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sexta-feira, 13 de julho de 2012

NO LADO ERRADO

ZERO HORA 13 de julho de 2012 | N° 17129

Relação de policial e traficante é investigada

GIOVANI GRIZZOTI - RBS TV

Uma investigação do Ministério Público Estadual flagrou as relações suspeitas entre um traficante e um policial civil.

Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça revelam que os dois tratavam o comércio de drogas como um negócio. Até a conta do celular do policial seria bancada pelo criminoso.

Durante três meses, a equipe do MP investigou o tráfico de drogas em Alvorada, na Região Metropolitana. No dia 5, o policial José Carlos Leal foi preso temporariamente, por 30 dias. O traficante Jonas Oliveira foi preso em flagrante. Em uma das conversa gravadas, Leal alerta o traficante para uma batida da Brigada Militar:

Leal – A Brigada tá na volta aí...

Oliveira – Tá, não, beleza. Pode crer, meu querido, Deus o livre.

De acordo com o MP, há indícios de que a droga vendida pelo traficante seria fornecida pelo policial, conforme trecho de uma gravação:

Leal – Mas aquela que eu te passei (droga) era boazinha, era?

Oliveira – É... Foi tudo já!

Leal – Tá beleza, bom saber.

Ainda de acordo com a investigação, parte da droga seria entregue com uma viatura da polícia:

Leal – Te acordei? Eu precisava falar contigo agora aí na esquina aí...

Oliveira – É?

Leal – Vai ali? Eu vou com a preto e branco (viatura)... Agora tudo tranquilo, né? Eu e tu... Negócio que eu tenho que te dar aí.

Em uma das conversas, o policial aproveita para pedir ao criminoso que coloque créditos no celular:

Leal – Se quiser botar um crédito nesse telefone aí pra mim te ligar porque eu tô sem crédito, não tenho como botar. Uns oito ou 10 pila, aí.

Oliveira – Amanhã eu boto pra ti.

A investigação do MP aponta até para possível vazamento de investigações da polícia a traficantes. Titular da 3ª DP, a delegada Graziela Forest teme pela sua segurança:

– Tenho informações a respeito de trabalhos realizados por mim e por colegas da delegacia e que talvez já tivessem vazado.

A reportagem tentou contato com Leal por meio do sindicato da categoria, mas não obteve retorno.

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