ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

RS TEM 745 AGENTES DESVIADOS PARA A FORÇA NACIONAL



ZERO HORA 19 de outubro de 2015 | N° 18329


ADRIANA IRION


SEGURANÇA PÚBLICA. RS tem 745 agentes treinados na Força Nacional


MAIOR CONTINGENTE DO ESTADO pertence à Brigada Militar, com 681 servidores. A cedência dosprofissionais é uma das exigências para que o Piratini receba contrapartidas do governo federal



O Rio Grande do Sul tem 745 servidores treinados pela Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) do governo federal. Atualmente, 53 policiais militares, 10 policiais civis e um perito estão atuando pela FNSP em outros Estados. O maior contingente gaúcho treinado pertence à Brigada Militar, com 610 policiais militares e 71 bombeiros. Na Polícia Civil, são 40 servidores e, no Instituto-Geral de Perícias (IGP), 24. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública.

Criada em 2004, a Força Nacional foi impulsionada pelas mãos de gaúchos. À época, o secretário nacional de Segurança Pública era Luiz Fernando Corrêa, natural de Santa Maria, delegado da Polícia Federal. Foi ele quem colocou na coordenação da Força três oficiais da Brigada Militar. Um deles, o tenente-coronel Alexandre Augusto Aragon, 45 anos, atuou na formação das três primeiras turmas e comandou a Força por quatro anos:

– Mais do que ensinar os protocolos da Organização das Nações Unidas (ONU), que o Rio Grande do Sul já fazia antes de outros Estados, a importância do treinamento na Força é o contato com outras culturas, essa experiência de olhar por cima do muro.

Segundo Aragon, também são positivas a troca de experiências e a “quebra de barreiras de vaidade” entre as instituições.

– A Força tem um banco de 14 mil treinados, pessoas que já se cruzaram em ação ou em curso. Isso facilita para o policial que está apurando um crime aqui levantar o telefone e falar diretamente com um colega de outro Estado – destaca.

A cessão de pessoal é uma das exigências previstas em convênio para que o Estado receba contrapartidas federais. Um mínimo de 8,5% do efetivo capacitado tem de estar permanentemente mobilizado, ou seja, atuando na Força para que o Estado fique apto a receber viaturas, armamento, munição e equipamentos diversos.

GOVERNADOR REJEITA AÇÃO EM PORTO ALEGRE

Nos últimos dias, devido a uma onda de violência registrada especialmente em Porto Alegre e em Novo Hamburgo, virou polêmica a possibilidade de a Força ser chamada para atuar no Estado. Por mais de uma vez, o prefeito da Capital, José Fortunati, sugeriu que o governador José Ivo Sartori deveria pedir ajuda da União para conter a criminalidade. O prefeito de Novo Hamburgo, Luis Lauermann, engrossou o coro. Sartori, no entanto, refutou a alternativa.

Mas a manutenção da parceria com a unidade federal é bem-vinda e tem dado bom retorno ao Estado. Para se ter uma ideia, apenas em contrapartidas da Secretaria Nacional de Segurança Pública, o Corpo de Bombeiros do Estado recebeu, desde 2011, duas caminhonetes, uma moto, um micro- ônibus, uma ambulância e equipamentos de proteção respiratória, entre outros. E está previsto para chegar até o fim do ano um caminhão de combate a incêndio.


COMO FUNCIONA
-Para estar apto a receber contrapartidas do governo federal, como viaturas, armamento e munição, o Estado deve manter, no mínimo, 8,5% do efetivo capacitado (treinado em curso específico da FNSP) e permanentemente mobilizado.
-A mobilização pode atingir até 40% do efetivo treinado, conforme a gravidade da crise no âmbito nacional, mas isso nunca aconteceu.
-Cada servidor fica a serviço na Força Nacional por até dois anos. É o Estado que faz a seleção de interessados em novas vagas.
SERVIDORES GAÚCHOS TREINADOS NA FNSP
Policiais militares 610
Bombeiros 71
Policiais civis 40
Peritos 24
Total 745

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