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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

RELAÇÃO ESPÚRIA



ZERO HORA 28 de janeiro de 2015 | N° 18056


ADRIANA IRION


MORTE EM TRAMANDAÍ. Juiz vê “relação espúria” de comissário com Xandi


Ao decretar a prisão preventiva do comissário Nilson Aneli, o juiz Emerson Silveira Mota, da 2ª Vara Criminal do Foro de Tramandaí, escreveu haver “fortes indícios de que ele estava fazendo a segurança pessoal do líder de uma organização criminosa vinculada ao tráfico de drogas”.

Aneli foi preso na segunda-feira. A Corregedoria-geral da Polícia Civil (Cogepol), responsável pelo pedido de prisão, também fez buscas na casa do comissário, em Porto Alegre. O advogado de Aneli, o delegado aposentado José Cláudio de Lima da Silva, disse que deve ingressar com habeas corpus na tentativa de revogar a prisão até o final desta semana.

Para o juiz que decretou a prisão preventiva, a aparente “relação espúria de um agente da autoridade com o crime organizado atenta, não só contra a ordem pública, mas contra o próprio Estado Democrático de Direito”. O magistrado destacou que a investigação da Cogepol aponta indícios do envolvimento do policial com a segurança do traficante, executado em 4 de janeiro, em Tramandaí, supostamente por uma quadrilha rival. Xandi foi atingido por um tiro de fuzil.

As circunstâncias do ataque à casa em que Xandi foi morto e onde Aneli estaria, segundo testemunhas, são investigadas pela polícia. A Cogepol apura as relações de Aneli com Xandi, conhecido por dominar o tráfico no condomínio Princesa Isabel, na Capital. Aneli foi chefe da segurança pessoal do ex-secretário da Segurança, Airton Michels, de 2011 a 2014. Dias após a morte de Xandi, ele confessou a Michels ter feito segurança na casa onde Xandi foi morto, mas negou saber que o cliente fosse traficante.

Recolhido ao Grupamento de Operações Especiais (GOE), no Palácio da Polícia, o comissário deve prestar novo depoimento à Cogepol nos próximos dias. Se houver contradições entre as declarações de Aneli e o que Michels revelou, o ex-secretário pode ser chamado a também prestar depoimento.

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