ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

domingo, 22 de julho de 2012

O ADEUS DE UMA GERAÇÃO

ZERO HORA 21 de julho de 2012 | N° 17137

SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI

O cenário que se avizinha agora na Polícia Civil se assemelha à situação dos militares brasileiros, que são reformados aos 65 anos de idade. A diferença é que entre policiais civis o assunto é mais do que polêmico.

Tanto que proliferam nos tribunais mandados de segurança de agentes e delegados inconformados com o expurgo, como muitos classificam sua possível saída. É compreensível que os governos – assim como as empresas – pensem na renovação de quadros, especialmente chefias, com avançada idade.

Um dos argumentos é deixar para trás antigos hábitos, velhas formas de pensar e agir. Mas, justiça seja feita, muito se perde quando um veterano servidor deixa a repartição e coloca o pijama. A primeira perda é da experiência ante dilemas reais do cotidiano, como investigações complexas. A outra é o inesgotável manancial de fontes – conhecidas como “informantes”, no jargão policial – que esses policiais possuem. Eles recebem mais dicas por dia do que conseguem avaliar. Já os novos têm de garimpar bons olheiros e convencer testemunhas.

O ideal, mesmo, é que esse tipo de sabedoria dos mais velhos fosse aproveitado pelo Estado, nem que de outra forma. Por acaso não faltam policiais no Estado? Que fosse feita a eles proposta de trabalhar onde há mais carências, por exemplo.

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