Sumiço. MP cobra da PM informações sobre possível desvio de armas e munição do BEP em março - O GLOBO, 08/11/2011 às 23h27m; Marcos Nunes
RIO - Depois de duas fugas de ex-PMs e da apreensão de um carregamento de cerveja , um novo escândalo atinge o Batalhão Especial Prisional (BEP) da Polícia Militar. A promotora Isabella Lucas, da Auditoria Militar, cobrou da corporação informações sobre um suposto desvio de armas e munição ocorrido dentro do BEP em março passado. Entre as armas que teriam desaparecido na sexta-feira antes do carnaval, estão uma submetralhadora, um revólver, uma pistola, uma granada e mais de 300 balas de fuzil. Também teriam desaparecido 111 balas calibre 40, 17 de calibre 30, uma par de algemas e quatro rádios.
O relações-públicas da PM, coronel Frederico Caldas, confirmou na terça-feira que a corregedoria da corporação instaurou um Inquérito Policial-Militar (IPM) para apurar o fato.
- O comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro, está cobrando a conclusão desta investigação - disse Caldas.
O desaparecimento do material foi descoberto pelo então comandante da unidade, coronel Wolney Dias Ferreira. O oficial abriu uma sindicância e um IPM teria sido instaurado no dia 11 de abril, quando a notícia do desvio foi publicada num boletim interno do BEP. Apesar de a investigação já durar mais de seis meses, o inquérito, até ontem, não tinha sido enviado para o Ministério Público.
De acordo com o coronel Frederico Caldas, o IPM será encaminhado ao MP, com um pedido de prorrogação de prazo para a conclusão das investigações. O oficial disse que só vai confirmar o total de itens desviados do BEP após a conclusão do caso.
O atual responsável pelo Batalhão Especial Prisional é o tenente-coronel Wilson Gonçalves. Desde que foi aberto o inquérito que apura o desvio de armas e munição, passou pela unidade ainda o tenente-coronel Ricardo Harlem.
A série de escândalos do batalhão teve início em abril, com a fuga do ex-soldado da PM Franklin Delano Roosevelt Maia Júnior. Ele fugiu pela porta da frente da unidade. No dia 2 de setembro, foi a vez do ex-PM Carlos Ari Ribeiro, o Carlão, fugir da carceragem da unidade.
Preso no segundo andar do presídio, ele passou por três portas, duas delas gradeadas e uma ainda com um cadeado, até atingir o térreo do batalhão. Em seguida, Carlão chegou à sala da Defensoria Pública e escapou, após retirar um aparelho de ar-condicionado do lugar.
No dia 22 de setembro, o jornal "Extra" publicou fotos mostrando que Carlão promoveu uma festa de aniversário dentro do BEP , regada a uísque e energético. No dia 23 de outubro, a corregedoria da PM apreendeu 2.600 latões de cerveja no batalhão. O carregamento da bebida estava endereçado a um preso da unidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário