O PAÍS EM CHOQUE. O PM que evitou massacre maior - ZERO HORA 04/08/2011
Depois de matar e ferir os estudantes, Wellington Menezes de Oliveira deixou o segundo andar da Escola Municipal Tasso da Silveira para, no pavimento superior, dar continuidade ao massacre. Teria perpetrado uma covardia ainda mais inominável se não fosse pela intervenção do terceiro-sargento da Polícia Militar Márcio Alexandre Alves, 33 anos.
– A gente está diante de uma tragédia que podia ser muito pior se não fosse a ação de um PM, um herói que atingiu esse criminoso e conseguiu impedir que ele continuasse esse massacre – agradeceu o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho.
Policial há 18 anos, Alves estava nas imediações da escola, participando de uma operação que não oferecia maiores riscos: dava apoio a uma blitz para fiscalização de veículos capitaneada pelo Departamento de Transportes Rodoviários. Foi abordado por duas estudantes ensanguentadas, que haviam conseguido escapar da chacina, e que avisaram sobre o homem atirando dentro da escola.
O sargento do Batalhão de Polícia Rodoviária e um colega correram para o local. Alves encontrou crianças trancadas em salas de aula e deparou com Oliveira a caminho do terceiro andar, quase nas escadas. Atirou no criminoso e pediu a ele que largasse a arma.
– Ao me aproximar da escola, eu ouvi disparos. Corri, subi as escadas e, quando cheguei ao segundo andar, encontrei o assassino, que apontou a arma contra mim. Acho que eu o atingi no abdômen. Ele caiu e depois deu um tiro na cabeça – contou o sargento Alves.
Logo a seguir, uma criança correu na direção do sargento, abraçou-o e o beijou.
– Ela agradeceu muito – relatou o policial.
Apesar das vidas que salvou, Alves disse que apenas cumpriu seu dever e lamentou não ter feito mais.
– Se tivesse chegado cinco minutos antes, talvez tivesse evitado mais coisas. Meu sentimento é de tristeza pelas crianças. Eu tenho filho nessa idade.
A primeira preocupação de Alves e dos primeiros policias que chegaram à escola era sobre um boato que surgiu entre os alunos de que lá haveria um segundo atirador. Logo que as crianças foram retiradas, eles começaram a vasculhar todas as salas do colégio.
Os policiais ficaram impressionados com o cinturão de munições usado pelo assassino e ainda com um objeto chamado speed, que permitiu a Wellington de Oliveira recarregar a arma com velocidade.
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