Rio registra o maior crescimento do índice de homicídios sem solução - O GLOBO, 10/05/2011 - Cássio Bruno
RIO - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) divulgou o número atualizado de homicídios não solucionados pela polícia no Brasil até 31 de dezembro de 2007. Com a revisão das informações fornecidas em novembro de 2010 pelos estados, agora são 158.319 assassinatos sem solução. O Rio foi o estado com maior crescimento: de 8.526 em para 60 mil.
Reportagem do GLOBO na segunda-feira mostrou que, dos cerca de 50 mil homicídios ocorridos por ano no Brasil, apenas quatro mil (8%) têm o assassino identificado, segundo estimativa de Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa Mapas da Violência 2011, divulgada pelo Ministério da Justiça.
Entre os fatores que prejudicam o esclarecimento dos homicídios, segundo especialistas, estão o sucateamento das delegacias e a falta de infraestrutura das polícias técnicas. O levantamento do número de homicídios sem solução faz parte da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), desenvolvida pelo CNMP, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Ministério da Justiça. O objetivo é agilizar as investigações em parceria com as secretarias estaduais de Segurança Pública.
Entre os estados, Minas Gerais registrou 20 mil inquéritos pendentes. O Distrito Federal, que tinha 1.192, atualmente tem 640 casos ainda sem solução.
- O caso mais grave é o do Rio, apesar de o governo deste estado estar desempenhando um fluxo de trabalho que vai permitir investigar esses crimes (muitos prescritos em 20 anos, tempo previsto no Código Penal) - diz a juíza federal Taís Ferraz, coordenadora do Grupo de Persecução Penal do Enasp.
Felipe Ettore, delegado da Divisão de Homicídios do Rio, que reúne os casos da capital, diz que o estado tem se empenhado para resolver o problema.
- Estamos profissionalizando o setor. Antes, por exemplo, um delegado dificilmente ia ao local do crime. Agora, isso não acontece mais - afirmou.
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