segunda-feira, 30 de junho de 2014

SOBRE O EXERCÍCIO DO PODER PUBLICO

O GLOBO, 17/06/2014

REPÓRTER DE CRIME. Por Jorge Anselmo Barros


Por Fábio Vasconcelos*


A prática dos pequenos poderes exercida por muitos policiais revela a enorme confusão entre o que os PMs entendem como o papel de uma instituição pública e a sua função dentro dela. Revela, por outro lado, um caso de desvio grave de comportamento. A atuação desses PMs é, muitas vezes, marcada pela insistente decisão de usurpar prerrogativas da função pública (diga-se, limitada por lei) para transformá-las em ações de pura satisfação e gozo pessoal, e isso nas mais simples e rasteiras ações, independentemente de ser ou não um jornalista do outro lado.

O "eu posso", "eu mando" e "eu prendo" são expressões elevadas às alturas cotidianamente e em situações nas quais o diálogo seria a melhor forma de resolver querelas. São expressões que indicam claramente como alguns desses servidores públicos não entendem absolutamente nada do exercício do poder público. Em situações como essa, o poder deixa de ser público para ser um poder pessoal de fazer o que bem se entende.


*Fábio Vasconcelos é jornalista do GLOBO e professor de jornalismo da ESPM no Rio.

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