Comando da PM conclui inquérito sobre o desaparecimento e morte de Amarildo. Vinte e nove policiais teriam envolvimento no crime, segundo a corregedoria da Corporação
POR TAÍS MENDES
O GLOBO 03/07/2014 15:15
RIO - O comando da Polícia Militar e a Corregedoria Interna concluíram o Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o desaparecimento e a morte do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, em julho do ano passado, na Rocinha. Segundo a decisão, os oficiais envolvidos devem responder pelo crime na Justiça comum. O texto ressalta que o crime de corrupção ativa de testemunhas supostamente praticado pelos policiais, que até então seria crime de competência da Justiça militar, também se trata de “crime de responsabilidade da Justiça comum”. Em nota, a PM afirma que “quando o julgamento for concluído, o resultado será encaminhado para a corporação. Com isso, todos, sem exceção, podem ser excluídos”.
Os oficiais, ainda segundo a nota, “respondem ao Conselho de Justificação da Secretaria de Segurança Pública, que vai determinar a permanência ou não na PM”. Já os soldados respondem ao Conselho de Disciplina, da Corregedoria, ainda não concluído. Na decisão do Boletim Interno, publicado na quarta-feira, a corregedoria entende que “há indícios de participação de todos os investigados num crime que está sendo julgado”.
O boletim ainda inclui mais três soldados que passam a responder ao Conselho de Disciplina. Até o momento, eles não respondiam a nenhum procedimento. No total, a Corregedoria da PM aponta o envolvimento de 29 policiais militares no caso, sendo 25 acusados pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. Entre esses, 12 estão presos e 13 respondem processo em liberdade.
Em outubro do ano passado, a Divisão de Homicídios indiciou dez policiais da UPP da Rocinha, incluindo o major Edson Santos, ex-comandante da unidade, pelos crimes de tortura, seguida de morte e ocultação de cadáver. Amarildo sumiu no dia 14 de julho, após ser levado à sede da UPP da Rocinha.
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