Militares estavam no regime semi-aberto e só deveriam voltar à cadeia às 22h - POR MARCELLO VICTOR -0 O dia, 03/01/2011
Rio - O adjunto da 21ª DP (Bonsucesso), delegado Marcus Montez, informou na manhã desta segunda-feira, que o tenente Magno Pereira de Oliveira e o cabo Ademilson Muzzy, baleados durante um tiroteio em um bar na Rua Célio Nascimento, em Benfica, na noite deste domingo, cumpriam reclusão na Unidade Prisional da Polícia Militar em regime semi-aberto. Ele vai requisitar oficialmente à PM informações sobre situação dos dois.
Na confusão, também ficaram feridos o comerciante Ademir Gomes dos Santos, de 42 anos, o Samuca, e o agente do Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase) Elenivaldo de Souza Alves. Ainda segundo o delegado, os militares estariam envolvidos em um processo criminal, o que ainda não foi confirmado. Por estarem no regime semi-aberto, eles poderiam sair durante o dia, mas deveriam retornar até às 22h. Ele já sabe que o tenente trabalhava durante o dia no 39º BPM (Belford Roxo).
Segundo Marcus Montez, a confusão ocorreu por volta das 20h. Segundo relatos de testemunhas, o tenente Magno teria sido expulso do bar Samuca 24horas, na praça conhecida como do H, em Benfica, pelo dono do estabelecimento Ademir Gomes dos Santos, de 42 anos, o Samuca. O motivo do desentendimento teria sido uma quentinha.
O oficial seguiu então para o Bar do Ricardo, na Rua Célio Nascimento, frequentado por policiais e agentes de segurança, a cerca de 40 metros do Samuca 24horas. Samuca teria passado duas vezes de moto pelo estabelecimento. Num terceiro momento, ele desceu do veículo e teria começado a efetuar os disparos contra o tenente. Houve revide e Samuca também foi ferido. A polícia ainda não sabe quem teria intervido em favor do PM, já que o militar estava desarmado, ainda segundo o delegado.
Na confusão, o cabo Muzzy e o agente do Degase Elenivaldo de Souza Alves também foram atingidos pelos tiros. O primeiro, assim como o tenente, foi levado o Hospital Central da corporação, no Estácio. O agente foi socorrido no Hospital Central do Exército (HCE). Até o fim da madrugada desta segunda-feira, não havia informações sobre o estado de saúde deles. Samuca foi operado durante a madrugada no Hospital Souza Aguiar, no Centro, segundo um segurança da unidade. Também não há informações sobre seu estado de saúde.
Ainda de acordo com o delegado Marcus Montez, Samuca ficará preso sob custódia no HSA. Ele foi reconhecido por testemunhas como o autor dos disparos contra o oficial da PM. O comerciante foi autuado por tentativa de homicídio qualificada, por motivo fútil. Ademir já tinha duas passagens pela polícia por homicídio e já havia cumprido pena pelo crime. Testemunhas contaram ainda que ele não tinha a simpatia dos moradores da região.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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