COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Querem o quê? Será que desejam continuar vendo policiais sendo mortos pelo crime em confronto, ou inocentes sendo mortos por causa do patrimônio ou ainda pessoas sendo executadas pela cobrança do crime nesta guerra que assola o RS, aterroriza o povo gaúcho e não encontra limites nas leis e na justiça? Ou preferem que os bandidos que atentam contra a vida destas pessoas sejam contidas por policiais preparados que arriscam a vida em defesa da sociedade, mesmo tendo salários miseráveis e atrasados? Pela intimidação da notícia, dá a entender que preferem a morte dos policiais, dos inocentes e os marcados para morrer. Está na hora da sociedade exigir que bandido bom é bandido preso, mas para aquele bandido que ousar atentar contra a vida de um policial ou contra a vida de terceiro, não há outro caminho do que uma reação de igual proporção. O Ten Cel Adriano Klafke acertou em cheio um dos fatores que mais alimenta o crime: "a sensação de impunidade que os bandidos sentem os incentiva a enfrentar a polícia". É a cultura do "não dá nada e ser der é pouco". Nos países desenvolvidos matar uma pessoa e atentar contra um agente pública, a punição é extremamente severa que pode dar prisão perpétua e pena de morte. No Brasil, a pena é branda e quando é severa existem as leis permissivas que aplicam remissão da pena pela leniência da justiça justificando as leis permissivas.
ZERO HORA 15 de setembro de 2016 | N° 18635
VANESSA KANNENBERG
LEVANTAMENTO DOS ÚLTIMOS 16 anos mostra que, até o final de junho deste ano, 58 civis perderam a vida em embates com a BM no Estado
Nunca morreram tantas pessoas em confrontos com a Brigada Militar (BM) como neste ano no Estado. O recorde leva em conta o primeiro semestre dos últimos 16 anos, desde que a Secretaria da Segurança Pública (SSP-RS) passou a divulgar seus indicadores.
Até o final de junho de 2016, 58 civis foram mortos – mais do que o dobro do que no mesmo período do ano passado (28 casos) e 81% mais do que o antigo recorde (32), em 2012. No mesmo período deste ano, nenhum policial militar foi morto, assim como aconteceu em 2015 e 2014.
Já o índice de feridos é invertido. Caiu, ainda que pouco, o número de civis feridos (de 227 para 224) do ano passado para cá, e aumentou, em 10,5%, o de PMs machucados (de 85 para 94).
O levantamento da SSP não traz a quantidade de confrontos que resultaram em homicídios e ferimentos, mas especialistas ouvidos por ZH acreditam que o cenário é reflexo de um aumento do número de confrontos – e que a tendência é de que os índices piorem.
Embora não concordem exatamente sobre o que leva aos embates, analistas e representantes da BM têm uma certeza: a expressão “bandido bom é bandido morto”, definitivamente, não condiz com a realidade. Mesmo com mais civis mortos (e acredita-se que em sua maioria sejam criminosos, por estarem normalmente armados e enfrentarem a polícia), índices de criminalidade continuam subindo.
– Bandido bom, bom entre aspas, é bandido preso. Trancafiado. Encarcerado. O Comando-Geral (da Brigada) não incentiva o evento morte, pelo contrário – ressalta o comandante da BM, coronel Alfeu Freitas, negando que haja qualquer mudança de ordem “superior” no sentido de agir com mais vigor no combate à violência.
Freitas voltou a repetir o que disse após o rumoroso caso do tiroteio em frente ao Hospital Cristo Redentor, ocorrido em abril deste ano na Capital: “Se alguém tem de morrer, que seja o bandido”.
– Meliante, quando atira, não se preocupa onde o tiro vai cair. Brigadiano, sim. Toda vez que tira a arma do coldre, decide se vai atirar, onde vai atirar, se vai matar – afirma o oficial.
SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE É INCENTIVO, DIZ ESPECIALISTA
Para Fernanda Bestetti de Vasconcellos, socióloga, professora da Universidade Federal de Pelosa (UFPel) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, há um sério problema na legitimação social dada à polícia para matar criminosos. Como o que, segundo ela, ocorreu no caso do Cristo Redentor, quando a população ovacionou a morte de quatro assaltantes:
– O perigo é a polícia tomar para si essa atribuição de matar quem acha que é suspeito. Nisso, se vão inocentes, com certeza. O papel da polícia é prender para a Justiça julgar, não é matar.
Está na questão judicial, segundo Adriano Klafke, tenente-coronel da BM e especialista em gestão de segurança, um dos principais fatores que faz aumentar o número de confrontos com PMs:
– A sensação de impunidade que os bandidos sentem os incentiva a enfrentar a polícia.
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