ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
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sábado, 9 de novembro de 2013

PLANO DE CARREIRAS E SALÁRIOS EM SC PROJETADO ATÉ 2015

DIÁRIO CATARINENSE, 07/11/2013 | 23h33

Governo do Estado encaminha plano de cargos e carreiras para setor da segurança. Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Instituto Geral de Perícias fecharam acordo


Felipe Pereira



Os delegados da Polícia Civil e todos os integrantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Instituto Geral de Perícias fecharam um acordo com o governo estadual para o plano de cargos e carreiras que será enviado à Assembleia Legislativa até segunda-feira. As medidas estão em quatro projetos de lei que preveem reajustes parcelados até dezembro de 2015, quando o vencimento inicial em todas as corporações será de R$ 4.520 por mês.

A proposta só não foi aceita pelo sindicato dos agentes da Civil. Pelo plano, o vencimento deles passará a ser chamado de subsídio e vai acabar com todos os "penduricalhos", expressão usada por policiais para se referir a ganhos que não fazem parte do salário – adicional noturno, hora extra, triênio, entre outros. Caso um policial civil, militar ou bombeiro tenha jornada de trabalho acima do permitido, o tempo adicional vai para um banco de horas. Ele será controlado por um sistema de computador que determina a compensação com folgas pelo período a mais em serviço. Assim, haverá vantagem no momento da aposentadoria porque o valor integral da remuneração vai para o benefício. Hoje somente o salário base entra na conta. O plano ainda estabelece que as faixas de subsídios nas corporações sejam correspondentes.

Além dos projetos de lei, a proposta que chega para análise dos deputados estaduais contém um dispositivo que faz o valor máximo pago a delegados especiais e coronéis seja igual ao teto dos desembargadores, projetado para 2015. Desta maneira, eles poderão receber até R$ 26 mil. Hoje a remuneração não pode passar do salário do governador, que é de R$ 15 mil.

Ocorre que muitos coronéis e delegados especiais têm direito a receber mais que este valor, entram na Justiça e ganham. A mudança não vai afetar os secretários de Estado nem o governador.

Peritos

O plano do governo estadual mantém os cargos dos cerca de 500 funcionários do Instituto Geral de Perícias (IGP) correspondentes aos da Polícia Civil. Os peritos, equiparados aos delegados, poderão chegar aos R$ 26 mil em dezembro de 2015. As carreiras de auxiliar e papiloscopista são respectivas às de agentes de Polícia Civil e escrivães começam nos R$ 4,5 mil e têm teto de R$ 11 mil no mesmo período. A semelhança faz sentido porque até 2005 o IGP fazia parte da corporação.

O sistema de promoções permanece igual: duas por ano, por tempo de serviço ou antiguidade. O diretor do IGP, Rodrigo Tasso, disse que agora ficará mais fácil reter talentos porque as pessoas que trabalham na instituição e gostam do serviço receberão boas remunerações. Ele mencionou o fim das horas extras e adicionais noturnos, que chegam a 41% do salário atual.

Praças

Além do salário, a progressão na carreira foi o principal item do plano para os praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A proposta determina que todo o soldado com pelo menos 12 anos de serviço será promovido a cabo. Também ficou acertado durante as negociações que os cabos com 20 anos ou mais na corporação passarão automaticamente a 3º sargento.

A garantia de pelo menos duas promoções durante a carreira foi considerada a principal conquista por permitir um avanço na remuneração e na patente ocupada. Mas as chances de promoção não se limitam ao tempo de serviço. A proposta enviada aos deputados estaduais determina a realização de três cursos anuais para cabo com turmas de 100 alunos cada. Parte das aulas será à distância. O plano ainda prevê três turmas para formar 180 sargentos a cada ano e as aulas serão presenciais.

Oficiais

O plano prevê teto do subsídio de R$ 22,6 mil para os oficiais dos bombeiros e Polícia Militar a partir de 1º de dezembro. A este rendimento vai se somar uma quantia pelas horas extras que deixarão de existir. Ela vai se chamar Indenização por Serviço Ativo (ISA) e vai ser de 17,64% da remuneração do oficial. Na mesma data, o piso da categoria será de R$ 11,3 mil, mais a indenização. Estes termos constam na última versão do projeto de lei apresentada pelo governo em 3 de novembro.

O assessor parlamentar da Associação dos Oficiais, major Wallace Carpes, declara que se for encaminhado à Assembleia o texto igual ao apresentado, haverá apoio. Caso contrário, tentarão impedir a aprovação. Ele afirma ainda que o plano tem uma perspectiva salarial que é compatível com a variação da inflação. Também defende a equiparação à remuneração dos delegados.

Delegados

O pacote agradou aos delegados porque permite a ampliação do teto salarial. O diretor da Associação dos Delegados (Adepol), Renato Hendges, diz que hoje o aumento salarial gera perda na remuneração porque o vencimento maior faz o profissional entrar em outra faixa de contribuição e pagar mais impostos. Mas a parte que está acima do teto não é recebida e a quantidade de dinheiro que sobra é menor que antes do reajuste.

Hendges também citou o fim dos anexos como hora extra, adicional noturno, triênio, abono de permanência. Hoje, muitos delegados que completaram o tempo de serviço permanecem trabalhando porque reclamam do impacto causado pelo fim destes benefício. A partir da mudança, eles serão incorporados à aposentadoria e continuarão a serem pagos quando o profissional ficar afastado por doença.

Policiais civis

Os agentes da Polícia Civil foram a única categoria a não aceitar a proposta do plano de carreira do governo estadual para os órgãos da segurança pública. O presidente do sindicado da categoria, Anderson Vieira Amorim, afirma que vendem um plano como excelente, mas que não foi apresentado aos policiais civis. Ele promete usar todas as armas para impedir a tramitação na Assembleia Legislativa.

Os negociadores do lado do governo avaliam que os agentes da Polícia Civil deveriam ter concordado com os termos e continuado as conversas. Citam o estabelecimento de níveis na carreira como prejuízo causado pela falta de diálogo. O governo queria oito e o sindicato bateu pé em quatro. Em encontros posteriores foi oferecido seis, mas a categoria não aceitou. Ao final, o projeto será enviado para análise dos deputados estaduais com oito níveis.

Entrevistas

Governador Raimundo Colombo

Todo o impacto foi calculado


Diário Catarinense – Por que o governo aumentou o teto salarial?
Raimundo Colombo – O pessoal estava ganhando na Justiça. Agora que o teto poderá ser o mesmo de um desembargador, podemos fazer um planejamento financeiro.

DC – Como o senhor encara a recusa dos agentes da Polícia Civil?
Colombo – Respeito. Mas mandamos o projeto porque não prejudicaríamos eles.

DC – E como fica o impacto financeiro?
Colombo – Tudo foi calculado.

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Anderson Amorim, Sindicato dos Policiais Civis

Parece que vão patrolar a gente

Diário Catarinense – Qual a avaliação do projeto de lei para os agentes da Civil?
Anderson Amorim – Parece que vão patrolar a gente. Estão dizendo que o plano é excelente, mas até agora não tivemos acesso a minuta.

DC – Vocês estão descontentes?
Amorim – Completamente.

DC – Quais os termos apresentados?
Amorim – Nem vou falar porque pode mudar. Conversamos várias vezes e o governo mudou três vezes a proposta.

DC – Mas e a promessa de aumentar os salários iniciais para R$ 2,5 mil?
Amorim – Isso é para 2015, quando o poder de compra deste valor estará depreciado.

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Everson Henning, Associação de Praças

O avanço são as duas promoções


Diário Catarinense – A associação está satisfeita com o vencimento de R$ 4,5 mil?
Everson Henning – Hoje o inicial é de R$ 2,4 mil. Vamos lutar pela lei que determina a proporção de um quarto do salário do coronel (que será de R$ 26 mil).

DC – Há algum ponto que preocupa?
Henning – A questão da jornada de trabalho e o receio de abusos nas escalas. A hora extra foi uma vitória. Queremos que o governo manifeste por escrito que não haverá escravidão.

DC – E qual o maior avanço do plano negociado entre a categoria e o governo?
Henning – As duas promoções para o militar que fizer 30 anos de carreira.


DIÁRIO CATARINENSE

quarta-feira, 11 de abril de 2012

VERTICALIDADE SALARIAL NA BRIGADA MILITAR


NEGOCIAÇÃO À VISTA. Governo quer aproximar salários da Brigada Militar. Com a verticalidade, Piratini prevê que soldados recebam 21% do vencimento de coronéis em 2013 - ZERO HORA 11/04/2012


Em reunião ontem à tarde, o governo do Estado apresentou sua proposta para aproximar os menores dos maiores salários da Brigada Militar. O objetivo do Estado é atender uma antiga demanda dos profissionais de nível médio da corporação – a verticalidade salarial.

A proposta foi detalhada pelo chefe da Casa Civil, Carlos Pestana. Para atingir a verticalidade na proporção desejada, como forma de antecipação, o Executivo propôs um reajuste de 6% em novembro de 2012 para todos as graduações e postos de nível médio. O Piratini pretende fazer com que os soldados da Brigada Militar recebam 21% dos vencimentos dos coronéis em 2013. Para 2014, o objetivo é elevar os ganhos dos soldados a 23% dos salários dos coronéis.

A reação à oferta do governo por parte dos brigadianos foi de cautela. A verticalidade é uma demanda de quase duas décadas da categoria. No final de março, 11 entidades ligadas à Brigada lançaram uma campanha para cobrar do governo Tarso Genro a evolução salarial de soldados, cabos, sargentos e tenentes perante os coronéis.

Até agora, apenas a Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf) conheceu a proposta formalmente. O presidente da entidade, soldado Leonel Lucas, afirmou que a proposta deve ser apresentada aos colegas na semana que vem. Ele disse considerar positiva a iniciativa do Piratini de buscar a verticalidade, que acabou em 1992 no governo de Alceu Collares.

– Se a proposta for aprovada pela categoria, a briga por reajustes passará a ser de todos, de soldado a coronel, este é o maior ganho. É um bom começo, vamos ver o que os colegas acham – afirma.

Para Olivo Moura, vice-presidente da Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), é necessário cautela. Embora a proposta já tivesse sido divulgada pelo Piratini, ele preferiu esperar um chamado da Casa Civil para discutir, o que ocorrerá possivelmente amanhã.

– Só podemos ter posição depois de receber a proposta formalmente – disse.

Pestana ressaltou que o governo faz esforços para satisfazer o anseio dos brigadianos pela verticalidade – no início do ano passado, os soldados recebiam o equivalente a 11% do vencimento dos coronéis.

– Em 2011, já concedemos reajuste de até 23,5% para os soldados da BM, cuja a última parcela será paga agora, em abril. Nossa política de reajustes prevê um ganho real para toda a Brigada Militar.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Muito justo. Agora as categorias de nível médio não precisam puxar para baixo os salários da categoria de nível superior, já que quanto maior o reajuste dado aos Oficiais, mais os subordinados irão receber. A verticalidade garante justiça salarial e unicidade à corporação. Parabéns ao Governo e ao Comando da Brigada Militar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

GOVERNO DO RS PROPÔE REAJUSTE DE 77,15% E DE 94,87% AOS POLICIAIS CIVIS

Esclarecimentos sobre a Tabela de Reajuste Salarial 2013 - 2018 - Qui, 29 de Março de 2012 15:56 - Comunicação Social - SINPOLRS


Como já deve ser do conhecimento de toda a categoria, no último dia 13 de março o Governo do Estado, representado pelo Chefe da Civil Carlos Pestana Neto, Secretária Adjunta da Casa Civil Mari Perusso e Secretário da Segurança Airton Michels, em reunião com as entidades dos agentes da Polícia Civil, apresentaram a seguinte proposta de reajuste salarial entre 2013 e 2018, (tabela abaixo) conforme ofício nº 064/2012/Casa Civil, sendo que para os comissários de polícia, está previsto na mesma proposta ainda para este ano 10% de reajuste no vencimento básico mais a antecipação da incorporação da FG7 inerente ao padrão a qual está sendo incorporada por lei aprovada no último ano do governo Yeda Lei nº 13.439/2010.

Nesta proposta o percentual de reajuste a contar de 2013 será na ordem de 77,15% para investigadores, inspetores e escrivães; já para comissários somando o reajuste a ser concedido ainda neste ano sem data definida, mais a antecipação da FG7 será de 94,87%.

O somatório dos reajustes varia entre 133,68% a 103,72%. Queremos deixar claro que nossa diretoria não é contra comissários, pois entendemos que o reajuste a ser concedido ainda neste ano deve ser da ordem de R$ 91,00 ao vencimento básico a contar de 1º de janeiro/2012, trazendo desta forma igualdade no tratamento entre todos os agentes.

Aos valores somados entre básico + giap/fator de valoração + FG inerente ao padrão não estão calculadas vantagens pessoais como avanços e adicionais ou outras vantagens pessoais incorporadas ao longo da atividade.

Nesta tabela também está prevista a incorporação da FG inerente ao padrão dos 3ª e 4ª classes ao vencimento básico em duas parcelas sendo a primeira em 2013 e a segunda em 2018 bem como a extensão da mesma FG aos investigadores de 6ª e 7ª classes propiciando assim o mesmo padrão remuneratório dos correspondes padrões dos inspetores e escrivães.

Queremos deixar muito claro de que a diretoria executiva do sindicato em reunião extraordinária, e por unanimidade, decidiu não aceitar esta proposta, pois ocasionará grandes diferenças salariais.

As diferenças salariais são entre as classes como, por exemplo, tomando como base um comissário com trinta anos de serviço e tenha incorporado 50% de avanços, 25% de adicionais terá um vencimento bruto de aproximadamente R$ 16.500,00 e se compararmos com um 4ª classe inspetor/escrivão com as mesmas vantagens a diferença será em torno de R$ 5.000,00 e com aquele que ingressa será de mais de R$ 10.000,00.

Por isso que entendemos ser esta proposta extremamente até mesmo prejudicial pois causa grandes diferenças internas que poderá permanecer durante longos anos.

Ocorre que para os agentes que ingressaram a partir de 2003 após a emenda constitucional 41, não terão mais as mesmas vantagens anteriormente incorporadas pelos mais antigos, pois estes passaram a ter avanços a cada três anos de 3% e não recebem aos adicionais de 15 e 10%, trazendo assim diferenças salariais dentro do mesmo quadro policial.

Ademais não concordamos com um inicial abaixo da nossa expectativa que é em torno de R$ 8.400,00, pois na proposta o inicial chegou para a primeira classe em 4.800,00 reais.

Ainda, não está previsto nesta proposta a incorporação do fator de valoração (FV) e gratificação de incentivo a atividade policial (GIAP) como foi proposto pelo governo durante as negociações do ano passado possibilitando assim, a transformação para subsídio.

O subsídio é um direito constitucional para todos os servidores policiais previsto no artigo 144, § 9º e seus efeitos da Constituição Federal cidadã de 1988, e formatando um novo sistema salarial para todos os agentes policiais evitando assim tratamento desigual entre agentes e delegados.

A DIRETORIA EXECUTIVA

TABELA DE REAJUSTE PROPOSTA PELO GOVERNO

Investigador 1ª ....ano 2012 com 1.758,02... ano 2018 com 3.114,33
Investigador 2ª ....ano 2012 com 2.009,18... ano 2018 com 3.559,23
Investigador 3ª ....ano 2012 com 2.224,44... ano 2018 com 3.940,64
Investigador 4ª ....ano 2012 com 2.439,21... ano 2018 com 4.321,08
Investigador 5ª ....ano 2012 com 2.654,15... ano 2018 com 4.701,82
Investigador 6ª ....ano 2012 com 2.869,21... ano 2018 com 5.485,80
Investigador 7ª ....ano 2012 com 3.084,31... ano 2018 com 5.939,55
Insp/esc 1ª ........ano 2012 com 2.439,21... ano 2018 com 4.874,03
Insp/esc 2ª ........ano 2012 com 2.654,15... ano 2018 com 4.986,61
Insp/esc 3ª ........ano 2012 com 2.987,09... ano 2018 com 5.481,30
Insp/esc 4ª ........ano 2012 com 3.223,20... ano 2018 com 5.934,10
Comissário ..........ano 2012 com 4.035,75... ano 2018 com 8.633,26


FONTE: http://www.sinpolrs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1931%3Aesclarecimentos-sobre-a-tabela-de-reajuste-salarial-2013-2018&catid=295%3Aacao-governamental&Itemid=452


COMENTÁRIO DO BENOGCHEA - Os cargos subalternos da polícia civil precisam ser valorizados e ganharem um salário justo diante dos riscos da profissão.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

REAJUSTE RS - POLICIAIS CIVIS REJEITAM PROPOSTA DO PIRATINI

Policiais civis rejeitam proposta do governo e aprovam paralisação. Pagamento seria de 7% em outubro e de 3% em abril do ano que vem - zero hora online, 15/09/2011 | 18h54min

Os policiais civis rejeitaram, em assembleia realizada nesta quinta-feira, a proposta de reajuste feita pelo governo. A categoria aprovou paralisação nos dias 28 e 29 de setembro para pressionar por uma nova proposta.

Em reunião na semana passada, a Casa Civil propôs aumento de 10%, sendo 7% em outubro e 3% em abril de 2012. Está prevista nova rodada de negociação dos policiais civis com o governo nesta sexta-feira.

— Além do índice de reajuste em si, que é baixo, há grande indignação pela falta de tratamento isonômico com outras categorias da segurança pública — afirmou Isaac Ortiz, presidente da Ugeirm, Sindicato dos Escrivaes, Inspetores e Investigadores de Policia do Rio Grande do Sul.
ZERO HORA

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

PRATO FEITO

Rogério T. Brodbeck - Blog do Brodi, 31/08/2011

As manifestações havidas nas últimas emanas nas rodovias gaúchas atribuídas a segmentos de praças da Brigada Militar repercutiram favoravelmente em setores da opinião pública gaúcha.

Segundo breve enquete realizada pelo Jornal do Almoço, da RBS TV, nesta quarta-feira, mais de 70% dos participantes da pesquisa se mostraram a favor dos atos, ainda que os mesmos demonstrassem um certo contrassenso haja vista que se tratou de queima de pneus em rodovias, tipo de coisa normalmente executada por pessoas não vinculadas a órgãos policiais.

Mas, mesmo assim, onde deveria realmente ecoar, ou seja, no bojo do Governo estadual, tais protestos foram rejeitados, como se fosse um tiro no pé.

Segundo manifestação do secretário da Segurança na ZH de hoje não se pode precipitar protestos desse tipo com negociação em andamento.

Assim, em vez de reforçarem o seu protesto e legitimar o seu pleito, os autores de tais atos conseguiram uma boa justificativa governamental para, como se diz, "fincar o facão no toco".

Deram um motivo para o governo repudiar tais fato e endurecer o jogo da negociação. Foi mesmo um prato feito. Faltou cintura e assessoramento aos autores. Agora, vão ter de aguentar no osso as consequências.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O TEMOR DA REVOLTA DOS DE FARDA


Tenho a mesma opinião do presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, que, achando "justa e legítima, fez duras críticas à ação dos bombeiros. No meu caso, foi um erro imperdoável o ato de invadir o QG, um santuário da corporação e sede de uma Instituição gloriosa e heróica que é o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.

O local certo para protestar é em frente e nos bastidores do Palácio do Governo Estadual e da Assembléia Legislativa onde estão os verdadeiros responsáveis pelas melhoria salarial e das condições de trabalho reivindicadas pelos servidores militares estaduais. O Governador e os Deputados são os principais responsáveis pelo estado de miséria salarial e péssimas condições de trabalho apontadas como origem de toda esta mobilização classista. A pressão deve ser em cima destes mandatários e de forma pacífica para não perder o apoio da sociedade.

Já é passado o tempo em que os Comandantes tinham força para reivindicar salários e condições de trabalho para as suas tropas. São os "ventos" de uma democracia que só privilegia as classes mais altas do Poderes, desprezando os agentes da segurança, saúde, educação e defesa civil.

Mas estes fatos ocorridos no Rio deveriam servir de alerta para os Governantes diante da insegurança funcional e financeira por que passam os agentes da segurança pública e defesa civil, sem falar dos da educação e saúde. Enquanto magistrados e políticos somam reajustes salariais extravagantes e privilegiados, os servidores do Executivo buscam no "bico" a sobrevivência e a dignidade para continuar colocando a vida na proteção do cidadão brasileiro.

O descaso com a PEC 300 que não sai das tramitações do "triângulo das bermudas" existente no Congresso Nacional onde o marasmo, a ausência, o corporativismo, as farras com verbas públicas e as omissões delineiam a imagem daquele poder, estimula um crescente descontentamento dentro das forças policiais e de bombeiros, aumentado pelas propostas de novos reajustes para o STF com cascata para os parlamentares em todo o Brasil.

Nem o dispositivo constitucional que impede greve e nem as limitações impostas pelas normas militares estão conseguindo deter este descontentamento que pode levar às atitudes radicais como motim, insubordinação e quebra da disciplina e da hierarquia nos quadros militares estaduais.

Portanto, senhores mandatários. Acordem! O momento não é de omissão e cegueira!

País viveu onda de rebeliões militares - ZERO HORA 06/06/2011

A reação enérgica do governo fluminense contra os bombeiros amotinados recupera uma série de greves que atingiu o país em 1997. Naquela sequência de rebeliões, quem endureceu o enfrentamento contra os manifestantes saiu fortalecido politicamente.

O início da maior onda de insubordinação nos quartéis vista recentemente ocorreu em Minas Gerais. Desde março daquele ano, havia insatisfação entre os policiais devido aos baixos salários. O então governador Eduardo Azeredo acabou apresentando uma proposta de reajuste destinada apenas aos oficiais – o que despertou revolta entre soldados, cabos e sargentos.

Militares e policiais civis marcharam juntos até o palácio do governo, onde depararam com forças leais ao governo. Quando os amotinados se preparavam para entrar no prédio do comando militar, o cabo Valério dos Santos Oliveira, de 36 anos, subiu em um muro para tentar acalmar os colegas. Acabou atingido por um tiro disparado por um colega à paisana. Acuado pelo conflito, sem conseguir controlar as tropas, o governador só conseguiu extinguir o movimento após atender às exigências dos revoltosos – incluindo um reajuste 48% superior ao que a própria corporação pedia no início do movimento.

A fraqueza do governo mineiro levantou revoltas semelhantes em diversos Estados, como Pernambuco e Ceará. O governador cearense Tasso Jereissati, porém, optou pela linha dura. Não negociou com os grevistas, mesmo por intermediários, e expulsou os líderes do movimento. Os militares voltaram ao trabalho.

– Não há como negociar coisa alguma quando a hierarquia é quebrada – justificou o governador cearense à época.

Entre os exemplos de Azeredo e o de Jereissati, que viu sua popularidade subir após o enfrentamento, Cabral segue um caminho semelhante ao do cearense. Para a especialista em segurança pública carioca Paula Poncioni, porém, o governador fluminense estaria elevando o tom acima do ideal contra os bombeiros.

– Ele já fez isso antes com PMs, e policiais civis. É ruim porque deslegitima as organizações – opina.


REVOLTAS DE FARDA

Confira outras grandes rebeliões de Militares, registradas nos últimos anos, que resultaram em conflitos ou tumulto no País:

Junho de 1997: Minas deflagra Movimento - A paralisação organizada por PMs de Minas Gerais levaria a uma onda de protestos semelhantes em outros Estados, como Ceará, Pará, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. O movimento mineiro tem início em 6 de junho, após o governo estadual anunciar reajustes aos oficiais da corporação. Soldados, cabos e sargentos decidem paralisar no dia 12. No dia seguinte, saem em passeata. As manifestações se repetem até que, no dia 24, os praças se encontram com cerca de mil policiais civis, outros 5 mil manifestantes de vários batalhões e seguem para o Palácio do Governo. O Exército ocupa o Palácio da Liberdade, e o governo decide reabrir negociações.

Julho de 1997: Rebelião no Ceará - Seguindo o exemplo dos colegas de farda mineiros, militares cearenses decidem se rebelar. Uma coluna de 2 mil homens chega a uma quadra do Palácio da Abolição, sede da Segurança Pública, onde eram esperados por cem soldados do Exército e cerca de 120 homens da tropa de elite da PM fiel ao governo. O confronto termina em tiroteio que deixa ferido o comandante da PM, Mauro Benevides. Ele foi atingido por uma bala que se alojou no pescoço. Após o controle da rebelião, o governador Tasso Jereissati anuncia a expulsão de 70 PMs e 20 civis

Julho de 2001: Greve da PM na Bahia - À deflagração de greve da Polícia Militar baiana seguiu-se uma série de desordens. Centenas de homens encapuzados – muitos vestindo uniforme da PM, circulavam exibindo armamento pesado. A cidade enfrentou o caos: em apenas um dia, seis bancos e 40 ônibus foram assaltados, bancos e lojas fecharam as portas, e a média diária de homicídios aumentou de três para 10 ocorrências.

Outubro de 2008: Conflito entre Policiais em São Paulo - Um conflito entre policiais civis revoltosos e a tropa de choque da Polícia Militar resulta em 23 feridos – alguns à bala – em São Paulo. A tropa de choque havia sido mobilizada pelo então governador José Serra para impedir que os cerca de mil manifestantes civis, em greve havia 31 dias, chegassem até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Durante meia hora, o conflito mostrado pela TV envolve lançamento de bombas de gás pimenta e de efeito moral, gás lacrimogêneo e tiros.

sábado, 4 de junho de 2011

SALÁRIOS - BOMBEIROS SÃO PRESOS E LEVADOS PARA A CORREGEDORIA DA PM


Bombeiros presos começam a ser levados para Corregedoria da PM em Niterói - O DIA, 04/06/2011

Rio - Os manifestantes que ocuparam o Corpo de Bombeiros na noite de sexta-feira para sábado já começaram a ser levados para a sede da Corregedoria da Polícia Militar em Niterói. Um primeiro ônibus com os detidos já foi saiu do Batalhão de Choque, no Centro do Rio. Outros ônibus já estão no local.

Muitos familiares e bombeiros que não foram presos estão na frente do Batalhão protestando contra o ocorrido.

O governador Sérgio Cabral está reunido com secretários e em breve dará uma entrevista coletiva em relação à posição do Governo do Estado sobre os revoltosos.

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) invadiu, por volta das 6h deste sábado, o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na Praça da República, Centro do Rio. O local está ocupado desde a noite de sexta-feira por dezenas que manifestantes que reivindicavam aumento salarial, vale-transporte e melhores condições de trabalho. Para entrar no local, a PM usou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Pouco antes, foram ouvidos barulho de disparos de armas de fogo vindos do interior do quartel.

A Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil informou em nota na noite de sexta que os manifestantes serão presos por "invadir órgão público, agredir um coronel e desrespeitar o regulamento de conduta dos militares".

Por volta das 8h, o Bope anunciou a prisão de alguns revoltosos.

Entenda o caso

Trezentos bombeiros que protestavam por melhores salários e condições de trabalho invadiram o Quartel-Central da corporação, na Praça da República, sexta-feira à noite. Eles penduraram faixas de protesto nos veículos de combate a incêndio, impedindo os que estavam de serviço de sair para trabalhar. Manifestantes agrediram o comandante do Batalhão de Choque, coronel Waldir Soares Filho, que foi ferido na perna.

“Agora a briga é com a PM”, avisou o comandante-geral, Mário Sérgio Duarte, ao saber da agressão. Ele foi ao pátio da corporação com colete a prova de balas e bloqueou com carro a saída do QG. Por volta das 22h, alertou que todos seriam presos se não deixassem o quartel. Mário Sérgio prendeu o ex-corregedor da PM coronel Paulo Ricardo Paul, que apoiava o protesto. O secretário de Saúde e Defesa Civil do estado, Sérgio Côrtes, decidiu antecipar para hoje a volta dos EUA ao Rio.

Mulheres como escudo

PMs do Batalhão de Choque, do 3º BPM (Tiradentes) e a cavalo cercaram o prédio. Quase 2 mil ficaram do lado de fora gritando palavras de ordem com ajuda de carro de som. Na tentativa de evitar que as tropas usassem a força para dispersá-los, manifestantes atravessaram um caminhão da corporação entre o pátio e o portão e montaram cordão de isolamento com mulheres.

Às 19h30, os bombeiros forçaram o portão, se sentaram no pátio e avisaram que só sairiam após negociar com o governador Sérgio Cabral, o vice, Luiz Fernando Pezão, ou o comandante-geral dos bombeiros, coronel Pedro Machado. Mas, por volta das 22h10, dezenas de manifestantes começaram a deixar o quartel.

Guarda-vidas querem R$ 2 mil

Os protestos de guarda-vidas começaram no mês passado, com greve que durou 17 dias e levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo revogada pela Justiça.

Eles voltaram às ruas com apitaço e fogos de artifício. À tarde, pelo menos três mil protestaram na escadaria da Assembleia Legislativa (Alerj).

Um dos líderes do movimento, cabo Benevenuto Daciolo, explicou que eles voltaram às ruas porque até agora não teriam recebido contraproposta do estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo ele, os guarda-vidas recebem cerca de R$ 950.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não concordo com o local da manifestação. A realidade do momento mostra que os Comandos da PM e dos Bombeiros, que lá no Rio são forças militares estaduais independentes, não têm mais gerenciamento efetivo nas políticas salariais impostas pelos governantes. Portanto, é inoportuno e improdutivo apelar para eles uma melhor política salarial já que esta é formulada e aplicada pelo Governador e aprovada em plenário pela Assembléia Legislativa, e estes dois Poderes tratam diretamente com as categorias envolvidas só ouvindo os Comandos quando desejarem. Aqui no RS esta postura é muito evidente.

SALÁRIOS - COM BOMBAS PM INVADE QUARTEL OCUPADO POR BOMBEIROS DO RJ

Com bombas, Polícia Militar invade quartel ocupado por bombeiros no RJ - CORREIO BRAZILIENSE, 04/06/2011

A Polícia Militar e policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) invadiram neste sábado (4/6) o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no centro do Rio de Janeiro. Cerca de 2 mil bombeiros ocuparam o local ontem à noite durante um protesto por melhores salários. Eles alegam que tem o pior salário da categoria do país, R$ 950, e que há dois meses tentam negociar com o governo do Rio, mas não obtêm resposta. Os bombeiros pedem um piso salarial de R$ 2 mil e vale-transporte.

Por volta de 6h10 desta manhã, os policiais usaram bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio. Há informações de que crianças sofreram intoxicação e adultos tiveram ferimentos na cabeça. Mulheres e crianças também participam das manifestações, que começaram às 19h30 desta sexta, após uma passeata que teve início em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e seguiu até o quartel.

Neste momento, há pelo menos 600 bombeiros presos no Batalhão de Choque da PM.O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deve conceder uma entrevista coletiva em instantes.