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terça-feira, 21 de maio de 2013

ARMAS REGISTRADAS E MUNIÇÕES SÃO APREENDIDAS COM OFICIAL DA PM



Comando-geral da Brigada Militar explica motivações para prisão de Pereira
Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS
Armas apreendidas com tenente-coronel preso seriam de viúva de colecionador Ronaldo Bernardi/Agência RBS

ZERO HORA ONLINE 21/05/2013 | 12h30

Armas apreendidas com tenente-coronel preso seriam de viúva de colecionador. Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira, o comando da corporação afirmou estar surpreso com a situação

José Luis Costa


Em coletiva realizada no final da manhã desta terça-feira, o Comando-Geral da Brigada Militar explicou a prisão do tenente-coronel Florivaldo Pereira Damasceno, realizada na noite de segunda-feira. Segundo o Corregedor-geral da corporação, coronel Flávio Roberto Vesule da Silva, foram encontradas nove armas sem documentação com o oficial.

Conforme Vesule, a informação chegou à corregedoria por meio de denúncia anônima na noite de segunda-feira, na qual se afirmava que Pereira teria grande quantidade de armas em sua posse. Vesule afirmou que "o sentimento do Comando é de constrangimento, é uma situação atípica".

— Não esperávamos por essa situação — afirmou o coronel Fábio Duarte Fernandes, comandante-geral da Brigada.

Acompanhado de outros policiais, o corregedor-geral foi ao gabinete de Pereira, no 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM) na capital, onde perguntou ao oficial a respeito das armas. O tenente-coronel abriu o armário e apresentou a Vesule nove armas, das quais seis longas, 12 carregadores de pistola e outras 4.260 munições, inclusive de calibre restrito.

Material apreendido:
— 1 Fuzil .30
— 2 Carabinas calibre 38
— 2 Carabinas calibre 22
— 1 Arma de pressão calibre 4.5
— 1 Pistola 9mm
— 1 Revólver 38
— 1 Revólver 32
— 1 Cano de 765
— 12 Carregadores de pistola
— 4.260 cartuchos

Como as armas não possuíam documentos para o transporte, foi dada voz de prisão ao oficial, que foi levado ao Comando de Policiamento da Capital (CPC).

No CPC, Pereira teria afirmado que as armas haviam sido buscadas, em Novo Hamburgo, na casa de uma viúva de um colecionador. Todas as armas estavam registrados, mas metade delas tinha o registro vencido. Foram encontrados termos de doação no nome do colecionador e em nomes de terceiros.

Procurada pela corregedoria, a viúva confirmou a versão apresentada por Pereira. Após o depoimento o oficial foi conduzido ao 4º Regimento de Polícia Montada da Brigada (4º RPmon), de onde foi levado para o Hospital da Brigada Militar após passar mal.


Prisão de tenente-coronel da Brigada Militar surpreende colegas. Associação de oficiais e Secretaria de Segurança Pública tiveram manhã atípica

Carlos Wagner e José Luis Costa

A prisão do tenente-coronel Florivaldo Pereira Damasceno na noite de segunda-feira pegou os colegas de surpresa. A Associação de Oficiais da Brigada Militar (Assofbm) ainda busca explicações antes de se manifestar sobre o que aconteceu.

— Estamos indo a campo para nos informar sobre o que aconteceu. Mas, se a corregedoria está no meio, pode ser alguma coisa séria — avalia o diretor-administrativo da Assofbm, Celso Pires Porto.

Na secretaria da Segurança Pública, a manhã foi movimentada. O secretário Airton Michels manteve a sua rotina de reuniões, mas seus assessores fizeram dezenas de ligações em busca de detalhes para mantê-lo informado.

Às 10h, a assessoria de imprensa informou que a posição da Secretaria será conhecida logo a após a entrevista coletiva da BM. Os policiais militares falarão sobre o caso, às 11h desta segunda-feira.

O tenente-coronel foi preso durante a noite de segunda-feira em uma ação da Corregedoria-geral da corporação. Os motivos ainda não foram comunicados oficialmente, mas Pereira estaria com uma arma ilegal.



Tenente-coronel foi surpreendido com 4 mil munições. Florivaldo Pereira tinha acabado de ser transferido para um batalhão na zona norte da Capital

Humberto Trezzi

Não é pouca coisa o que pesa contra o tenente-coronel Florivaldo Pereira Damasceno. Conforme confidencia uma fonte da BM, ele teria sido surpreendido com 4 mil munições de uso restrito dentro do quartel que acabara de assumir, no 20º Batalhão de Polícia Militar, conhecido popularmente como "Sarandiru" por ficar no bairro Sarandi e ser uma zona muito conflagrada.

Pereira tinha acabado de ser transferido do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), uma das mais prestigiadas áreas da BM, para um batalhão na zona norte de Porto Alegre. Pode ser coincidência, pode ser sintoma de que já era monitorado pelos setores de inteligência. O que mais pesa contra ele é que tinha, guardado consigo, 4 mil munições de diferentes calibres: .40, .30 e 7.62 mm (essa última, de fuzil). O que faria com tantos projéteis? Ele teria também armas com ele, que não sua pistola da BM (.40).

Em sua defesa, o coronel disse que tinha recebido pedido de uma senhora para buscar o material bélico e que ele próprio se surpreendeu ao saber que era um arsenal. Estaria para comunicar o fato ao Comando, quando foi surpreendido pela Corregedoria.

Com esta ação, a Corregedoria confirma que, na BM, a tradição de cortar na própria carne continua firme. Não importa quantas gemas (insígnias) o sujeito ostente no ombro.



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