A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
CAÇA AO TATU
ZERO HORA 11 de outubro de 2012 | N° 17219
EDITORIAIS
O Seminário Geral de Segurança da Copa do Mundo da Fifa, que se realiza em Porto Alegre, é uma oportunidade importante para a definição de esquemas de vigilância para o Mundial de 2014. A Copa, na verdade, já começou, não apenas com a exposição de símbolos como o perseguido tatu-bola como também com a execução de obras relacionadas à competição. Se há um quesito em que o Brasil não pode falhar, é na segurança das pessoas convocadas para os grandes eventos esportivos que o país irá abrigar. Os atentados contra a réplica do símbolo da Copa em Porto Alegre e Brasília devem servir de alerta para as autoridades.
No caso específico de Porto Alegre, o episódio deixou evidente o despreparo das autoridades policiais para conter os manifestantes. Com a facilidade de arregimentação de pessoas insatisfeitas de alguma forma com a escolha da Capital como uma das cidades nas quais serão realizados jogos do evento ou mesmo com o mascote da competição, graças à disseminação das redes sociais, é possível que outras manifestações de protesto venham a se registrar daqui para a frente. E o que se pôde constatar nessa fase inicial foi a dificuldade dos responsáveis pela segurança de lidar com episódios dessa natureza.
Realizações do porte da Copa do Mundo impõem desafios extras, como a ameaça permanente de torcidas conhecidas como ultras, constituídas por fanáticos que costumam partir para o confronto em frentes simultâneas. Ao mesmo tempo, desafiam o poder público a encontrar soluções para ameaças crônicas, como a criminalidade. O roubo do carro a serviço do chefe da segurança do Mundial, registrado ontem em Porto Alegre, é um sinal claro do quanto o poder público ainda precisa avançar para garantir um mínimo de segurança aos munícipes e aos visitantes.
Obviamente, o período de realização de jogos da Copa terá um esquema diferenciado de segurança, mobilizando tanto servidores quanto funcionários da iniciativa privada. Mas é importante, desde já, que a Capital evite ficar marcada por episódios como o da caça ao tatu-bola e pelas dificuldades da polícia de agir como deveria, que levaram ontem o governador Tarso Genro a se manifestar satisfeito com as políticas de segurança, mas insatisfeito com os resultados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário