ARMAS NO QUARTEL
Prisão é perseguição, diz advogado de oficial da BM. Comando-geral da Brigada Militar preferiu não comentar as críticas feitas pelo representante de tenente-coronel preso por suspeita de receptação
Quatro dias após ser preso sob suspeita de receptação de armas e ser internado no Hospital da Brigada Militar, o tenente-coronel Florivaldo Pereira Damasceno, 54 anos, recebeu alta médica na manhã de ontem e voltou para casa evitando entrevistas. Ele está em liberdade provisória desde o dia seguinte à prisão.
– Não tenho condições de falar. A BM é muito maior do que este fato isolado. A Justiça e meus advogados estão cuidando do caso – afirmou.
Mas o advogado de Pereira, Bráulio Marques, não poupou críticas ao comando da BM:
– Ele (Pereira) foi vítima de perseguição política. O comandante-geral (coronel Fábio Duarte Fernandes) é filiado ao PT, e o coronel Pereira, ao PDT, embora ele jamais tenha usado isso para se promover. Como um coronel dedicado, com folha de serviços prestados por 30 anos, é tratado desta forma?
20º BPM pode recolher armamento, afirma defesa
Então comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar, na zona norte da Capital, Pereira foi preso na noite de segunda-feira porque no gabinete dele foram encontradas 12 armas e 4,2 mil munições que pertenciam a um colecionador já falecido. O armamento tinha sido recolhido na casa da viúva do colecionador e seria entregue à Polícia Federal. Como Pereira não tinha guia de transporte das armas, acabou preso em flagrante por receptação pela Corregedoria da BM. O advogado do tenente-coronel contestou o motivo.
– Quando fazem uma batida nas ruas e apreendem armas, os policiais são obrigados a deixar as armas ali e buscar uma guia de transporte? Isso é de uma infantilidade que não tem razão de ser – argumentou Marques.
O criminalista lembrou, ainda, que o 20º BPM está cadastrado pelo governo federal como posto de recolhimento de armas para a Campanha do Desarmamento.
– Um quartel autorizado para receber armas teve o seu comandante preso porque recebeu armas – lamentou.
Outro advogado, Miguel Arcanjo, enfatizou que as armas foram transportadas em uma viatura por militares em serviço, estavam dentro de uma unidade militar, e, portanto, em poder do Estado. Ao entrar no carro de Arcanjo, Pereira comentou:
– Vocês sabem do meu trabalho. Estou doente, vou me recuperar e onde a corporação determinar, vou trabalhar.
A assessoria do comando-geral da BM preferiu não comentar as críticas dos advogados e informou que se manifestará ao final do processo.
A 1ª Auditoria Militar remeteu o inquérito para vistas ao Ministério Público Militar, que analisa o caso.
JOSÉ LUÍS COSTA
O ARSENAL APREENDIDO. Armamentos recolhidos no 20º Batalhão de Polícia Militar
Quatro dias após ser preso sob suspeita de receptação de armas e ser internado no Hospital da Brigada Militar, o tenente-coronel Florivaldo Pereira Damasceno, 54 anos, recebeu alta médica na manhã de ontem e voltou para casa evitando entrevistas. Ele está em liberdade provisória desde o dia seguinte à prisão.
– Não tenho condições de falar. A BM é muito maior do que este fato isolado. A Justiça e meus advogados estão cuidando do caso – afirmou.
Mas o advogado de Pereira, Bráulio Marques, não poupou críticas ao comando da BM:
– Ele (Pereira) foi vítima de perseguição política. O comandante-geral (coronel Fábio Duarte Fernandes) é filiado ao PT, e o coronel Pereira, ao PDT, embora ele jamais tenha usado isso para se promover. Como um coronel dedicado, com folha de serviços prestados por 30 anos, é tratado desta forma?
20º BPM pode recolher armamento, afirma defesa
Então comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar, na zona norte da Capital, Pereira foi preso na noite de segunda-feira porque no gabinete dele foram encontradas 12 armas e 4,2 mil munições que pertenciam a um colecionador já falecido. O armamento tinha sido recolhido na casa da viúva do colecionador e seria entregue à Polícia Federal. Como Pereira não tinha guia de transporte das armas, acabou preso em flagrante por receptação pela Corregedoria da BM. O advogado do tenente-coronel contestou o motivo.
– Quando fazem uma batida nas ruas e apreendem armas, os policiais são obrigados a deixar as armas ali e buscar uma guia de transporte? Isso é de uma infantilidade que não tem razão de ser – argumentou Marques.
O criminalista lembrou, ainda, que o 20º BPM está cadastrado pelo governo federal como posto de recolhimento de armas para a Campanha do Desarmamento.
– Um quartel autorizado para receber armas teve o seu comandante preso porque recebeu armas – lamentou.
Outro advogado, Miguel Arcanjo, enfatizou que as armas foram transportadas em uma viatura por militares em serviço, estavam dentro de uma unidade militar, e, portanto, em poder do Estado. Ao entrar no carro de Arcanjo, Pereira comentou:
– Vocês sabem do meu trabalho. Estou doente, vou me recuperar e onde a corporação determinar, vou trabalhar.
A assessoria do comando-geral da BM preferiu não comentar as críticas dos advogados e informou que se manifestará ao final do processo.
A 1ª Auditoria Militar remeteu o inquérito para vistas ao Ministério Público Militar, que analisa o caso.
JOSÉ LUÍS COSTA
O ARSENAL APREENDIDO. Armamentos recolhidos no 20º Batalhão de Polícia Militar
- Um fuzil.30
- Duas carabinas calibre 38
- Duas carabinas calibre 22
- Uma arma de pressão calibre 4.5
- Uma pistola 9mm
- Um revólver 38
- Um revólver 32
- Um cano de 765
- 12 carregadores de pistola
- 4.260 cartuchos
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