Exame que pode revelar se Bernardo foi vítima de substância letal ainda nem começou a ser feito porque equipamento está estragado desde o ano passado
Adriana Irion
As respostas para o quebra-cabeça da morte de Bernardo Boldrini que dependem de exames periciais podem demorar mais do que a Polícia Civil de Três Passos prevê. Oito dias depois da localização do corpo do menino, o exame que pode revelar se ele foi vítima de uma substância letal e que substância é essa, ainda nem começou a ser feito. O motivo: o equipamento necessário para isso está estragado desde o ano passado.
A necropsia no corpo, feita em Frederico Westphalen, foi inconclusiva sobre a causa da morte. Segundo peritos, isso ocorreu devido ao estado de decomposição do cadáver. Agora, a apuração sobre substâncias que tenham sido usadas para matá-lo dependem de exames mais específicos, como o de vísceras. A dificuldade para esse teste é que o equipamento, o Homogenizador de Tecidos do Departamento de Perícias Laboratoriais, está com uma peça quebrada. O aparelho tritura e prepara o material para análise.
Conforme o depoimento da assistente social Edelvânia Wirganovicz à polícia, revelado por ZH no final de semana, Bernardo teria recebido da madrasta comprimidos para dormir e depois uma injeção no braço esquerdo com substância letal. Um dos medicamentos citados por Edelvânia, que está presa por participação no crime, é o Midazolan, um sedativo e indutor anestésico muito usado em pequenos procedimentos, como endoscopias.
— Já fizemos a compra de um novo equipamento, que deve chegar até 14 de maio, e estamos providenciando o conserto do antigo — explica Paulo Leonel Fioravante Fernandes, diretor-geral adjunto e supervisor técnico do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Segundo Paulo Leonel, visando a não atrasar muito a perícia do caso Bernardo, já está sendo verificada a possibilidade de o exame ser feito em parceria com uma universidade que disponha do homogenizador. Além da causa da morte, a polícia aguarda o resultado de outras análises para reconstruir passo a passo o crime e demonstrar o grau de participação de cada suspeito.
Medidas que são avaliadas
Causa da morte
As respostas para o quebra-cabeça da morte de Bernardo Boldrini que dependem de exames periciais podem demorar mais do que a Polícia Civil de Três Passos prevê. Oito dias depois da localização do corpo do menino, o exame que pode revelar se ele foi vítima de uma substância letal e que substância é essa, ainda nem começou a ser feito. O motivo: o equipamento necessário para isso está estragado desde o ano passado.
A necropsia no corpo, feita em Frederico Westphalen, foi inconclusiva sobre a causa da morte. Segundo peritos, isso ocorreu devido ao estado de decomposição do cadáver. Agora, a apuração sobre substâncias que tenham sido usadas para matá-lo dependem de exames mais específicos, como o de vísceras. A dificuldade para esse teste é que o equipamento, o Homogenizador de Tecidos do Departamento de Perícias Laboratoriais, está com uma peça quebrada. O aparelho tritura e prepara o material para análise.
Conforme o depoimento da assistente social Edelvânia Wirganovicz à polícia, revelado por ZH no final de semana, Bernardo teria recebido da madrasta comprimidos para dormir e depois uma injeção no braço esquerdo com substância letal. Um dos medicamentos citados por Edelvânia, que está presa por participação no crime, é o Midazolan, um sedativo e indutor anestésico muito usado em pequenos procedimentos, como endoscopias.
— Já fizemos a compra de um novo equipamento, que deve chegar até 14 de maio, e estamos providenciando o conserto do antigo — explica Paulo Leonel Fioravante Fernandes, diretor-geral adjunto e supervisor técnico do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Segundo Paulo Leonel, visando a não atrasar muito a perícia do caso Bernardo, já está sendo verificada a possibilidade de o exame ser feito em parceria com uma universidade que disponha do homogenizador. Além da causa da morte, a polícia aguarda o resultado de outras análises para reconstruir passo a passo o crime e demonstrar o grau de participação de cada suspeito.
Medidas que são avaliadas
Causa da morte
A necropsia, feita no Posto Médico Legal de Frederico Westphalen, foi inconclusiva para a causa da morte devido ao estado do corpo, enterrado havia 10 dias. Não foi possível localizar, por exemplo, sinais como o que seria deixado pela aplicação de uma injeção com substância letal. Para identificar a substância usada para matar o menino, é preciso analisar materiais como urina e vísceras. Urina não foi possível coletar.
Vestígios em carros
Estão apreendidos um Veloster (de Leandro Boldrini), uma caminhonete Triton (de Graciele Ugulini) e um Siena (de Edelvânia Wirganovicz). A busca por vestígios de substâncias como sangue ou terra, por exemplo, é feita por um perito criminalístico. O Veloster e a Triton já passaram por exame com luminol, substância química que ajuda a detectar sinais de sangue. A polícia está elaborando novos pedidos em relação aos carros. Um deles é a análise dos equipamentos de GPS para conferir rotas realizadas.
Gravações
Há imagens de câmeras de segurança que mostram Graciele e Edelvânia com o menino no dia do suposto desaparecimento. Se for solicitada análise desse material, o exame será feito pelo Departamento de Criminalística (DC).
Ferramentas
A pá e a cavadeira apreendidas na casa da mãe de Edelvânia são elementos importantes para montar o quebra-cabeça. Dependendo do que a polícia pedir, o exame pode ser feito em Santo Ângelo ou em Porto Alegre. Se for apenas a análise da ferramenta em si, para verificar possíveis amassados ou deformações, por exemplo, a tarefa será feita em Santo Ângelo. Se for necessária análise de substâncias contidas nas ferramentas, o trabalho deve passar para a Capital. Pode ser realizada pelo setor de perícias ambientais do Departamento de Criminalística (DC) em parceria com o Departamento de Perícias Laboratoriais.
Medicamentos
Remédios e outras substâncias apreendidas na casa e na clínica de Leandro Boldrini devem ser analisadas pelo Departamento de Perícias Laboratoriais. Em alguns casos, pode ser solicitada apoio para universidades.
Reconstituição
A recriação da cena do crime também pode ser solicitada. A reconstituição é uma ferramenta utilizada em casos complexos e, principalmente, quando há contradições nas versões dos suspeitos. Também é feita por peritos do DC. Por outro lado, não foi acionada perícia para fazer levantamento no local do encontro do corpo.
Relembre o caso
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo. O casal aparentava uma vida dupla, segundo relatos de amigos e vizinhos.
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