quarta-feira, 18 de maio de 2011

CASO ELISEU - MP PEDE A PRISÃO DE OFICIAL DA BRIGADA MILITAR

O Ministério Público Estadual (MP) pediu a prisão do tenente-coronel da Brigada Militar Aroldo Veriano da Silva, 54 anos. O oficial foi denunciado na segunda-feira pelo MP como um dos supostos mandantes do assassinato do secretário de Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos. ZERO HORA 18/05/2011

O pedido foi feito na segunda-feira, mas somente ontem foi informado pelo promotor de Justiça Eugenio Amorim. Até as 22h de ontem, a Justiça não havia decidido sobre o pedido de prisão.

O motivo do pedido de prisão, conforme o promotor, são as ameaças de morte que teriam sido feitas pelo tenente-coronel contra o apenado Adelino Ribeiro da Silveira. Envolvido em 18 crimes de estelionato – condenado em seis deles –, Silveira, que também foi denunciado, disse ao MP ter pego R$ 15 mil na casa de Veriano e entregue aos matadores do secretário.

Veriano declarou ontem desejar que a Justiça e a BM investiguem se ele tem ou não participação na morte do secretário. Ele garantiu não ter envolvimento no caso, e colocou à disposição do Judiciário a movimentação de suas três contas bancárias e de seus dois telefones.

O documento, encaminhado à 1ª Vara do Júri da Capital, foi divulgado ontem pelo oficial, quando ele soube da denúncia do MP pela imprensa. Apesar do pedido de Veriano, a Justiça já tinha decretado a quebra do sigilo telefônico, em 18 de abril, atendendo a uma solicitação do MP.

O tenente-coronel disse estar perplexo com a situação e que vem sofrendo com as suspeitas relacionadas ao seu nome ao completar 31 anos de serviços à BM:

– Não sei o porquê disso. Desde que começou, já perdi oito quilos.

O defensor de Veriano, Nelson Pafiadache da Rocha (ex-comandante-geral da BM), pediu a abertura de inquérito policial-militar para que o tenente-coronel possa ser ouvido, pois até agora, apesar de denunciado, não prestou nenhum depoimento.

Pafiadache explicou que Veriano conhece Jorge Renato Hordoff de Mello – dono da empresa Reação, e um dos acusados de mandar matar Eliseu Santos – porque Mello, ex-soldado da BM, trabalhou no mesmo quartel de Veriano. Por se conhecerem, em 2008, Mello alugou, por algum tempo, um apartamento onde tinha morado Veriano, também de aluguel.

Entenda o caso

- O médico Eliseu Santos, 63 anos, então secretário de Saúde da Capital, foi morto em fevereiro de 2010, na Capital.

- A Polícia Civil indiciou três homens por latrocínio (roubo com morte), entendendo que eles mataram Eliseu para roubar seu carro.

- O MP denunciou o trio e mais quatro pessoas por homicídio, discordando da tese de latrocínio. Para os promotores, a morte do secretário foi planejada num complô.

- Em maio de 2010, o MP pediu o aumento do número de réus, com a inclusão no processo do presidente municipal do PTB, José Carlos Brack, e do irmão de um dos acusados de atirar em Eliseu.

- Na segunda-feira, o MP denunciou mais dois suspeitos.

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