depois vão cobrar. É de uma violência sem tamanho”. A 44ªDP (Inhaúma) abriu inquérito.
Carlos Minc foi barrado na Rocinha
Além da Camarista Méier, a Rocinha foi outra favela com UPP na qual candidatos não puderam fazer campanha. Carlos Minc (PT) foi impedido de fazer reunião com apoiadores num bar no local. “Estou revoltado. Os traficantes disseram que não podíamos fazer campanha. Nunca fiz acordo, e tenho um trabalho social lá e em outras favelas. Sempre defendi UPP, mas por que o tráfico decide quem pode e não pode fazer campanha?”
A ação de grupos criminosos rendeu acusações do candidato ao governo Lindberg Farias (PT) que, na semana passada, indicou a existência de “áreas dominadas pela milícia no Rio, onde só candidatos do PMDB podem entrar”.
Em nota, a PM disse que não iria comentar a possível presença das Forças Armadas nas eleições, e indicou que há o planejamento de um esquema especial de segurança.“Os agentes das UPPs devem informar à Coordenadoria de Polícia Pacificadora sobre os locais onde houver cerceamento da liberdade de propaganda de algum candidato. Essas informações serão repassadas para o TRE, que adotará as medidas cabíveis”, diz a nota.
Fiscais lacram galpão em São Cristóvão
Um galpão irregular do candidato ao governo Anthony Garotinho, do PR, foi lacrado ontem, por fiscais do TRE. O local fica em São Cristóvão e guardava propagandas irregulares de outros candidatos do partido. Em Belford Roxo, o TRE apreendeu nove carros de som, que circulavam próximos a uma escola. Entre eles, dois que tocavam músicas de Garotinho e Pezão.
No galpão, os fiscais acharam placas com tiragem declarada inferior à encontrada, faixas em tamanho superior aos 4 metros quadrados permitidos. Uma das placas apreendidas apresentava Garotinho com o candidato a deputado estadual Fabiano Novaes, também do PR, e declarava a tiragem de 150 unidades, mas havia pelo menos 400 unidades do material.Um caminhão da Comlurb recolheu o material.
Panfletos irregulares da candidata a deputada federal Clarissa Garotinho também foram apreendidos. Agendas, livros infantis, chinelos e outros produtos com o logotipo da loja Palavra de Paz, empresa de Garotinho, além de três carros de som com propaganda dele, também foram encontrados.
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