ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DO PIRATINI AOS BANDEIRANTES


WANDERLEY SOARES, O SUL
Porto Alegre, Quinta-feira, 17 de Novembro de 2011.


A visão dos organismos de inteligência da segurança gaúcha parece exigir um anteparo da estrutura de São Paulo.

Ontem, li na mídia gaúcha um alentado release, habilmente transformado em entrevista, em que a personalidade central foi o governador Tarso Genro e o tema, mais ou menos principal, foi a segurança pública do Rio Grande do Sul. O primeiro ponto estranho em torno do qual tal trabalho jornalístico foi elaborado é o de que o governador recebeu seus entrevistadores não numa sala de imprensa, não no saguão do Piratini, não na Secretaria de Segurança e, muito menos, no Quartel General da Brigada Militar ou no Palácio da Polícia e, sim, numa casinha em frente à sua residência, que é o alojamento dos profissionais que fazem a sua segurança.

O segundo ponto estranho é o de que não couberam no diálogo os nomes nem, evidentemente, a visão do comandante-geral da Brigada Militar e do chefe da Polícia Civil sobre as questões de segurança abordadas. IGP (Instituto-Geral de Perícias) e Susepe (Superintendência dos Serviços Policiais), nem pensar.

Tarso abarcou tudo. O terceiro ponto, não tanto estranho e bastante concreto, que transformou o release até em manchete do jornal Zero Hora, é que o Estado vai buscar a parceria de São Paulo para armar uma estratégia contra a violência e a criminalidade no Estado. Sigam-me...

Frigir dos ovos

Há alguns anos, os profissionais de todas as áreas da segurança pública do RS vêm se aperfeiçoando na frequência de cursos realizados aqui por professores convidados, brasileiros e estrangeiros, fazem viagens pelo Brasil e pelo mundo na busca de ensinamentos em organizações policiais e universidades, convivendo com pesquisadores e com os chamados agentes da linha de frente.

A Academia da Polícia Civil e a Academia da Brigada Militar são consagradas como as melhores do País. Agora mesmo, com os estudos sobre a tal Copa, há profissionais gaúchos que rodaram o mundo, do Reino Unido a Abu Dhabi, patrocinados pelo erário ou por conta própria, e até se transformaram em conferencistas e palestrantes sobre o tema.

E no frigir dos ovos, ao fim e ao cabo, na hora do pega pra capá, nosso governador escorrega do Palácio Piratini para ir ao Palácio dos Bandeirantes buscar estratégias contra a violência e a criminalidade dos pampas. Da minha torre, nada tenho contra, mas apenas entendo isso como coisas muito estranhas.

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