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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

PRESO GRUPO PM SUSPEITO DE SEQUESTRAR E EXIGIR RESGATES DE TRAFICANTES

Do G1 Rio 09/10/2014 12h42

Comandante e PMs são presos por suspeita de extorsão na Ilha, Rio. Operação Ave de Rapina cumpriu 16 mandados de prisão. Grupo é suspeito de sequestrar traficantes e exigir resgate de R$ 300 mil.




O comandante do 17°BPM, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, e outros 15 policiais militares lotados na unidade foram presos, na manhã desta quinta-feira (9), em uma ação da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. Ao todo, os agentes cumpriram 16 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão na Operação Ave de Rapina.
Comandante e PMs são presos por suspeita de
extorsão na Ilha (Foto: Reprodução/TV Globo)

Segundo a secretaria, as investigações constataram o envolvimento de policiais militares lotados no 17º BPM com traficantes de drogas na Ilha do Governador. Entre os presos está o atual comandante do batalhão, tenente-coronel Dayzer Corpas Maciel, que segundo informações contidas no boletim interno da PM, foi nomeado para assumir o CPE (Comando de Policiamento Especializado). Ele ainda não havia assumido o novo posto porque, até esta quinta-feira, a mudança não havia sido publicada em Diário Oficial. A alteração faz parte de uma série de trocas de comando realizadas pela PM após a Operação Amigos S.A, que prendeu mais de 20 policiais do 14º BPM (Bangu), suspeitos de corrupção.

O 1º tenente Vítor Mendes da Encarnação, que chefiava a P2, como é chamado o setor de inteligência do batalhão, também foi capturado na operação.

Sequestro de traficantes

De acordo com o MP-RJ, os PMs presos também estão envolvidos no sequestro de dois grupos de traficantes na cidade, no dia 16 de maio deste ano. Um deles seria do Morro do Dendê, Ilha do Governador, e o outro grupo de criminosos comandaria o tráfico em comunidades de Senador Camará, Zona Oeste do Rio. Na ocasião, segundo nota, os policiais teriam exigido R$ 300 mil para a libertação dos traficantes.

Os policiais receberam a informação de que traficantes armados sairiam da Ilha, pela Estrada do Galeão, em um Ford Ecosport vermelho. Na altura da cabine da PM da Base Aérea do Galeão, o veículo foi interceptado e cinco traficantes foram abordados (André Cosmo Correa Vaz, Rodrigo da Silva Alves, Evenílson Ferreira Pinto, Atileno Marques da Silva, o Palermo, e Rogério Vale Mendonça, o Belo).


A ação dos policiais foi flagrada por uma câmera de segurança no local da ocorrência. Com os traficantes foram localizados quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição. Também foram roubados cordões de ouro e relógios.

De acordo com a denúncia encaminhada à Auditoria de Justiça Militar Estadual, ao chegar ao local da ocorrência, o 1° tenente Vítor Mendes determinou a divisão de tarefas entre os policiais e decidiu que seriam encaminhados à 37ª DP (Ilha do Governador) apenas três traficantes e um fuzil. Na época, a prisão dos três e apreensão de um fuzil foram registradas pela imprensa.

Os demais presos, Atileno Marques e Rogério Vale, que exerciam um papel de destaque na hierarquia do tráfico, foram levados para o bairro Itacolomi, ainda na Ilha do Governador, onde ocorreu a sequência da negociação. Os traficantes tiveram o resgate negociado com uma advogada e foram libertados sete horas após a prisão, mediante o pagamento de R$ 300 mil. Os policiais ainda venderam a traficantes do Morro do Dendê os três fuzis apreendidos, pelo valor de R$ 140 mil. O restante da apreensão foi dividido entre os PMs.

Ligação com chefe do tráfico

De acordo com as investigações, os policiais militares denunciados possuíam estreito laço com traficantes de drogas, em especial com o traficante Fernando Gomes de Freitas, conhecido como Fernandinho Guarabu, identificado como chefe de facção criminosa, que atua no Morro do Dendê.

Segundo a secretaria, foi comprovado que na ocasião do sequestro tanto o comandante do batalhão como o chefe do Serviço Reservado (P2) tiveram ciência do ocorrido e se beneficiaram financeiramente com o feito, sendo a quantia reservada ao comandante R$ 40 mil.

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