Vítima vence burocracia e resgata carro roubado
Depois de quatro meses sem carro – período em que foi vítima de assaltantes e da burocracia –, a assistente financeira Liliane Cristina da Silva, 34 anos, conseguiu retirar ontem o Agile do Depósito Mauá, em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos. O pedido de liberação do veículo roubado em maio foi expedido pelo delegado Nauro Marques, da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Novo Hamburgo, que solicitou uma última perícia na terça-feira.
Osuplício de Liliane foi revelado por Zero Hora no sábado. Depois de ter o carro roubado em maio e descobrir o paradeiro do veículo dias depois, ela deu início a uma peregrinação para recuperar o bem, retido no depósito porque o Agile, segundo a polícia, havia se transformado em prova de um crime.
O delegado admitiu que houve excesso de zelo da Polícia Civil.
– Segundo o perito, não havia nenhuma irregularidade no carro. Com isso, determinei a liberação do automóvel – afirmou Marques.
Conforme Liliane, o carro sofreu arranhões e teve um pneu e o estepe trocados. Nada que a deixe triste.
– Acabou a preocupação. Estou tranquila porque agora pagarei por algo que realmente estará comigo – diz Liliane.
Mesmo com o carro parado no depósito, ela continuava desembolsando R$ 1.275 mensais para quitar as prestações do Agile comprado em 2012.
Juiz só soube do pedido de liberação há três dias
Quando a Polícia Civil recuperou o carro, nove dias depois que Liliane foi assaltada, ela foi informada de que, como o veículo era prova criminal – pois havia sido usado para praticar crimes por uma quadrilha –, teria de pedir a liberação do Agile à Justiça. Segundo o juiz substituto da 3ª Vara Criminal de Novo Hamburgo, Alexandre Kosby Boeira, a tramitação equivocada do pedido de liberação do carro retardou a solução do caso.
– O caso foi registrado na Vara Cível, e não na Vara Criminal, que seria o correto. Não recebi nenhum pedido de liberação – afirmou Boeira, que ficou sabendo da situação segunda, quando recebeu ofício da Vara Cível.
Segundo o magistrado, o veículo não interessa mais ao processo, já que o carro não foi objeto de adulteração.
A PEREGRINAÇÃO DE LILIANE
- Na tarde de 6 de maio, Liliane foi assaltada em frente ao trabalho, na Rua Campina Verde, no bairro Sharlau, em São Leopoldo. Ela foi levada com o carro, um Agile ano 2012. A assistente financeira foi deixada pelos dois ladrões quilômetros depois.
- No mesmo dia, registrou boletim de ocorrência e acionou o seguro do automóvel. Em 23 de maio, quando voltou de uma viagem de férias, encontrou uma correspondência do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) informando que o carro havia sido recuperado em uma blitz em Novo Hamburgo, em 15 de maio.
- No dia seguinte, o marido de Liliane, Flademir Luís da Silva, foi ao Depósito Mauá, em Novo Hamburgo, para retirar o carro. No local, foi informado de que deveria comparecer à 1ª DP de Novo Hamburgo.
- Ele descobriu que, como o automóvel havia sido usado em crimes por uma quadrilha, deveria acionar a Justiça para retirar o veículo. Silva entrou com processo na 4ª Vara Cível de Novo Hamburgo em 5 de junho. O carro foi liberado somente ontem.
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