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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CASO DO TORCEDOR TEM PRISÃO DECRETADA PARA QUATRO PMS


ZERO HORA 17 de fevereiro de 2015 | N° 18076

CARLOS ISMAEL MOREIRA

TORCEDOR ASSASSINADO. Caso já soma quatro PMs detidos

ENTRE OS PRESOS, três são suspeitos de terem feito os disparos que mataram Maicon Doglas de Lima, no início do mês. No começo da investigação, apenas um havia admitido o uso de munição letal


A investigação da morte do torcedor do Novo Hamburgo, Maicon Doglas de Lima, 16 anos, no dia 1º deste mês, já levou quatro policiais militares (PMs) para trás das grades. Destes, três são suspeitos de terem feito os disparos que atingiram o jovem, morto por dois tiros pelas costas. O quarto teria participado da troca de uma das balas removidas do corpo do rapaz. Desde 2012, é o maior número de PMs presos por participação em ações com morte.

Os disparos de munição letal foram admitidos apenas pelo soldado Fabiano Assmann. No dia 4, ele e outro policial, Moyses Stein, tiveram prisão decretada e foram levados para o Presídio Policial Militar. Na sexta-feira, a Justiça autorizou a prisão de mais dois PMs, Angela Peppe Christofari e Ulisses de Matos Quos, por indícios de que podem ter saído da arma deles os tiros que acertaram Lima. Os quatro são do 25º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de São Leopoldo.

Titular da 1ª Vara Criminal de São Leopoldo, o juiz José Antônio Piccoli justificou a prisão afirmando que “novos elementos surgiram nos autos, dando conta de que mais dois policiais efetuaram disparos contra a vítima”.

COMANDO DO 3º BPM NEGA ERRO DE PLANEJAMENTO

O subcomandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Paulo Stocker, não quis comentar as novas prisões. Em entrevista a ZH no dia 4, Stocker disse os PMs são treinados para “o uso progressivo da força e a decisão do tiro”.

O tenente-coronel Luiz Fernando Rodrigues, comandante do 3º BPM de Novo Hamburgo, que conduz inquérito policial militar sobre o caso, discorda que a suspeita de três PMs terem atirado configure erro de planejamento:

– Nossa guarnição (do 3º BPM) estava com balas de borracha. Eles (25º BPM) vieram em apoio pela gravidade da ocorrência, por isso tinham com munição comum, o que é normal na nossa atuação. Infelizmente, ocorreu esse incidente.


BM contesta necessidade de prisões

A prisão de quatro policiais militares, resultado da investigação da morte de Maicon Doglas de Lima, de 16 anos, é contestada pela Brigada Militar. Apesar da suspeita de que três PMs teriam disparado contra o rapaz, o tenente-coronel Luiz Fernando Rodrigues, comandante do 3º BPM, que conduz inquérito policial militar (IPM) sobre o caso, afirma que as detenções não eram necessárias.

– A essa altura do inquérito, também já tinhamos essa informação, mas não haviam requisitos para a prisão. Não é porque são brigadianos. A prisão é pedida quando há risco de fuga ou de o suspeito atrapalhar a investigação, mas não é esse o caso. O delegado, porém, tem autonomia para pedir e, se a Justiça tem concedido, nós apenas cumprimos a decisão – comentou Rodrigues.

O comandante afirmou ainda que apenas a perícia poderá atestar de qual arma partiram os disparos que atingiram o jovem, mas não há prazo para conclusão do IPM.

A Delegacia de Homicídios de São Leopoldo também aguarda os laudos para confirmar outra suspeita: a que os PMs teriam substituído um dos projéteis retirados do corpo do adolescente. A tese ganhou força quando surgiram imagens das câmeras de segurança do Hospital Centenário mostrando que quatro brigadianos tiveram acesso à sala onde o jovem foi atendido.




COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Se houve erro policial, este deve ser apurado e punido, pois a vida da pessoa é prioridade na segurança pública. Agora, é preciso adotar procedimentos rigorosos nos hooligans que causaram o tumulto, para que eles não se tornem as vítimas e os policiais os vilões.

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