ZH 10/10/2014 | 17h14
Do Interior para a Capital. Michels sobre críticas a transferências de brigadianos: "É uma questão eleitoral". Secretário da Segurança Pública diz que remanejamento temporário de policiais militares afeta 0,6% do efetivo das cidades
por Eduardo Rosa
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Titular da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels avalia como eleitoreiras as críticas ao remanejamento de policiais militares do Interior para a Região Metropolitana. O secretário diz que a questão levantada nos últimos meses, com a realização da Copa do Mundo em Porto Alegre, é "pífia":
— Não estamos na linha da segurança pública, temos de ser bem claros, é uma questão eleitoral. Trouxemos 150 policiais do Interior, isso representa 0,6% do policiamento dessas cidades. Não deixamos nenhuma cidade desfalcada, sem que sua operacionalidade continue 100% normal.
Michels lembrou que é comum integrantes da Brigada Militar serem deslocados para outras regiões em determinadas épocas do ano, como no verão, quando é organizada a Operação Golfinho. Outro exemplo dado pelo gestor foi uma força tarefa de três meses, em 2011, implantada em cidades como Alvorada, Gravataí e Cachoeirinha, que historicamente enfrentam problemas com a criminalidade.
Em Pelotas, a Justiça decidiu proibir novas transferências temporárias de brigadianos, ao acatar parcialmente uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público. O motivo da ação, conforme os promotores, é o aumento nos índices de criminalidade e a falta de policiais no município.
— O cidadão pelotense tem tanto direito quanto o cidadão da Capital à segurança. A remoção de um policial, como de 10 policias, prejudica a segurança da nossa cidade. A gente entende que a Capital tem direito a sua segurança, e isso deve ser garantido de outra forma — defendeu o promotor José Olavo Bueno dos Passos.
Michels pondera que a questão não é de agora:
— Pelotas e Rio Grande, a partir da implementação do Polo Naval, sofreram uma migração de pessoas das mais variadas regiões do país e de forma muito rápida. É uma mudança do perfil sociológico da cidade e implica em aumento de criminalidade.
Ele lembra que, dos cinco policiais transferidos temporariamente de Pelotas, dois estavam em funções administrativas.
— Só na área de policiamento urbano, ambiental, a cidade tem 562 policiais. Temos um apreço muito grande por Pelotas. Implementamos o policiamento comunitário com 11 núcleos e a Patrulha Maria da Penha. Reconhecemos que há esse acréscimo de criminalidade — afirma. — Obviamente, trazer cinco policias, sendo que dois atuavam no administrativo, não vai afetar absolutamente nada. Isso se supre, se necessário, com horas extras — acrescenta.
Na visão da Secretaria da Segurança Pública, a movimentação de policiais em diferentes regiões fazem com que eles adquiram conhecimento sobre a criminalidade enraizada em locais com os indicadores mais elevados.
Famurs orienta prefeitos a procurarem o Ministério Público
Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira, a diretoria da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) decidiu que recomendará aos prefeitos gaúchos que avaliem o prejuízo das transferências temporárias de policiais militares para Porto Alegre. Nas localidades onde a perda de brigadianos representaria elevação em crimes, a orientação será para os prefeitos procurem o MP.
Na semana que vem, o presidente da Famurs, Seger Menegaz, se encontrará com o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, para tratar do assunto.
*Zero Hora
Do Interior para a Capital. Michels sobre críticas a transferências de brigadianos: "É uma questão eleitoral". Secretário da Segurança Pública diz que remanejamento temporário de policiais militares afeta 0,6% do efetivo das cidades
por Eduardo Rosa
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Titular da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels avalia como eleitoreiras as críticas ao remanejamento de policiais militares do Interior para a Região Metropolitana. O secretário diz que a questão levantada nos últimos meses, com a realização da Copa do Mundo em Porto Alegre, é "pífia":
— Não estamos na linha da segurança pública, temos de ser bem claros, é uma questão eleitoral. Trouxemos 150 policiais do Interior, isso representa 0,6% do policiamento dessas cidades. Não deixamos nenhuma cidade desfalcada, sem que sua operacionalidade continue 100% normal.
Michels lembrou que é comum integrantes da Brigada Militar serem deslocados para outras regiões em determinadas épocas do ano, como no verão, quando é organizada a Operação Golfinho. Outro exemplo dado pelo gestor foi uma força tarefa de três meses, em 2011, implantada em cidades como Alvorada, Gravataí e Cachoeirinha, que historicamente enfrentam problemas com a criminalidade.
Em Pelotas, a Justiça decidiu proibir novas transferências temporárias de brigadianos, ao acatar parcialmente uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público. O motivo da ação, conforme os promotores, é o aumento nos índices de criminalidade e a falta de policiais no município.
— O cidadão pelotense tem tanto direito quanto o cidadão da Capital à segurança. A remoção de um policial, como de 10 policias, prejudica a segurança da nossa cidade. A gente entende que a Capital tem direito a sua segurança, e isso deve ser garantido de outra forma — defendeu o promotor José Olavo Bueno dos Passos.
Michels pondera que a questão não é de agora:
— Pelotas e Rio Grande, a partir da implementação do Polo Naval, sofreram uma migração de pessoas das mais variadas regiões do país e de forma muito rápida. É uma mudança do perfil sociológico da cidade e implica em aumento de criminalidade.
Ele lembra que, dos cinco policiais transferidos temporariamente de Pelotas, dois estavam em funções administrativas.
— Só na área de policiamento urbano, ambiental, a cidade tem 562 policiais. Temos um apreço muito grande por Pelotas. Implementamos o policiamento comunitário com 11 núcleos e a Patrulha Maria da Penha. Reconhecemos que há esse acréscimo de criminalidade — afirma. — Obviamente, trazer cinco policias, sendo que dois atuavam no administrativo, não vai afetar absolutamente nada. Isso se supre, se necessário, com horas extras — acrescenta.
Na visão da Secretaria da Segurança Pública, a movimentação de policiais em diferentes regiões fazem com que eles adquiram conhecimento sobre a criminalidade enraizada em locais com os indicadores mais elevados.
Famurs orienta prefeitos a procurarem o Ministério Público
Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira, a diretoria da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) decidiu que recomendará aos prefeitos gaúchos que avaliem o prejuízo das transferências temporárias de policiais militares para Porto Alegre. Nas localidades onde a perda de brigadianos representaria elevação em crimes, a orientação será para os prefeitos procurem o MP.
Na semana que vem, o presidente da Famurs, Seger Menegaz, se encontrará com o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, para tratar do assunto.
*Zero Hora
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