OPINIÃO DA RBS
É difícil imaginar como o governo gaúcho, que já não consegue pagar em dia a totalidade dos salários do atual quadro de servidores, vai arcar com os custos das 6,1 mil novas vagas para a área de segurança pública anunciadas ontem. Ainda assim, a decisão sobre o maior concurso das últimas décadas só pode ser vista como um alento para os gaúchos, que clamam pela recuperação do direito de voltar a circular sem medo pelas ruas.
Segurança não depende apenas de policiamento ostensivo, que é parte essencial de qualquer ação contra a criminalidade. E, como a convocação dos novos servidores deve ocorrer só no próximo ano, é preciso que, até lá, sejam colocadas em práticas providências adicionais, incluindo a intensificação de medidas preventivas com ênfase em informação.
Mesmo diante da falta de clareza sobre como será custeado o reforço no quadro funcional, é promissor para a sociedade supor que, até lá, o Piratini já espera contar com dias melhores sob o ponto de vista financeiro. E é positivo que a ênfase na área de segurança pública tenha sido confirmada uma semana depois de a Assembleia aprovar projeto retardando a aposentadoria dos policiais militares. Com a mudança, esses servidores precisarão contar com 25 anos de tempo efetivo de serviço como forma de garantir o direito de passar para a reserva.
A decisão do Piratini de aguardar pela alteração nas regras de aposentadoria dos servidores da Brigada Militar é um indicativo do quanto a adequação do poder público à sua real situação financeira tende a favorecer os contribuintes de maneira geral. No caso, ganham todos os gaúchos, com a perspectiva de mais atenção a uma área hoje em situação crítica, como segurança pública.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - 6 MIL VAGAS PARA AS FORÇAS DA SEGURANÇA PÚBLICA. Não há limites para o crime nas leis, na justiça e na punição, como não há barreiras para o crime nas forças de contenção pelo enorme déficit dos efetivos, fruto da irresponsabilidade dos governantes que sucatearam, desvalorizaram, atrasaram salários, discriminaram, fomentaram a evasão, negligenciaram direitos e desviaram de finalidade para privilegiar e atender interesse partidário. Seis mil é importante, mas não é suficiente diante da elevada demanda e continuidade das evasões e desvios, fatores que continuam incapacitando as instituições policiais e de bombeiros. Na BM, o efetivo atual gira em torno de 20 mil para 37 mil o efetivo previsto, que é utópico, já que a necessidade gira em torno de 50 mil policiais para atender com policiamento ostensivo preventivo nas 24 horas do dia, todos os municípios do RS.
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