ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

domingo, 28 de dezembro de 2014

RECAPTURADO PM MATADOR DE EX-CHEFE DO DOI-CODI

ZERO HORA 27/12/2014 | 23h30

Após fuga, PM condenado pela morte de ex-chefe do DOI-Codi é preso na Capital, Foragido havia três semanas, Maiquel de Almeida Guilherme, 33 anos, foi detido pela Brigada Militar na Zona Norte


por Débora Ely




Maiquel estava foragido desde o início de dezembro Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS


Vinte e dois dias depois de escapar do Presídio Militar, um dos PMs condenados pela morte do coronel aposentado do Exército Julio Miguel Molinas Dias, ex-chefe do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio de Janeiro, nos anos 1980, foi capturado na noite deste sábado. Maiquel de Almeida Guilherme, 33 anos, estava em um carro clonado e foi preso na Avenida Ceará, por volta das 20h.

Com inquérito-policial militar (IPM) instaurado, a Brigada Militar investigava a fuga de Maiquel do presídio. Neste sábado, investigadores receberam a informação de que o soldado circulava pela região onde foi preso em um carro clonado — um HB20 prata.

Acionados, policiais do 11º Batalhão da Polícia Militar (BPM) abordaram o veículo na Avenida Ceará, por volta das 20h. Maiquel tentou fugir, bateu em um motociclista e colidiu contra uma árvore — quando foi detido.


— A corregedoria nunca deixou de investigar. Hoje foi repassada a informação de que ele estaria com um carro clonado, trocamos informações com outros efetivos e tivemos êxito em prendê-lo. — disse o subcorregedor da Brigada Militar, tenente-coronel Julio Cesar Rocha Lopes. — É mais um policial militar que se envolveu com o outro lado e que capturamos.


Carro clonado dirigido pelo soldado colidiu contra árvore ao tentar fugir da polícia
Foto: Divulgação

No veículo, também estava a namorada de Maiquel. O soldado foi encaminhado para a 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e, após prestar depoimento, será levado de volta ao Presídio Militar localizado dentro do terreno do Batalhão de Operações Especiais, no bairro Partenon, em Porto Alegre — da onde fugiu no dia 5 deste mês.

Maiquel teria aproveitado o momento em que ocorria um culto religioso para arrombar uma porta e uma janela, saltando para o pátio e, depois, o muro externo. Do lado de fora, um carro o esperava.

Segundo o delegado de plantão da 3ª DPPA, Maurício Alves de Sampaio, o preso está tranquilo, e a namorada, que não teve o nome informado, será liberada.

Ligação com o Caso Molinas — O soldado da BM Maiquel de Almeida Guilherme, 33 anos, lotado no 11ª Batalhão de Polícia Militar, na zona norte da Capital, estava preso desde 18 de dezembro de 2012.

— Ele tem condenações que somam 29 anos e 11 meses de cadeia por assalto a uma farmácia e pelo latrocínio (roubo com morte) que vitimou o coronel da reserva do Exército Julio Miguel Molinas Dias, 78 anos, em novembro de 2012. O objetivo seria roubar a coleção de 23 armas de Molinas.

— Nos dois casos, Guilherme estava acompanhado do colega dele, o soldado Denys Pereira da Silva, 25 anos, condenado a 29 anos e 10 meses pelos mesmos crimes.

— A morte de Molinas ganhou repercussão nacional porque a vítima tinha sido chefe do Destacamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio de Janeiro.

— Após o crime, foram encontrados documentos na casa de Molinas que comprovaram a passagem pelo DOI-Codi, em 1971, do deputado paulista Rubens Paiva, torturado e morto no Rio durante a ditadura militar, fato jamais admitido pelas Forças Armadas. O corpo de Paiva nunca foi encontrado.


Foto: Mateus Bruxel / Agência RBS

Nenhum comentário:

Postar um comentário