REPORTAGEM ESPECIAL - EDUARDO TORRES
As deficiências de cada corporação
Se todos os 6,1 mil aprovados forem chamados no próximo ano, o atual déficit das forças de segurança do RS seria reduzido em nove pontos percentuais. Hoje, o Estado tem metade do considerado ideal. Caso o número de aposentadorias em 2018 repita os 1,5 mil previstos para este ano entre a Polícia Civil, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros, o déficit se reduziria de 53,6% para 44,5% – o que representaria os nove pontos. O Estado deveria ter 50.651 agentes de segurança pública, e hoje conta com 23.472. Se seguisse o ritmo atual, em dezembro de 2018, seriam 28.072 agentes da segurança atuando no RS.
Ainda assim, em caso de conclusão do concurso ainda durante este governo, o secretário da Segurança, Cezar Schirmer, cumprirá a meta de zerar as perdas por aposentadorias do período. Nos últimos três anos, foram 5.531 que foram para a reserva. Já ingressaram até hoje, desde o começo do governo Sartori, entre as três corporações, 2.051 agentes. O maior problema de efetivo está na BM. Conforme o departamento administrativo da corporação, o atual efetivo da corporação é de 15,8 mil PMs. Está 57,3% abaixo dos 37.050 considerados necessários por lei no Estado. Neste ano, 1.480 PMs do último concurso, de 2014, foram convocados – os 124 restantes, sendo 49 PMs e 75 bombeiros serão chamados em breve. Assim, não haverá concursado sem ser chamado, garante o Piratini.
A perspectiva, com o anúncio de ontem, é de que outros 4,1 mil soldados sejam incorporados, além de 200 oficiais. O acréscimo de policiais militares graduados, no entanto, não representará necessariamente aumento de agentes na Brigada Militar. No último concurso público, 60% dos candidatos a oficiais eram praças que cursaram Direito e tentavam novos postos.
Já os bombeiros ainda vivem a expectativa de aprovação na Assembleia Legislativa, nos próximos dias, do projeto que regulamentará o seu efetivo separado da Brigada Militar. Atualmente, são 2,6 mil bombeiros no Estado. Um déficit de 36,6% em relação aos 4.101 apontados como quadro ideal no projeto de lei. O concurso abriria 450 vagas para soldados e outras 50 para oficiais da corporação.
REFORÇO DE OFICIAIS DESAFOGARIA PLANOS DE PREVENÇÃO A INCÊNDIOS ATRASADOS
A perspectiva de 50 vagas para oficiais do Corpo de Bombeiros, representa uma esperança de desafogar uma das mais problemáticas questões enfrentadas pela corporação: a análise dos Planos de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) e a concessão de alvarás. Só em Porto Alegre, o tempo de espera, segundo o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), chega a seis meses.
Em todo o Rio Grande do Sul, a corporação conta com 128 quartéis. Destes, 112 são responsáveis por este serviço. O problema está na falta de pessoal habilitado para comandar estes processos. São somente 44 capitães em todo o RS, que se desdobram para cumprir a demanda.
– Somente capitães ou tenentes com curso específico podem assinar alvarás. Atualmente, temos oficiais viajando por diversas cidades para cobrir falta de pessoal. Isso atrasa os processos – diz o comandante-geral da corporação, coronel Adriano Krukoski Ferreira.
Se o concurso for efetivado, com mais 50 oficiais, o número quase duplicará. Essa perspectiva, no entanto, considerando a projeção do governo estadual e o tempo de curso de formação dos aprovados, não será realidade antes da metade de 2018.
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