ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 24 de junho de 2017

HERÓIS DO COTIDIANO

ZERO HORA 23/06/2017 


OPINIÃO RBS


A morte em serviço do servidor Rodrigo Wilsen da Silveira não pode ter sido em vão





Foto: Edu Oliveira / Arte ZH / Arte ZH


A trágica morte do escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, chefe de investigação da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí, na Região Metropolitana, é um daqueles momentos em que, além de se unir em solidariedade a seus familiares, amigos e colegas, a sociedade deve prestar homenagens a esses heróis do nosso cotidiano. Civis ou fardados, os policiais gaúchos que estão na linha de frente do combate ao crime convivem diariamente com o espectro da morte. Mas, quando ela surge traiçoeiramente em plena atividade na rua, é como se toda a população sofresse um golpe. Além de solidariedade e luto, o assassinato de um policial no mais nobre exercício do seu dever — a defesa da sociedade — deve ser sempre recebido com indignação e repúdio.


A morte desses heróis anônimos, assassinados por vezes friamente enquanto a população ainda dorme, como foi o caso de Rodrigo, não pode nunca ser encarada com naturalidade. É preciso que a sociedade apoie a polícia, denunciando criminosos e rejeitando atividades ilegais, como o tráfico e a receptação de objetos furtados ou roubados. É preciso que a sociedade tenha sempre em mente que a leniência com o crime mancha aqueles que de alguma forma colaboram com os bandidos — seja pela corrupção ou pelo estímulo ao tráfico de drogas — e contribui para que episódios trágicos como esse não tenham um fim.

A morte em serviço do servidor Rodrigo Wilsen da Silveira não pode ter sido em vão. É preciso que sirva de alerta para a necessidade do quanto os policiais devem ser bem equipados e valorizados pela comunidade. É preciso que sejam fortalecidos e respeitados pelos criminosos, e não que venham mais a sucumbir nas mãos deles.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A TRÁGICA MORTE DE UM POLICIAL PELAS MÃOS DA IMPUNIDADE. Se equivoca o Editorial ao apontar a solução na sociedade, pedindo que ela colabore denunciando atividades iligais. Como colaborar sabendo que os bandidos logo estarão na ruas para retaliar, beneficiados por leis permissivas aprovada no Congresso, por uma justiça leniente que lava as mãos para as questões de ordem pública, por um sistema de execução penal que atua com omissão e irresponsabilidade e pelo sucateamento e ausência das forças policiais para proteger as pessoas, comunidades e cidades? 

Um exemplo real. Na ativa, ao aplicar a filosofia de policiamento comunitário, participava das reuniões comunitárias promovidas pelos grupos policiais espalhados pelos bairros da cidade para tratar sobre a situação da segurança e a efetividade do policiamento. Nas primeiras reuniões, as pessoas da comunidade prometiam "apoiar a polícia, denunciar os criminosos e rejeitar atividade ilegais", colaborando com o policiamento. Nas outras reuniões, não havia mais esta motivação e o argumento era sempre o medo de retaliação, pois os bandidos denunciados pela população e tirados de circulação pelos policiais, retornavam com ameaças contra a vida das pessoas e familiares. Resultado, a integração e a confiança exigida nesta filosofia de policiamento se perderam. É assim que funciona na prática. Por isto, a opinião da RBS é equivocada. 

O Estado Democrático exige leis e justiça fortes e respeitadas, onde a sociedade delega aos poderes de Estado a responsabilidade de legislar, governar e aplicar a lei. Quem têm o poder da solução são os poderes constituídos. A sociedade pode exigir, reclamar, protestar, criticar a justiça e eleger políticos intolerantes contra o crime.

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