CLASSE DESCONTENTE. Delegados reclamam de salários e interferência
Os delegados gaúchos voltaram a firmar posição contra suposta interferência de suas funções e também pela defasagem salarial. Em nota assinada pelo presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Asdep), Wilson Müller, a categoria aponta que a integração das polícias deve respeitar as atividades legais de cada corporação.
Um dos pontos citados como interferência é o sistema Guardião, equipamento destinado a interceptações telefônicas com autorização judicial –, hoje operado na Secretaria de Segurança Pública pela Brigada Militar.
– Esse aparelho deveria ser usado exclusivamente pela Polícia Civil e passar por uma auditoria independente – sustenta Müller.
Outro ponto que incomoda os delegados é a desatualização dos contracheques. Colocados no mesmo patamar salarial dos servidores da Justiça nos anos 1990, os profissionais acabaram tendo os valores reduzidos na última década, mesmo com a equiparação garantida pelo Supremo Tribunal Federal.
– Eu me aposentei ganhando a mesma coisa que um desembargador. Hoje, os delegados ganham menos da metade que um procurador do Estado – lamenta o presidente da Asdep.
Müller, no entanto, enfatiza que a posição dos delegados não é contra um governo específico.
– Tudo isso é recorrente. Marcamos posição em todos os governos. O governador Tarso Genro está em início de mandato e sabemos que não teve tempo para mudar isso.
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