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sexta-feira, 31 de maio de 2013

TIROTEIO E MORTE EM FESTA: DELEGADO ACREDITA QUE PMS FAZIAM "BICO"

ZERO HORA - 31 de maio de 2013 | N° 17449

BRIGA EM FESTA

Delegado acredita que policiais faziam “bico”



Todos os policiais militares envolvidos na ocorrência estavam à paisana e armados, o que leva o delegado Robertho Peternelli a acreditar que eles poderiam estar trabalhando como seguranças na festa. A Brigada Militar não confirma se eles faziam o chamado “bico”, informando apenas que Paulo estaria de folga e Giovani em licença.

Zero Hora tentou contato com Thiago Almeida, apresentador do programa de pagode e funk que promoveu o evento, mas ele não estava na rádio e não atendeu as ligações da reportagem. Por meio de seu perfil em uma rede social, Almeida declarou que “nenhum ocorrido foi dentro da festa”. Escreveu ainda que “a segurança da rua cabe ao Estado”.

O caso será investigado pela Polícia Civil.


PM à paisana e garoto são mortos após discussão

Adolescente trocou tiros com soldado depois de ser retirado de casa de eventos em Pelotas


Um tiroteio em frente a uma casa de festas em Pelotas, no sul do Estado, resultou na morte de um policial militar à paisana e de um adolescente de 15 anos na madrugada de ontem. As vítimas foram identificadas pela Brigada Militar como Luan da Silva Costa, 15 anos, e Rafael Pereira da Silva, 25 anos. Rafael estava de folga e era soldado do 4º Batalhão de Polícia Militar da cidade da Região Sul.

Conforme o delegado Robertho Peternelli, da 1ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Pelotas, que registrou a ocorrência, Luan teria discutido com Rafael após ter sido retirado de uma festa promovida por um programa de rádio local, no bairro Fragata.

Após a discussão, por volta das 5h45min, o adolescente teria ido para casa para buscar uma arma, retornou ao local da festa e atirou contra o PM. Mesmo atingido, o policial ainda teria revidado com três disparos antes de cair no chão. Ele chegou a ser socorrido, mas acabou morrendo a caminho do hospital.

Na sequência, Luan ainda teria trocado tiros com Paulo Vitor Santos da Rosa, 27 anos, e Giovani Gonçalves Soares, 36 anos, que também são policiais militares e estavam em frente à casa de festas, à paisana. Luan morreu no local. Em depoimento à Polícia Civil, os PMs disseram que agiram em legítima defesa porque Luan continuava atirando. Outras cinco pessoas ficaram feridas no tiroteio, sem risco de vida. Um dos feridos foi atendido e liberado, três permaneciam ontem à noite em observação no hospital e uma jovem de 18 anos, atingida na bacia, foi transferida para Rio Grande para se submeter a uma cirurgia.

Armas usadas por adolescente e policiais foram apreendidas

De acordo com o registro da ocorrência na Brigada Militar, Luan teria usado um revólver calibre 38 com numeração raspada. A arma, assim como uma pistola .40, uma pistola .380 e um revólver 38, usados pelos policiais, foram apreendidos para perícia.

Conforme o delegado Peternelli, Luan tinha antecedentes por homicídio e tráfico de drogas e era conhecido pelo comportamento “inconsequente”. A tia do adolescente, Maria de Lurdes da Silva Costa, 37 anos, afirma que ele era calmo e estava cursando o 5º ano do Ensino Fundamental.

Ela confirmou que o garoto teve passagem pela polícia, mas teria provado inocência. Maria de Lurdes mora nos fundos da casa onde Luan vivia com o irmão, de 18 anos, e afirma nunca ter visto arma na casa deles. Segundo a parente do adolescente, Luan era filho de mãe solteira – ela morreu há dois anos.

*Colaborou Júlia Otero

TAÍS SEIBT*

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