ZERO HORA 11 de novembro de 2014 | N° 17980
ADRIANA IRION
CASO BERNARDO. BM apura falta de registro após denúncia de gritos
POLICIAIS ESTIVERAM NA CASA de médico acusado de participar da morte do filho, mas não fizeram um boletim, o que foi apontado como uma falha
A Brigada Militar de Três Passos concluiu processo administrativo disciplinar (PAD) contra o policial militar que deixou de registrar ocorrência na noite em que esteve na casa do médico Leandro Boldrini, em agosto de 2013, para apurar uma denúncia de gritos na região.
O atendimento ocorreu no dia em que o médico teve uma briga com o filho Bernardo Uglione Boldrini – registrada em vídeo com os gritos de socorro do menino. Bernardo foi morto em 4 de abril deste ano. Quatro pessoas estão presas pelo crime, entre elas, o pai e a madrasta do menino, Graciele Ugulini.
Sindicância feita pela BM e concluída em outubro apurou que a guarnição falhou por não ter feito um boletim de atendimento, procedimento obrigatório. A partir disso, foi aberto um PAD contra o PM mais antigo, que seria o responsável por fazer o registro.
Quando o vídeo da briga na casa da família veio à tona, na primeira audiência judicial sobre a morte de Bernardo, a BM foi surpreendida pela informação de que PMs haviam estado no local naquela noite. Boldrini falou na gravação que havia PMs na frente da residência.
Segundo relato feito pelo PM na sindicância, o médico disse não ter ouvido nada. A chegada dos policiais interrompeu uma intensa briga entre Bernardo, o pai e a madrasta. Naquele noite, o menino gritara por socorro mais de 30 vezes e se trancara em um armário.
O major Diego Munari explicou que foi descartada conduta que se enquadre em crime por parte dos PMs, sendo apontada apenas falha administrativa, do não registro do atendimento. O resultado da apuração já foi enviado para a Justiça Militar.
adriana.irion@zerohora.com.br
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