ZERO HORA 29 de setembro de 2014 | N° 17937
DIOGO VARGAS
SANTA CATARINA. Fogo em ônibus e tiros contra casas de policiais. POLÍCIAS E GOVERNO investigam facções criminosas e disputas de poder para identificar os responsáveis pela violência na Grande Florianópolis
Os setores de inteligência das polícias Civil e Militar buscam identificar os responsáveis pela onda de atentados na Grande Florianópolis. Facções criminosas podem estar mais uma vez por trás da violência registrada entre sexta- feira e domingo, com três ônibus incendiados na se e tiros contra casas de policiais e uma guarita da Polícia Civil. A linha mais forte de investigação identifica uma nova ordem de ataques a mando da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC) por motivos que podem ser vingança contra ações policiais nas ruas, principalmente por mortes de criminosos em confrontos.
O desafio das polícias é identificar a origem da ordem de comando dos atentados. O PGC mantém lideranças em vários presídios catarinenses, mas os 30 principais líderes da facção encontram-se em presídios federais. Os setores de inteligência não descartam até mesmo que os episódios nas ruas sejam uma guerra de forças entre bandidos do PGC e criminosos da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, que busca se instalar e chefiar negócios ilícitos como o tráfico de drogas em Santa Catarina.
Em entrevista coletiva, o governador em exercício, Nelson Schaefer Martins, presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, declarou que as facções estão sendo investigadas e que a missão se concentra em identificar a origem e o comando das ordens. O objetivo é sufocar o movimento criminoso o mais rápido possível, inclusive cumprindo ordens de prisão dos suspeitos identificados. O secretário da Segurança, César Grubba, lembrou que uma das linhas de investigação é que os atentados sejam vingança à morte de Cesar Machado, 33 anos, após confronto com PMs do 7º Batalhão, às 3h40min de ontem, no bairro Serraria, em São José. Machado tinha antecedentes criminais e era um dos suspeitos de ataques ocorridos na sexta-feira. O comparsa dele, Tiago Maciel, 19, foi baleado e está hospitalizado.
OFENSIVA |
-Os ataques são considerados pelas polícias e pelo governo como a 4ª série de atentados em Santa Catarina desde novembro de 2012. |
-Por volta das 23h de sexta-feira, dois ônibus foram incendiados em Palhoça e em São José, na Grande Florianópolis. |
-As ofensivas criminosas se intensificaram na madrugada de ontem. O primeiro ataque foi à 1h, em Palhoça. Dois homens em uma motocicleta atiraram um coquetel molotov na bomba de combustível do posto Cambirela. |
-Às 2h40min, a casa de um policial militar em São José foi atingida por três disparos. Cinco minutos depois, a guarita do depósito da polícia foi atingida por três disparos. Às 3h15min, houve novo ataque. Dois homens atiraram quatro vezes contra a casa de um PM. O carro do agente foi atingido por três tiros. |
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