ZERO HORA 12 de Setembro de 2017
CRIS LOPES VITOR ROSA
SEGURANÇA. Polícias pedem auxílio após onda de homicídios
JOVEM SEQUESTRADO é a nona vítima executada a tiros em Gravataí em três dias. Outras nove pessoas sobreviveram após serem baleadas em ataques. A localização do corpo de Airton Pereira de Andrade, 23 anos, na madrugada de ontem, marcou a nona execução em Gravataí desde as 21h de sexta-feira. Outras nove pessoas sobreviveram aos ferimentos de tiros. Conforme a Brigada Militar (BM), Andrade foi sequestrado por bandidos e levado até a Estrada Municipal, atrás de um condomínio de luxo no bairro Neópolis, onde foi morto com dois tiros.
Os criminosos agiram de forma brutal. De acordo com a BM, a vítima estava com as mãos amarradas, apresentava sinais de tortura, e foi empurrada para um barranco antes de ser atingida pelos tiros de escopeta calibre 12 na cabeça. Segundo o relato de testemunhas à BM, os criminosos estavam em dois carros. Um Clio, usado para levar a vítima até o local e para a fuga instantes depois, e um Doblô, que foi abandonado na cena do crime. Uma perícia deve ser realizada para verificar vestígios do crime. Também na madrugada de ontem, outro ataque alertou policiais no município. Três pessoas que chegavam em casa na Rua Nestor Jardim, na altura da parada 68, foram atacadas por criminosos que se aproximaram em um Corsa. Segundo a BM, dois homens e uma mulher foram baleados - um deles ficou internado no Hospital Dom João Becker.
JÁ SÃO 120 ASSASSINATOS CONTRA 117 DE TODO O 2016
Sem conseguir conter a explosão da criminalidade, a Polícia Civil e a Brigada Militar de Gravataí solicitaram reforço de agentes aos comandos das corporações. No fim de semana, nove pessoas foram assassinadas. O número de vítimas já chega a 120 em um município de 275 mil habitantes - em 2016, foram 117 no ano todo.
O chefe de Polícia, Emerson Wendt, confirmou que estuda o reforço de agentes na Delegacia de Homicídios de Gravataí. É cogitado até o envio de agentes da Força Nacional de Segurança, que atualmente estão no Departamento de Homicídios de Porto Alegre.
- A necessidade de reforço está clara. A gente não consegue lidar com essa quantidade de delitos com a estrutura de anos atrás - lamenta o delegado Felipe Borba.
O número de policiais civis que será enviado e quando isso ocorrerá ainda não foi definido.
Na Brigada Militar, o pedido de socorro já foi aceito. De acordo com o comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar, coronel Vanderlei Padilha, policiais dos pelotões de Operações Especiais dos demais municípios da região serão enviados à cidade.
- Estão chegando hoje (ontem). Atuarão nos pontos mais problemáticos, sem muita ostensividade, e sim com objetivo de efetuar prisões - afirma o oficial.