A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
PUBLICITÁRIO MORRE EM ABORDAGEM POLICIAL
Policiais Militares matam publicitário durante abordagem em Pinheiros. PMs alegam que motorista fugiu de bloqueio; dois soldados e um cabo foram presos
Felipe Tau - estadão.com.br 19 de julho de 2012 | 12h 43
O publicitário Ricardo Prudente, de 39 anos, foi morto a tiros por policiais militares na noite de quarta-feira, 18, na Avenida das Corujas, perto da Praça do Pôr-do-sol, no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital.
De acordo com nota oficial divulgada pela PM, o motorista fugiu de uma tentativa de abordagem, por volta das 23h. Perseguido, bateu em outra viatura que tentou interceptá-lo e foi baleado depois que os policiais "visualizaram Ricardo com um objeto na mão, pensando se tratar de uma arma". O objeto seria um celular.
Socorrido e levado ao Hospital das Clínicas, o publicitário não resistiu ao ferimentos: dois tiros na cabeça. Os PMs, dois soldados e um cabo, estão presos no Presídio Romão Gomes, na zona norte, onde aguardaram o resultado do inquérito policial. O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros), como homicídio doloso - com intenção de matar.
O publicitário portava cerca de 50 gramas de maconha dentro do veículo, mas não foram encontradas armas no carro, um Ford Fiesta. Ao menos cinco tiros atingiram a lataria e o para-brisa do automóvel.
"Não acredito que tenha tido perseguição. Como uma pessoa é perseguida e para perfeitamente o carro na rua?", questiona a mulher de Prudente, a publicitária Lélia Pace Prudente de Aquino, de 35 anos, casada com havia nove anos. "Minha vida foi interrompida."
No comunicado, a Polícia Militar informou que "lamenta a ocorrência" e que apura se, de fato, os policiais confundiram o celular do publicitário com uma arma. A corporação afirma que a ação "dá indícios de falhas de procedimento inaceitáveis" e conclui o comunicado se desculpando pelo ocorrido. "A Polícia Militar pede desculpas à família, à sociedade e esclarece que, após as apurações, os envolvidos pagarão pelos seus erros na medida de suas atitudes".
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