ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

TENTATIVA DE EXTORSÃO A DONO DE BAR PARA LIBERAR JOGATINA

ZERO HORA 13 de dezembro de 2013 | N° 17643

CARLOS WAGNER

CORRUPÇÃO NA TROPA. Polícia prende dois PMs por extorsão. Sargento e soldado integram 20º Batalhão de Polícia Militar, na Zona Norte



Um sargento, com 27 anos de serviços prestados à Brigada Militar (BM), e um soldado, com sete anos de corporação, foram presos em flagrante, na noite de quarta-feira, ao tentarem cobrar a mensalidade de R$ 200 para permitir a exploração ilegal de duas máquinas caça-níqueis da dona de uma lancheria na zona norte de Porto Alegre. Lotada no 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM), a dupla foi recolhida ao Presídio Militar, por suspeita de concussão – exigir vantagens indevidas.

Se forem considerados culpados pela Justiça Militar, podem ser condenados de dois a oito anos de prisão, além de perderem a função pública.

No início da tarde, o juiz Francisco José de Moura Müller, da 1ª auditoria do Tribunal de Justiça Militar, homologou a prisão em flagrante do sargento e do soldado e enviou o caso para o Ministério Público Militar, que deverá se pronunciar sobre o assunto. Os nomes dos policiais não foram revelados pela BM. No final da manhã, o comandante em exercício do 20º BPM deu uma entrevista coletiva sobre as prisões. Disse que a lancheria pertence a uma senhora, que é casada com um sargento da reserva da BM. Há quatro meses, ela procurou a corporação para reclamar que estava sendo vítima de extorsão por parte de uma patrulha do batalhão.

Com o auxílio do Serviço de Inteligência da corporação, conhecido como P2, e da Corregedoria-Geral, foi aberta uma investigação. Durante este tempo, foram coletadas provas – fotos, vídeos e testemunhas – sobre a extorsão. Na noite de quarta-feira, por volta das 21h, o carro patrulha estacionou na lancheria, e os dois foram presos em flagrante recebendo o dinheiro.

– O nosso caso contra o sargento e o soldado está muito bem consolidado – aposta o major.

Contraventores pagam para assegurar atividades ilícitas

As duas máquinas caça-níqueis foram apreendidas, e a proprietária irá responder por prática de jogo de azar (contravenção). No início da tarde, Zero Hora esteve na lancheria e conversou com o sargento da reserva. Ele disse que o negócio é da sua mulher, que ele tem outro emprego e, às vezes, ajuda no balcão na lancheria. Falou que não é do interesse da família comentar a prisão dos seus ex-colegas.

As centenas de máquinas caça-níqueis que existem espalhadas pelo Estado são uma diversificação nos negócios ilegais dos banqueiros do jogo – os maiores corruptores de policiais do Rio Grande do Sul. Para manterem atividades ilícitas, contraventores compram informações em DPs, recrutam PMs em quartéis para executar desafetos, associam-se com investigadores fora da lei, manipulam inquéritos, transformam oficiais em capangas privados. A cada minuto, os bicheiros faturam, livres de impostos, algo em torno de R$ 500.

Para se manterem há mais de um século na ativa, os contraventores mantêm um bem articulado braço policial de bicheiros, com agentes da BM e da Polícia Civil que ganham dinheiro dos contraventores vendendo informações privilegiadas sobre batidas policiais e proteção aos pontos. Graças a essa proteção, os banqueiros conseguiram dividir o território gaúcho em áreas de atuação.

O potencial de corrupção da polícia e dos bicheiros é um velho inimigo dos comandantes da BM. Falando sobre a prisão do sargento e do soldado, na manhã de ontem, o subcomandante-geral da BM, coronel Silanus Mello, disse que apuração desse tipo de delito está sendo facilitada dentro da corporação por ter havido um investimento na corregedoria.

– Um dos pilares da atual administração é uma corregedoria forte – informa Silanus.


ZERO HORA 12/12/2013 | 15h04

Justiça determina prisão de soldado e sargento suspeitos de cobrar propina. Policiais militares pediam dinheiro para liberar a jogatina na zona norte da Capital


Carlos Wagner

Por volta das 14h30min desta quinta-feira, o juiz Francisco José de Moura Müller, da 1ª Auditoria do Tribunal de Justiça Militar homologou a prisão em flagrante do sargento e do soldado do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM) acusados de cobrar R$ 200 para liberar jogos ilegais em um bar da Capital. O processo foi enviado ao Ministério Público.

Os dois policiais militares foram presos na noite de quarta-feira por suspeita de extorsão à dona de um estabelecimento na zona norte de Porto Alegre.

Conforme investigou a Corregedoria da Brigada Militar, o soldado e o sargento do 20º BPM cobravam a quantia para que a dona do bar mantivesse ilegalmente duas máquinas caça-níqueis em funcionamento. A mulher seria parente de um policial militar da reserva. Os nomes dos presos não foram divulgados.


ZERO HORA 12/12/2013 | 10h14

Policiais militares são presos em flagrante por tentativa de extorsão em Porto Alegre. Sargento e soldado do 20° BPM pediam dinheiro a dono bar para liberar a jogatina na Zona Norte


Carlos Wagner


Foram presos em flagrante pela Corregedoria da Brigada Militar (BM) um sargento e um soldado do 20º Batalhão da Policia Militar (20º BPM) que tentavam extorquir um pequeno comerciante que tinha ilegalmente no seu estabelecimento duas máquinas caça-níqueis, na zona norte de Porto Alegre. Os dois policiais militares foram recolhidos para o Presídio Militar. Até o final desta quinta-feira, a Justiça Militar deverá decidir se irá homologar o flagrante.

— Nós agimos a pedido do comando do 20º BPM — informa o coronel Flávio Roberto Vesule da Silva, corregedor-geral da BM.

O pequeno comerciante vinha recebendo visitas semanais dos policiais, onde era exigido uma quantia em dinheiro, cujo valor não foi revelado, para permitir o funcionamento dos caça-níqueis. O dono do bar queixou-se ao comando do 20º BPM que recorreu a Corregedoria da BM.

Por algum tempo equipes discretas da Corregedoria começaram a investigar o caso e a vigiar a dupla. A vigilância resultou nas prisões em flagrante na noite de quarta-feira. O envolvimento destes dois policiais militares com jogos ilegais é apenas a ponta de um iceberg. As máquinas caça-níqueis são uma diversificação nos negócios ilícitos dos banqueiros do jogo do bicho, que rende R$ 500 por minuto no Rio Grande do Sul.

Há muitos décadas, os bicheiros conseguem sobreviver graças a uma rede de proteção, onde a corrupção policial é um dos pilares. Este é um assunto acompanhado por Zero Hora nas últimas décadas. Em 1993, o jornal fez um raio X da situação com a reportagem: Os senhores do jogo do bicho. No ano passado, ZH publicou um outra reportagem:A Reinvenção do jogo do bicho.

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