ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

SOBRE O EXERCÍCIO DO PODER PUBLICO

O GLOBO, 17/06/2014

REPÓRTER DE CRIME. Por Jorge Anselmo Barros


Por Fábio Vasconcelos*


A prática dos pequenos poderes exercida por muitos policiais revela a enorme confusão entre o que os PMs entendem como o papel de uma instituição pública e a sua função dentro dela. Revela, por outro lado, um caso de desvio grave de comportamento. A atuação desses PMs é, muitas vezes, marcada pela insistente decisão de usurpar prerrogativas da função pública (diga-se, limitada por lei) para transformá-las em ações de pura satisfação e gozo pessoal, e isso nas mais simples e rasteiras ações, independentemente de ser ou não um jornalista do outro lado.

O "eu posso", "eu mando" e "eu prendo" são expressões elevadas às alturas cotidianamente e em situações nas quais o diálogo seria a melhor forma de resolver querelas. São expressões que indicam claramente como alguns desses servidores públicos não entendem absolutamente nada do exercício do poder público. Em situações como essa, o poder deixa de ser público para ser um poder pessoal de fazer o que bem se entende.


*Fábio Vasconcelos é jornalista do GLOBO e professor de jornalismo da ESPM no Rio.

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