ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 5 de março de 2013

SEGURANÇA LENTA


ZERO HORA 05 de março de 2013 | N° 17362

TRAPALHADA NA CAPITAL. Furto flagrado, mas polícia chega tarde

Homem aciona BM, que chega mas vai embora sem perceber arrombamento



A manhã de ontem foi de decepção para uma comerciante de 53 anos do bairro Menino Deus, em Porto Alegre. Ao chegar a sua loja, a Ótica Milano, descobriu que um ladrão abrira um buraco na parede dos fundos e levara parte do estoque. Mas o pior ela estava por saber.

Na tarde de domingo, um vizinho flagrou o criminoso em ação. Além de fotografá-lo, chamou a Brigada, que demorou demais a chegar.

O ladrão levou armações de vários modelos e um notebook – tudo avaliado em cerca de R$ 20 mil. Então, o alarme disparou.

– Por isso, fugiu e deixou coisas para trás – disse a mulher, que não quis ser identificada e cuja loja já foi atacada três vezes em um ano.

Ela critica a empresa de segurança particular:

– Disseram que foi um evento. Acharam que tinha sido queda de luz.

Funcionário da Embeck Segurança, João Marques explica:

– O alarme tocou às 17h58min31s. E parou às 17h58min50s. Fui ao local, pela frente, porque não tenho acesso ao prédio. Como foi por pouco tempo, poderia ser um roedor ou um disparo acidental, e a gente não chama o cliente, até para não assustar. A gente não conseguiu ver o buraco nos fundos.

Conforme os registros da Brigada Militar, o chamado ao 190 foi feito às 17h40min. Às 17h43min, o 1º BPM, responsável pela área, foi acionado. Só às 18h3min, 23 minutos depois do aviso, uma viatura foi ao local. Os PMs ficaram pouco tempo e saíram.

– Efetuadas as averiguações, não foi constatada ocorrência, tampouco achado o reclamante. Foi tentado contato telefônico com o solicitante, que não foi encontrado. Não se pode ficar muito tempo nas ocorrências, há muitas – informa o chefe do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública, major Gilberto Viegas.

Segundo o major, o 190 recebe em média cerca de 4,1 mil chamadas por dia, das quais 20% são trotes.

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