Chefe da Polícia reconhece abusos no Alemão e promete expulsar maus agentes. Jornal do Brasil - 30/11/2010 10h55
RIO - Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta terça-feira, o chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Allan Turnowski, admitiu que existem denúncias de abusos por parte de agentes e policiais militares durante as operações de ocupação do complexo do Alemão. "Temos denúncias de abusos sim, mas estamos investigando. Todos os maus policiais flagrados serão colocados na rua. Lutamos muito para ter esse apoio popular para que um mau policial estrague todo um trabalho. Esperamos que as corregedorias sejam energéticas nesse sentido", disse Allan Turnowski.
Esta tarde, será criada uma ouvidoria em caráter emergencial para apurar os abusos policiais. Equipes da Corregedoria Geral Unificada (CGU) já estão circulando na comunidade para investigar as queixas dos moradores.
As denúncias serão discutidas durante a reunião de avaliação da Secretaria de Segurança, que deve ocorrer nos próximos dias.
Allan Turnowski disse que as denúncias estão sendo investigadas
Na Rua Joaquim de Queiroz, em Ramos, por exemplo, Carlos Lopes da Silva, de 53 anos, denunciou que sumiram de sua casa, após uma revista da polícia, uma TV de 42 polegadas, R$ 200 e todos os seus documentos. Ele e outros dois moradores da Rua Canitar abordaram o comandante da PM ontem à noite, quando o coronel fez uma inspeção na Grota.
Nesta segunda-feira, em redes sociais como Twitter e Facebook, moradores também reclamaram de furtos cometidos por policiais.
Uma mulher que não foi identificada disse que o marido foi agredido, mesmo depois de apresentar os documentos. "Bateram no meu marido e meus filhos vendo. Isso é um absurdo", afirmou.
Um comerciante disse que a loja dele foi destruída e roubada. Outra denúncia foi gravada por um fotógrafo do jornal Correio Brasiliense. O vídeo mostra o morador da Vila Cruzeiro Ronai Braga reclamando que reviraram a casa dele e roubaram uma quantia não revelada.
Ele elogiou a operação e disse que ela é necessária, mas culpou pelo roubo o que classificou de "maus policiais". A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro disse que as denúncias estão sendo investigadas e que a polícia vai montar um núcleo no complexo do Alemão para o atendimento dos moradores.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
ABUSOS NA GUERRA DO RIO - Chefe da Polícia promete expulsar maus agentes
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