ZERO HORA Atualizada em 02/02/2015 | 05h04
Policiais militares teriam agredido irmãos no 11° BPM em Porto Alegre. Depois de espancamento ser filmado por vizinhos das vítimas, violência teria continuado
por Cadu Caldas
Darlan fez exame de corpo delito e mostra marcas da agressão Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
As agressões de policiais militares a moradores da Vila Farrapos, registradas em vídeo na semana passada, teriam continuado por mais de uma hora dentro do 11º Batalhão da Brigada Militar, na Capital. Os irmãos Darlan, 29 anos, e Douglas Marchi, 35 anos, alegam ter sido espancados com chutes, socos e cacetadas e afirmam ter sofrido ameaças por parte de soldados do 11º BPM.
A agressão teria sido tão violenta que Darlan diz ter desmaiado duas vezes. Trancada no banheiro, a mulher de Darlan, a cabeleireira Elisandra da Silva, 35 anos, afirma ter escutado o espancamento. Os dois irmãos foram encaminhados ao hospital duas horas depois de detidos. O registro indica que Darlan e Douglas entraram no Cristo Redentor às 18h59min. Elisandra, foi encaminhada a uma delegacia, onde teria ficado algemada. Após liberados, os três ainda dizem ter sofrido ameaças.
— Falaram que se fôssemos reclamar na Polícia Civil sofreríamos as consequências. Disseram que eram de uma milícia — diz a cabeleireira, que faz curso de radiologia no Hospital de Clínicas e estuda gestão ambiental.
Pancadas deixaram sinais por todo o corpo de Darlan (Foto: Lauro Alves)
Apesar da intimidação, os três fizeram boletim de ocorrência na delegacia da Polícia Civil e exame de corpo de delito para comprovar as agressões. O tumulto começou às 17h de sexta-feira, quando Elisandra foi abordada por policiais ao chegar em casa de moto. O motivo é que o filho dela, Gabriel, de 13 anos, estava na garupa e sem capacete. Conforme o casal, a abordagem policial já começou com gritos e insultos. A confusão teria se iniciado quando Darlan reclamou dos xingamentos.
— Me chamaram de vagabundo, marginal. Eu sou trabalhador. Tenho minha própria empresa de comunicação visual, pago imposto, tenho nota fiscal. Eles disseram que se eu fosse honesto não estaria morando na vila — conta Darlan.
Na gravação feita por um vizinho é possível ver Darlan caído no chão e agredido por policiais. O vídeo mostra ainda brigadianos colocando Douglas na viatura com socos e usando o cassetete.
ENTREVISTA
"As imagens são perturbadoras. Trata-se de um crime militar", diz comandante interino do 11º BPM. Major Sérgio Rocha, responsável pelos PMs que realizaram abordagem violenta na Vila Farrapos, avalia vídeo que flagrou agressões
por Cristiane Bazilio
Foto: Reprodução / vídeo
Comandante interino do 11º BPM, o major Sérgio Rocha admitiu que houve excesso por parte dos policiais militares que aparecem no vídeo agredindo moradores da Vila Farrapos, na Capital. Ele informou que um inquérito policial militar (IPM) será aberto na terça-feira para apurar o caso, que ele define como “crime militar”. Os PMs envolvidos poderão ser punidos com prisão e até expulsão da BM. Por enquanto, todos continuam trabalhando nas ruas.
O senhor acredita que houve excesso na ação dos policiais que foi registrada?
Sem dúvida. As imagens são fortes e perturbadoras. Podemos ver no vídeo, claramente, o excesso no modo como eles conduziram a situação. Trata-se de um crime militar. Nesta terça-feira, será aberto um inquérito policial militar para averiguar a conduta de cada um. Não é porque alguns agiram de forma errada que todos serão responsabilizados da mesma forma. É preciso analisar caso a caso.
Mesmo quem não participou diretamente das agressões não teria sido, de alguma forma, conivente?
Com certeza. E também deverá ser punido. Entretanto, possivelmente não com a mesma severidade de quem praticou as agressões propriamente ditas. Por isso, a importância de individualizar as condutas.
Os policiais militares envolvidos podem sofrer quais tipos de punições?
Eles serão julgados em duas esferas: a militar e a administrativa. No âmbito da Justiça Militar, o promotor pode denunciar os policiais por abuso de autoridade, e eles podem ser detidos ou presos por até um ano e meio (em um presídio militar). Na administrativa, podem ser punidos no próprio quartel, com pena que pode ir de detenção à prisão. A exclusão da corporação é uma possibilidade muito remota.
Os policiais identificados já se manifestaram?
Já conversaram com seus superiores. Disseram que a situação saiu de controle quando os moradores da vila vieram para cima dos PMs.
Moradores disseram que os PMs teriam invadido a casa de um dos detidos. O senhor confirma?
Não. Não tenho essa informação, e nada foi mencionado a esse respeito. Mas, se tivesse acontecido mesmo, por que isto não está nas filmagens?
Os detidos tinham antecedentes criminais?
Apenas um deles. Os outros dois, não.
Quantos policiais exatamente estão envolvidos nesta situação?
Agora não sei precisar. Mas são muitos.
Esses policiais continuam trabalhando nas ruas?
Sim, estão todos eles nas ruas, trabalhando normalmente enquanto o inquérito não é aberto. Apenas a partir disso, e se o encarregado pelo inquérito avaliar que os policiais devem ser afastados para melhor condução das investigações, aí, sim, eles poderão ser retirado do policiamento da Capital.
Policiais militares teriam agredido irmãos no 11° BPM em Porto Alegre. Depois de espancamento ser filmado por vizinhos das vítimas, violência teria continuado
por Cadu Caldas
Darlan fez exame de corpo delito e mostra marcas da agressão Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
As agressões de policiais militares a moradores da Vila Farrapos, registradas em vídeo na semana passada, teriam continuado por mais de uma hora dentro do 11º Batalhão da Brigada Militar, na Capital. Os irmãos Darlan, 29 anos, e Douglas Marchi, 35 anos, alegam ter sido espancados com chutes, socos e cacetadas e afirmam ter sofrido ameaças por parte de soldados do 11º BPM.
A agressão teria sido tão violenta que Darlan diz ter desmaiado duas vezes. Trancada no banheiro, a mulher de Darlan, a cabeleireira Elisandra da Silva, 35 anos, afirma ter escutado o espancamento. Os dois irmãos foram encaminhados ao hospital duas horas depois de detidos. O registro indica que Darlan e Douglas entraram no Cristo Redentor às 18h59min. Elisandra, foi encaminhada a uma delegacia, onde teria ficado algemada. Após liberados, os três ainda dizem ter sofrido ameaças.
— Falaram que se fôssemos reclamar na Polícia Civil sofreríamos as consequências. Disseram que eram de uma milícia — diz a cabeleireira, que faz curso de radiologia no Hospital de Clínicas e estuda gestão ambiental.
Pancadas deixaram sinais por todo o corpo de Darlan (Foto: Lauro Alves)
Apesar da intimidação, os três fizeram boletim de ocorrência na delegacia da Polícia Civil e exame de corpo de delito para comprovar as agressões. O tumulto começou às 17h de sexta-feira, quando Elisandra foi abordada por policiais ao chegar em casa de moto. O motivo é que o filho dela, Gabriel, de 13 anos, estava na garupa e sem capacete. Conforme o casal, a abordagem policial já começou com gritos e insultos. A confusão teria se iniciado quando Darlan reclamou dos xingamentos.
— Me chamaram de vagabundo, marginal. Eu sou trabalhador. Tenho minha própria empresa de comunicação visual, pago imposto, tenho nota fiscal. Eles disseram que se eu fosse honesto não estaria morando na vila — conta Darlan.
Na gravação feita por um vizinho é possível ver Darlan caído no chão e agredido por policiais. O vídeo mostra ainda brigadianos colocando Douglas na viatura com socos e usando o cassetete.
ENTREVISTA
"As imagens são perturbadoras. Trata-se de um crime militar", diz comandante interino do 11º BPM. Major Sérgio Rocha, responsável pelos PMs que realizaram abordagem violenta na Vila Farrapos, avalia vídeo que flagrou agressões
por Cristiane Bazilio
Foto: Reprodução / vídeo
Comandante interino do 11º BPM, o major Sérgio Rocha admitiu que houve excesso por parte dos policiais militares que aparecem no vídeo agredindo moradores da Vila Farrapos, na Capital. Ele informou que um inquérito policial militar (IPM) será aberto na terça-feira para apurar o caso, que ele define como “crime militar”. Os PMs envolvidos poderão ser punidos com prisão e até expulsão da BM. Por enquanto, todos continuam trabalhando nas ruas.
O senhor acredita que houve excesso na ação dos policiais que foi registrada?
Sem dúvida. As imagens são fortes e perturbadoras. Podemos ver no vídeo, claramente, o excesso no modo como eles conduziram a situação. Trata-se de um crime militar. Nesta terça-feira, será aberto um inquérito policial militar para averiguar a conduta de cada um. Não é porque alguns agiram de forma errada que todos serão responsabilizados da mesma forma. É preciso analisar caso a caso.
Mesmo quem não participou diretamente das agressões não teria sido, de alguma forma, conivente?
Com certeza. E também deverá ser punido. Entretanto, possivelmente não com a mesma severidade de quem praticou as agressões propriamente ditas. Por isso, a importância de individualizar as condutas.
Os policiais militares envolvidos podem sofrer quais tipos de punições?
Eles serão julgados em duas esferas: a militar e a administrativa. No âmbito da Justiça Militar, o promotor pode denunciar os policiais por abuso de autoridade, e eles podem ser detidos ou presos por até um ano e meio (em um presídio militar). Na administrativa, podem ser punidos no próprio quartel, com pena que pode ir de detenção à prisão. A exclusão da corporação é uma possibilidade muito remota.
Os policiais identificados já se manifestaram?
Já conversaram com seus superiores. Disseram que a situação saiu de controle quando os moradores da vila vieram para cima dos PMs.
Moradores disseram que os PMs teriam invadido a casa de um dos detidos. O senhor confirma?
Não. Não tenho essa informação, e nada foi mencionado a esse respeito. Mas, se tivesse acontecido mesmo, por que isto não está nas filmagens?
Os detidos tinham antecedentes criminais?
Apenas um deles. Os outros dois, não.
Quantos policiais exatamente estão envolvidos nesta situação?
Agora não sei precisar. Mas são muitos.
Esses policiais continuam trabalhando nas ruas?
Sim, estão todos eles nas ruas, trabalhando normalmente enquanto o inquérito não é aberto. Apenas a partir disso, e se o encarregado pelo inquérito avaliar que os policiais devem ser afastados para melhor condução das investigações, aí, sim, eles poderão ser retirado do policiamento da Capital.
tem policial que coloca a farda e acha que pode tudo,querem deveria proteger o cidadão de bem acaba machucando e até matando, tenho mais medo da policia do que do bandido hoje moro em vila mas sou um homem de bem tenho uma boa casa um bom carro e um bom salario casa na praia sou produtor artistico e ouvi a policial dize que ela morava em bairro de rico nesse dia,que quem morava na vila era chinelo ,coitada dessa policial ela fez todo o barraco se achando com um salario de pouco mais de 1,000 reais deveriam averiguar de onde ela tira dinheiro para morar cobertura kkkkkkk sem noção policia covarde .vou ser promotor e botar esse bandidos de farda na cadeia tbm.
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