ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

CADA VEZ MENOS BRIGADIANOS NAS RUAS



ZERO HORA 16 de fevereiro de 2015 | N° 18075


POLÍTICA + | Juliano Rodrigues

Se há um setor do Estado que foi efetivamente afetado e que tende a se deteriorar com as medidas de austeridade já anunciadas ou em estudo pelo governo José Ivo Sartori, é a segurança pública.

    O primeiro reflexo do decreto que reduziu pagamento de horas extras aos policiais militares, anunciado em janeiro, já está ao alcance dos olhos da população: a presença da Brigada Militar nas ruas diminuiu. É verdade que isso está ocorrendo não apenas pelo corte de horas extras, mas também pelo deslocamento de PMs para o Litoral. Porém, a suspensão da nomeação de novos soldados e dados da Secretaria de Administração e Recursos Humanos e da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar indicam que a corporação deve terminar 2015 com o efetivo ainda menor em relação a 2014 (que já foi menor do que o de 2013).

    Somente entre 2013 e 2014, a Brigada Militar perdeu 1,1 mil servidores. O déficit seria recomposto com a nomeação de 2 mil policiais militares aprovados em concurso, mas o governo Sartori suspendeu a chamada dos servidores e avalia que isso somente poderá ocorrer a partir de junho. Isso se, até lá, o quadro financeiro do Estado melhorar. Até julho de 2014, a BM contava com um efetivo de 22.450 pessoas. Começou 2015 com 21.940. A tendência é de que termine o ano com até 800 policiais a menos, segundo a Associação de Cabos e Soldados (Abamf).

    – Os PMs estão fazendo outros concursos. É mais vantajoso ir para a Polícia Civil, para a Susepe. Só em 2014, perdemos 450 soldados para outros concursos. As pessoas não estão vendo vantagem em continuar na Brigada, até porque há boatos sobre perda de vantagens – explica o presidente da Abamf, Leonel Lucas.

    Os boatos a que se refere Leonel Lucas dizem respeito à análise do governo sobre mudar algumas regras (de aposentadoria, licenças e gratificações de permanência) que tornam a BM cara aos cofres públicos sem que o investimento seja observado no policiamento nas ruas. Segundo a Secretaria de Administração e Recursos Humanos, mais de 2,3 mil policiais militares estão em condições de se aposentar e recebem a gratificação de permanência. As entidades de classe afirmam que a extinção dessa vantagem encolheria ainda mais o já enxuto efetivo da Brigada.

    ALIÁS - O efetivo da Brigada Militar vem encolhendo de forma progressiva. Em 1995, havia 27,4 mil policiais militares no Rio Grande do Sul. Agora, são 21,9 mil. O déficit atual é de mais de 11 mil PMs.

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