Com proposta de índices menores, sargentos e tenentes podem causar racha com soldados, de maioria favorável a aumento - CARLOS WAGNER E FRANCISCO AMORIM, ZERO HORA 21/09/2011
Dependerá dos policiais de maiores patentes – sargentos e tenentes – a aprovação da proposta de reajuste feita pelo governo do Estado aos servidores da Brigada Militar, o que pode gerar divisão na corporação. Uma apuração extraoficial feita por Zero Hora sobre o resultado das assembleias regionais da associação de cabos e soldados, a Abamf, aponta que nove das suas 13 regionais foram a favor da proposta do governo, que prevê 23,5% de aumento para esses cargos, mas valores menores aos sargentos e tenentes (18,15% e 10,5%).
Outras duas regiões votaram parcialmente a favor, com a ressalva de que se discuta a possibilidade de o reajuste ser linear para as três patentes. Apenas as regionais de Uruguaiana e Três Passos foram contra a oferta do governador Tarso Genro.
A decisão dos soldados pode promover um racha entre as entidades que representam os PMs, já que entre sargentos e tenentes, a tendência é a de não aceitar o reajuste salarial que está sendo proposto.
Ontem, nenhum integrante da direção da Associação Antonio Mendes Filho (Abamf) foi localizado para comentar a posição dos soldados. A entidade, que até agora defendia a linearidade, tenderá a fechar acordo com o governo, para não correr o risco de perder legitimidade entre seus associados.
Entre as outras patentes, a conversa é outra. Uma avaliação preliminar nos resultados das reuniões de nove dos 10 núcleos espalhados pelo território gaúcho da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (Asstbm) revela que esses PMs estão insatisfeitos com o governo e podem resistir ao acordo. Representante do governo à mesa de negociações, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, prefere não adiantar uma possível posição do Piratini em caso de racha entre as duas entidades.
– Nós vamos conversar. Ainda temos a expectativa de convencer os sargentos e tenentes a concordar com a proposta. Queremos dar um salário melhor, mas não é possível estender o mesmo reajuste a todos nesse momento. Temos evoluído muito na mesa de negociação. Eu não gostaria de antecipar uma posição antes da próxima reunião – desconversa Pestana.
Sargentos e tenentes analisam proposta hoje
Hoje, o núcleo da Região Metropolitana da Asstbm deverá se reunir para votar a proposta. Logo a seguir, ocorrerá uma reunião com todos os representantes de núcleos, quando deverá sair a posição oficial da entidade sobre o reajuste oferecido pelo Estado, informou ontem Olivo dos Santos Moura, vice-presidente da Asstbm. Cauteloso, ele diz que os núcleos no Interior iniciaram a discussão da proposta salarial na sexta-feira passada.
– Não vou adiantar o resultados das votações dos núcleos, mas há uma tendência de recusa da proposta – comenta Moura.
Apesar da aparente recusa, a Asstbm não havia esboçado uma contraproposta para o governo.
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