ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

CONTRATAÇÃO DE POLICIAIS NO RS NÃO PODE ESPERAR






JORNAL DO COMÉRCIO 06/01 às 21h20min



EDITORIAL


Contratação de policiais no Estado não pode esperar

 

É consenso que a sensação de segurança não melhorou para ninguém nos últimos tempos. Pelo contrário. Diariamente, gaúchos são vítimas, presenciam ou escutam relatos de casos de violência, roubos, assaltos, tentativas de sequestro e assassinatos.


E quando até o governador do Estado admite que o quadro é difícil e ainda pode piorar, como fez José Ivo Sartori (PMDB) em entrevista publicada ontem no Jornal do Comércio, fica claro que a situação é crítica.


Não é de hoje que a segurança pública é uma pauta prioritária para a sociedade gaúcha, que clama por mais policiamento ostensivo. Também é verdade que esse desafio não está restrito ao Estado, atinge todo o Brasil, como bem observou o governador Sartori. Mas o fato é que essa realidade atemorizadora não pode continuar se agravando, é imprescindível reagir imediatamente, e isso passa por mais brigadianos nas ruas.


A questão é que, a persistir o panorama atual, a situação só vai se agravar. Teremos cada vez menos policiais e a criminalidade seguirá crescendo. Para dar um freio imediato a isso, é, sim, forçoso contratar imediatamente mais policiais a Brigada Militar espera 2 mil aprovados em concurso público e a Polícia Civil, 661. Isso nem de longe repõe o efetivo, mas é um auxílio importante.


Dois argumentos tem sido levantados com frequência nesse debate, quando o governo é cobrado a contratar brigadianos. Um deles é que o problema da segurança não vai ser resolvido apenas com mais repressão e policiais. O outro é o problema das contas públicas do Rio Grande do Sul, citado como impeditivo para chamar novos servidores o governador Sartori chegou a dizer, na entrevista ao JC, que se orgulha de não ter contratado ninguém em 2015.


É evidente que ninguém acredita que a insegurança será resolvida apenas com "um policial em cada esquina". O trabalho vai muito além disso, e inclui inteligência, prevenção, assistência social, oportunidades, engajamento comunitário e, fundamentalmente, educação. Entretanto, é forçoso reconhecer que, no contexto atual, são necessárias medidas emergenciais, a começar por mais policiais nas ruas.


Em relação ao equilíbrio financeiro, é louvável tentar gastar apenas o que se arrecada. Contudo, os bandidos não vão esperar o Estado colocar as contas dias para atuar. E o pior é que as medidas de contingenciamento de gastos tem incentivado uma redução no efetivo, seja pelo congelamento de promoções e aumentos salariais o que acelera a aposentadoria de brigadianos, que preferiam seguir na ativa em função desses benefícios , seja pelo corte das horas extras (usado para compensar o déficit de pessoal) e a proibição de novas contratações para repor o quadro.


Sartori tem dito que sua prioridade é a segurança pública. Então, governador, mantenha esse objetivo no foco e contrate os tão demandados profissionais da Brigada Militar e Polícia Civil o quanto antes.
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