ASSALTO NA SERRA. BM vai apurar se policial fazia bico - Zero Hora 19/01/2011
Ferido no confronto, o policial militar Jeferson Brasil Maia, 42 anos, está na Brigada Militar há 21 anos e atua na guarda externa da Penitenciária Industrial de Caxias do Sul.
Inicialmente, havia a suspeita de que o policial estivesse trabalhando no supermercado fora do horário de serviço (atividade conhecida como bico), o que é proibido pelo regimento interno da corporação. PMs só podem atuar em serviços relacionados à educação e à saúde e são proibidos de trabalhar como seguranças.
O comandante interino do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), capitão Jorge Emerson Ribas, não confirmou se o PM trabalhava para o Andreazza. O diretor da rede de supermercados, Jaime Andreazza, afirmou que a segurança das lojas é feita apenas por empresas terceirizadas.
Conforme Ribas, apesar da negativa do policial, será instaurada uma sindicância para investigar as circunstâncias do fato. O outro PM que também participou da troca de tiros será interrogado.
Com a morte de Fernando, chegam a 16 o número de homicídios em Caxias do Sul em 2011, o primeiro ocorrido no enfrentamento com ladrões. A Polícia Civil tinha solucionado quatro dos crimes até o final da tarde de ontem.
O FATO:
ASSALTO NA SERRA. Suspeito é morto em confronto com PM. Tio e sobrinho trocaram tiros com policial à paisana durante ataque a supermercado em Caxias - VAGNER BENITES | CAXIAS DO SUL
A tentativa de assalto a uma filial da rede de supermercados Andreazza no bairro Desvio Rizzo, na noite de segunda-feira, deixou um ladrão morto e um assaltante ferido, além de um policial militar baleado. O crime aconteceu na Avenida Alexandre Rizzo.
Adonis Ben Hur Andrade de Oliveira, 23 anos, entrou no estabelecimento às 19h15min e se dirigiu ao caixa central, onde teria anunciado o assalto. O assaltante, encapuzado, recolheu R$ 1,4 mil. O PM Jeferson Brasil Maia, 42 anos, que estava no mercado à paisana, o abordou. Teve início uma troca de tiros. Maia teria sido auxiliado por um colega, também à paisana, que mora nas imediações e foi para a frente do mercado assim que escutou os disparos.
Fernando Carvalho de Oliveira, 21 anos, aguardava a saída do comparsa em um Vectra e foi atingido a tiros no abdômen. Ele foi levado ao Hospital Pompeia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois. Adonis também foi baleado no abdômen. Maia levou um tiro no peito.
Ambos passaram por cirurgia e permaneciam hospitalizados até a noite de ontem. O quadro de saúde do PM era estável. Já Adonis seguia na UTI, em estado grave. Com os suspeitos, além do dinheiro, foram apreendidos dois revólveres calibre 38 e o Vectra, pertencente a Fernando. Ele era tio de Adonis. O corpo seria levado ainda ontem para Lagoa Vermelha, onde moram outros familiares. Os dois não tinham antecedentes policiais. A investigação ficará com a Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec).
Conforme o pai de Adonis e irmão de Fernando, o pedreiro Adão de Oliveira, 43 anos, os parentes moravam no Loteamento Santiago, na região do Desvio Rizzo. Fernando morava havia quase um ano em Caxias e trabalhava como pedreiro. Adonis era funcionário de uma metalúrgica e tem um filho de 11 meses. A família preferiu não fazer comentário a respeito do envolvimento dos familiares com o crime.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
NO BICO? - PM DE FOLGA É FERIDO AO ENFRENTAR A TIROS ASSALTANTES DE MERCADO
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