ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

ARROCHO NA SEGURANÇA



ZERO HORA 08 de janeiro de 2015 | N° 18036


RENATO GAVA


POLÍCIA. Menos horas extras, menos policiais nas ruas do Estado



GOVERNO DETERMINA CORTE de 40% no pagamento de adicional. Também foi definida a redução de 25% nas verbas das diárias da operação de reforço de policiamento no Litoral durante o verão


A série de cortes de despesas anunciadas pelo governo José Ivo Sartori atingiu a área da segurança pública. Ontem, a Secretaria da Fazenda, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou que a Brigada Militar terá redução de 40% no total de horas extras dos PMs. Com defasagem de pelo menos 16 mil servidores, a Brigada vinha concedendo a policiais militares a possibilidade de trabalhar até 42 horas a mais por mês. Com a nova medida, é praticamente inevitável não haver redução de PMs nas ruas.

– Com certeza, o prejuízo da população será muito grande. A maioria dos policiais faz horas extras, eu diria que uns 80%. Se cortarem, vai ficar muito visível nas ruas – analisa o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas.

A determinação foi confirmada após reunião entre o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, e o titular da Secretaria da Segurança Pública, Wantuir Jacini. De acordo com a Fazenda, nos próximos dias, técnicos do Tesouro e integrantes da Segurança Pública vão se reunir para discutir o que o governo chama de “possibilidade de flexibilização” nas horas extras.

TERRITÓRIOS DA PAZ DEVEM SOFRER MAIS

Para adotar a medida, o governo tomará como base os números do primeiro semestre do ano passado. Em média, foram cedidas 1,8 mil horas extras por mês a cada batalhão – mais 4,6 mil para os quatro batalhões onde há Território da Paz (Lomba do Pinheiro, Restinga, Rubem Berta e Santa Tereza). Esses quartéis terão agora de trabalhar com pouco menos de 1,1 mil horas extras. E, nos territórios, o limite passará a ser 2,76 mil.

Como cada soldado cumpre carga horária de 171 horas por mês, a redução corresponde a retirar do patrulhamento diário cerca de quatro policiais de cada batalhão. Nos territórios, 16 brigadianos.

Na reunião de ontem, ficou definida ainda a diminuição da diárias da Operação Verão Numa Boa, a antiga Operação Golfinho, na qual há reforço de policiamento no Litoral. Até a primeira quinzena de março, o orçamento previa gastos de R$ 27,1 milhões com diárias dos policiais. A verba será reduzida em 25%, para R$ 20,3 milhões.




Economia de R$ 500 mil por mês na Capital


Pelo menos 80% dos policiais militares que fazem horas extras são soldados e sargentos, calcula a Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar. O soldado recebe R$ 17 pela hora e o sargento, R$ 25, Há ainda tenentes (R$ 35) e capitães (R$ 45), além de oficiais de patente mais alta, para os quais os valores dependem de tempo do serviço.

O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas, estima que a economia na Capital deve ser de R$ 500 mil por mês. Não foram divulgados dados sobre o Interior e a Região Metropolitana, que seguirão o mesmo critério de redução de horas.

– Não quer dizer que a Brigada vai parar, mas vai haver redução em operações pontuais objetivas, como ações. A ideia é suplementar as horas, caso haja necessidade. Por exemplo, se chegar no dia 25 do mês, e tem mais atividades a serem feitas, a gente espera que o governo nos conceda mais cotas de horas extras – afirmou Freitas.



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